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por Wellington Balbo

 

Algumas pessoas são espíritas sem o saberem?


A resposta é sim. Há, segundo Kardec, muitos espíritas de fato, sem, contudo, tomarem para si o título de espíritas.

Estes, os espíritas sem o saberem, estão, aliás, em todos os meios sociais, inclusive nas diversas religiões.

Portanto, há católicos e protestantes que são espíritas, como há mulçumanos e adeptos de outras religiões que também são espíritas. Embora possam abraçar apenas em partes o que ensina o Espiritismo não deixam, conforme Kardec, de sê-los.

O ponto de existir membros de outras religiões que também são espíritas pode causar estranheza ao observador que considera o Espiritismo uma religião.

Este observador pensará:

Como pode o indivíduo abraçar duas crenças tão distintas, tais como Espiritismo e Catolicismo?

Há, porém, neste raciocínio dois equívocos básicos:

1 - O Espiritismo não é tão diferente assim de outras religiões, pois traz, em sua essência, os mesmos dispositivos filosóficos que as outras crenças. O que ocorre em questão é que o Espiritismo avança o sinal e aprofunda-se na ideia da alma e sua relação com o mundo material e espiritual. Resumindo: progride justamente no campo em que as religiões dizem: "Daqui eu não passo".

2 - A ideia de Kardec não foi transformar o Espiritismo numa religião oficial. Longe disso, estabelecer mais uma religião seria colocar um muro, algo que separasse as pessoas do Espiritismo e que as fizessem escolher entre uma coisa ou outra. O pensamento de Kardec sempre foi o de unir, jamais dividir, ainda mais em se tratando daqueles que estão próximos pelo simples fato de serem espiritualistas. Por que afastar pessoas que convergem no essencial de suas ideias?

Então, eis que para a tese de Kardec, e isto é claro em sua obra, pode-se haver espíritas nas mais diversas e diferentes religiões.

Estes são os espíritas sem o saberem, ou sem querer confessá-lo.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita