Brasil
por Henrico Brum

Ano 18 - N° 872 - 19 de Maio de 2024

 

Dirigentes se reúnem para saber onde está o jovem espírita


É comum entrarmos em uma casa espírita e observarmos alguns elementos corriqueiros, como uma livraria, quadros com personalidades conhecidas no meio espírita (ou talvez nem tanto), um senhor ou uma senhora, animados, recepcionando quem chega e em alguma parede, em meio a promoções de galinhada e doação de roupas, um cartaz com uma imagem de adolescentes com roupas coloridas ou de uma paisagem com um sol na montanha, com letras garrafais, convidando: "GRUPO DE MOCIDADE, 20h".

Mas infelizmente, nos últimos tempos, e pelo impacto do isolamento social pela pandemia, até mesmo esses avisos andam sumidos das casas espíritas. As mocidades sofreram uma redução considerável e, apesar de já mostrarem um crescimento desde então, ainda são motivo de preocupação para os dirigentes espíritas.

Com o intuito de analisar essa questão no aspecto prático das casas espíritas, desde 2022, os departamentos de Mocidade e de Infância da União das Sociedades Espíritas de São Paulo (USE-SP) vêm se reunindo para discutir novas maneiras de fomentar esses grupos e reativar essas células em todo o estado. E não existe maneira mais interativa de trazer esse debate do que através de um encontro focado em dirigentes espíritas – de todas as idades, sempre importante frisar.

Com o título escolhido a dedo, "Onde está o jovem espírita?", o evento aconteceu na sede da USE em São Paulo no dia 21 de janeiro de 2024 e trabalhou em dois momentos as percepções e realidades de dirigentes na relação das casas espíritas com os jovens.

Durante o primeiro momento, uma apresentação artística sensibilizou os participantes colocando-os em contato com o dia a dia dos jovens e quatro rodas de conversa discutiram as perguntas: “O que faz o jovem não querer ficar na casa espírita?”. “Por que o jovem não chega na casa?”. “Por que a transição do jovem entre participante e trabalhador é tão difícil?”. “Por que é importante o jovem estar na casa espírita?”.

Baseados nas discussões dessa primeira etapa, os facilitadores criaram casas espíritas fictícias (baseadas ou não na realidade do movimento espírita) e propuseram aos participantes a sugestão de ideias e ações para diminuir os quatro motivos mais impactantes citados nas conversas anteriores: a comunicação, o acolhimento, o pertencimento e a metodologia, como sendo fatores que interferem na permanência do jovem na casa espírita.

Ao todo, cerca de noventa dirigentes com experiências diversas participaram das atividades. Havia dirigentes jovens, não tão jovens, recentes, experientes, com mocidades de diferentes classes sociais e de cidades do interior e da capital e essa diversidade acabou sendo um diferencial, que fez com que o evento fosse tão bem recebido e que as conclusões e propostas do final tenham sido tão proveitosas.

O planejamento dos departamentos de Mocidade e Infância ainda não prevê data para uma próxima edição, mas a necessidade e, por que não, o sucesso dessa experiência garantem que logo teremos um "Cadê o jovem? – parte dois" ou, quem sabe, eventos similares para abordar a temática.

Mais detalhes sobre esse e outros eventos: usesp.org.br/dm ou no perfil do Instagram @dmusesp.


Esta reportagem foi publicada originalmente no jornal Correio Fraterno, de São Bernardo do Campo-SP.

 

Henrico Brum mora em Campinas e é secretário de Comunicação do Departamento de Mocidade da USE-SP.



 
  


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita