Entrevista

por Orson Peter Carrara

Brasileira radicada na Alemanha fala-nos sobre sua vivência espírita

 
Maria Izilda Faber (foto), natural de São Paulo, capital, hoje residente em Villingen, na Alemanha, na vida profissional exerceu a função de secretária, estando atualmente aposentada. Nas lides espíritas, vincula-se ao GEEAL – Grupo de Estudos Espíritas André Luiz, de Petrópolis-RJ, por meio de estudos on-line, em que coordena três grupos de estudos. Como na cidade alemã não existe centro espírita, tais grupos virtuais são chamados de estudos interligados Brasil e Europa do GEEAL sem fronteiras. A seguir, a entrevista que ela nos concedeu.

 

Em primeira abordagem, o que significa o Espiritismo em sua vida?

Base da minha vida, conhecimento de mim mesma como ser imortal... Ele é a nossa base.

Como o conheceu?

Pela dor, quando tive síndrome do pânico. Mas sempre tive em mim a certeza latente do que eu conhecia de Deus. Faltava, porém, alguma coisa.

De seus fundamentos o que mais se destaca a seus olhos?

Que nada se constrói sem o amor.

Da experiência vivida no Brasil o que mais lhe é agradável?

Vivi minha vida toda no Brasil, só estou na Alemanha há 10 anos, e na doutrina há 30. O Brasil me ensinou tudo que sei. Nele eu comecei a construir uma Izilda melhor, passando pelas provas de resistência e resiliência, sofrendo e errando. E hoje consigo admitir que errei, mas comecei a caminhar.

Sobre a experiência na Alemanha, o que gostaria de descrever?

Minha amada Alemanha, que já foi minha morada, tenho certeza disso. Voltei para minha casa antiga para exercer o que aprendi e continuar o caminho de aprendizado e exercício da minha estrada. Me fortaleço a cada dia com as diferenças e procuro a cada dia entender que são apenas diferenças, porque o conteúdo é o mesmo... Espíritos em evolução.

E sobre o intercâmbio de conteúdos entre os dois países?

Acho que o que mais me ressalta é o pensar no outro. Posso dizer que aqui em geral se procura mais respeitar o outro, o seu espaço e seu modo de ser. Não é geral, é claro, mas em grande parte aqui você pode viver como você é, sem recriminações, entendendo que o meu espaço acaba quando começa o seu. Há um respeito de pensar e cuidar do outro e do povo em si.

E como encara a cultura e a mentalidade tão diferentes dos dois países?

Eu encaro perfeitamente normal, nunca questionei isso, e para mim sempre foram muito claras as diferenças. Vivo normalmente como alemã, mas amo as duas culturas e respeito as duas, Cada uma no seu lugar.

Considera em que termos o desafio de implantação das ideias espíritas na Alemanha?

Não vejo desafio, vejo uma falta de preparo de quem as quer implantar. Desculpe a minha ousadia, mas falta preparo; casa espírita na visão do que observei aqui, ainda se preza muito ainda a publicidade e a projeção pessoal. Sei que isso pode parecer muito ofensivo, mas não é. Foi assim que eu me senti. Hoje percebo que é preciso tempo para amadurecer e entender.

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Eu gostaria de frisar a todos a importância do estudo da Doutrina; não é só amar. Precisamos aprender a amar, e o estudo nos eleva em todos os sentidos.

Suas palavras finais.

Não existem distância, impedimentos nem barreiras para o aprendizado em Jesus. O que é preciso é a vontade de começar. Gratidão.

 
 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita