Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Chico Xavier trabalhava e os boatos proliferavam à distância. Alguns espíritas espalharam a notícia de que o novo morador de Uberaba iria se internar num sanatório espírita. Ele estaria esgotado. O companheiro de Waldo Vieira tratou de desmentir os rumores em carta a Wantuil: "Se isso acontecer, podes estar certo de que estarei me sentindo extremamente mal de saúde e com perspectiva de desencarnação". Chico tinha medo. Acreditava que pessoas tinham sido pagas para atribuir a ele falsas declarações contra o Espiritismo no momento de sua morte. Seu medo de cair numa armadilha preparada por adversários era tanto que ele já tinha pedido a Waldo e a outros companheiros para ser internado em instituição espírita de confiança, se adoecesse. Precisava ficar a salvo de um complô silencioso armado contra ele... No dia 18 de abril de 1959, Chico e Waldo Vieira inauguravam, ao lado da casa deles, a Comunhão Espírita Cristã. Nenhum deles assumiu a presidência do centro. Precisavam escrever. Dalva Rodrigues Borges, uma espírita de Uberaba, assumiu o comando. A programação do novo centro era intensa: reuniões públicas às segundas, sextas e sábados, sessões de desobsessão privadas às quartas feiras, sopas para os pobres todas as tardes, peregrinações pelos bairros da periferia aos sábados, além de cursos sobre o Evangelho. Na varanda da casa eram servidas as refeições aos pobres, cerca de duzentas todos os dias. Na sala ampla eram realizadas as sessões. Uma mesa cercada de cadeiras servia aos médiuns. Diante dela, ficavam os bancos destinados aos espectadores. À esquerda, uma saleta era usada para os passes e, à direita, títulos espíritas se amontoavam em prateleiras numa livraria modesta.

 

Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita