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por Marcus Vinicius de Azevedo Braga

 

Forças poderosas


Forças poderosas permeiam a existência do espírito encarnado, e por vezes nos arrastamos ao labirinto do erro por ceder a esses gigantes. Algumas são entendidas como benéficas e até valorizadas de público, mas não se engane, estimado leitor, o caminho ao alimentar essas forças passa sempre pelo sofrimento.

A mágoa é uma tristeza fossilizada, fruto de um perdão que não se fez por alguma das partes no momento correto. Essa perda de timing vai cavando um fosso entre os envolvidos, e uma coisa pequena vai crescendo e crescendo na magia do tempo e ao final, tem-se um afastamento quase insuperável, já nem se sabe por que.

O Medo é uma força poderosíssima. A capacidade de projetar e antever o que pode acontecer nos fornece esse mecanismo de defesa que pode se converter em um fardo. Em um mundo hiper conectado, no qual recebemos pelas redes sociais sons e imagens pensadas para despertar nossos temores mais profundos, o medo é o rei de nossas motivações, andando por vezes de mãos dadas com o ódio e a violência.

Vivemos em uma época de expectativas irreais, infladas, o que gera uma crônica sensação de frustração, na qual não conseguimos valorizar o que temos, paralisados no sonho de coisas inatingíveis, perdendo a ligação com a realidade. Frustrados, nos arrastamos tristes e cegos vendo a vida apenas cinza.

Quando a expectativa se direciona as pessoas, sua frustração vira decepção. Uma força que é a antessala da raiva, pois diferente do indiferente, a decepção julga a conduta em relação ao que se esperava, em uma régua mais rígida, e que converte a afeição mais terna no ódio mais mortal.

Por fim, o ciúme, um filho dileto da carência, é outra força que move o espírito encarnado. Sentindo-se desprestigiado em competições imaginárias, querendo um amor exclusivista e possessivo, tem-se o ciúme como causa de crimes, brigas e de cenários que até parecem amor, mas ao se olhar com carinho e de perto, se vê que nada de amor tem ali.

Ao subestimar essas forças poderosas, ao não dar a elas a atenção necessária, expomos a nossa reencarnação a riscos. Importante ver quando estas vem crescendo em nosso coração, tomando o remédio necessário à sua cura. Diante da mágoa, o perdão. Frente ao medo, a fé. A decepção e a frustração nos pedem para olharmos para o lado. E o ciúme clama a visão universal do amor. Nos ensinamentos de Jesus residem os remédios que atuam na gênese dessas forças poderosas, que podem abalar nossa jornada no caminho da evolução.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita