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por Rogério Miguez

 

Morri: e agora!?


Após o término de mais uma existência corpórea, somos automaticamente transferidos, mais uma vez, para o mundo dos Espíritos, onde aguardaremos uma nova etapa de aprendizado, por meio de outra reencarnação, na própria Terra, ou em outro mundo mais adequado à continuação de nosso processo evolutivo.

Esta transição de um mundo material qualquer para o plano etéreo, varia muito, ou seja, as perturbações que se sucedem após a morte do corpo físico, são bem variadas, e o que determina essas diferenças é a forma como vivemos quando encarnados, se houve ou não preparo para a morte.

Parece absurdo dizer que podemos nos preparar para este inexorável momento quando diremos um até breve ao mundo em que nos encontramos materialmente vinculados.

É evidente que só faz sentido conhecer ou entender estas providências para aqueles que creem na continuidade da vida, caso contrário, é perda de tempo, contudo, crendo ou não na imortalidade do Espírito, já fizemos e continuaremos a realizar muitas passagens entre os dois planos das existências, tantas quantas forem necessárias para terminar o processo de aprendizado das muitas provas previstas e também para resgatar possíveis expiações provocadas pelas nossas equivocadas atitudes, quando prejudicamos ou outros e a nós mesmos também.

Como regra geral, podemos dizer que quanto mais material, sensória, primitiva, sensual, preconceituosa, belicosa, repleta de condutas egoístas e orgulhosas, tiver sido a nossa existência, tanto mais demorado e confuso será o período de perturbação pós-morte, e vice versa, ou seja, quanto mais espiritualizada e desprendida tiver sido a nossa existência, tanto melhor para nós, pois a grande transição se fará mais suave, com possibilidade de sermos imediatamente atendidos pelos Espíritos familiares, simpáticos, amigos que já estiverem do lado de lá e, principalmente, pelo nosso anjo da guarda, que poderá nos receber de braços abertos para nos ajudar nesse delicado momento da desencarnação. De fato, muitos destes Espíritos sempre estão presentes no momento da morte, mas em função de nosso estado evolutivo, ficam impossibilitados de se comunicar conosco, a sintonia mental não se estabelece.

Existe uma conhecida mensagem do Espírito Humberto de Campos, pela psicografia de Francisco Xavier que aborda o tema em exame, intitulada: Treino para a morte.1

Reforçamos que para aqueles que duvidam da existência de Deus, não reconhecem a sua própria imortalidade, creem que tudo se acaba com a morte, não precisam se preocupar com estas advertências, mas para aqueles que já perceberam existir algo mais do que apenas os princípios materialistas, é muito oportuno refletir um pouco sobre estas questões, pois, caso se ajustem às sugestões de Humberto de Campos, terão como recompensa uma passagem mais tranquila, com pouco tempo de perturbação.

Entre outras sugestões Humberto de Campos cita as seguintes: renovar costumes em relação ao prato do dia, diminuindo a volúpia de comer a carne dos animais; os excitantes  - uísque, cachaça, cerveja... - ingeridos nos eventos sociais e mesmo a sós, devem ser evitados a todo custo; o uso tão comum do fumo desequilibra o Espírito quando se vê privado do corpo físico; sobre os narcóticos, fuja deles enquanto é tempo; e no que tange aos abusos do sexo, atenção redobrada, sob pena de experimentar estes mesmos desejos no plano etéreo; doe o que for possível em vida, para não se aprisionar a estes bens quando desencarnado, afinal, caixão não tem gavetas; não esquecer do testamento, pois sem essa providência tomada, é possível experimentar agruras de toda ordem quando os parentes se digladiarem por conta da divisão dos bens.

Faça todo o bem ao seu alcance, essa é a única moeda imaterial possível de ser levada conosco para o além.

No mais, não se aflija em demasia, a morte é certa para todos, representa apenas mais uma das muitas passagens que faremos para a vida verdadeira, em um longo processo de idas e vindas, até que não mais necessitemos reencarnar, exceto em missões, quando então viveremos ao lado do Pai, trabalhando, sempre trabalhando.

 

Referência:

XAVIER, Francisco Cândido. Cartas e Crônicas. Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]. Rio de Janeiro: FEB, 1979. Treino para a Morte. cap. 4. 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita