Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

A torre 


“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos para ver se tem com que a acabar?”
 — Jesus (Lucas, 14:28)


Constitui objeto de observação singular as circunstâncias do Mestre se referir, a essa altura dos ensinamentos evangélicos, a uma torre, quando deseja simbolizar o esforço de elevação espiritual por parte da criatura.

A torre e a casa são construções muito diversas entre si.

A primeira é fortaleza, a segunda é habitação.

A casa proporciona aconchego, a torre dilata a visão.

Um homem de bem, integrado no conhecimento espiritual e praticando-lhe os princípios sagrados, está em sua casa edificando a torre divina da iluminação, ao mesmo tempo.

Em regra vulgar, porém, o que se observa no mundo é o número espontâneo de pessoas que nem cuidaram ainda da construção da casa interior e já falam calorosamente sobre a torre, de que se acham tão distantes.

Não é fácil o serviço profundo da elevação espiritual, nem é justo apenas pintar projetos sem intenção séria de edificação própria.

É indispensável refletir nas contas, nos dias ásperos de trabalho, de autodisciplina.

Para atingir o sublime desiderato, o homem precisará gastar o patrimônio das velhas arbitrariedades e só realizará esses gastos com um desprendimento sincero da vaidade humana e com excelente disposição para o trabalho da elevação de si mesmo, a fim de chegar ao término, dignamente.

Queres construir uma torre de luz divina?

É justo. Mas não comeces o esforço, antes de haver edificado a própria casa íntima.


Do livro Alma e Luz, mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita