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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

O que fomos, o que somos e o que seremos?  


“O que temos nós deixamos. O que somos nós levamos."
 (Divaldo Pereira Franco)


A sequência das existências proporciona o acúmulo de experiências, constituindo-se na base para o nosso processo evolutivo. Os conhecimentos adquiridos oportunizarão sempre uma visão mais consciente em cada nova caminhada que venhamos a desenvolver, a fim de cumprirmos os nossos deveres preconizados pelo Evangelho de Jesus, por suas palavras e seu exemplo. Esse despertar ocorrerá sempre em razão do esforço despendido em cada reencarnação. Nesse processo, os horizontes alargam-se e dão espaço a novas conquistas e aprendizados, que se consolidam casa vez mais, dando-nos ânimo para continuarmos nessa trilha regeneradora.

No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 4, encontramos: “(...) Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança”.  

Os questionamentos sobre a vida sempre existiram. Segundo O Livro dos Espíritos, quesstão 23: Espírito é “O princípio inteligente do Universo.” Nós habitamos um corpo físico provisoriamente. Essa transitoriedade se dá ao longo dos tempos e a cada período reencarnatório, trazemos o arquivo daquilo que fizemos ou omitimos. Fomos criados para alcançarmos a perfeição relativa. As virtudes devem ser aprimoradas; outras adquiridas e os equívocos são motivo para reparação. (Isso é o que fomos.)

No livro O que é o Espiritismo, pg.40, temos esta observação: “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”. Na presente encarnação, empreendemos a luta interior para extinguirmos os erros do passado pelo burilamento do Espírito enfermo, cabendo-nos a resignação e a resiliência para esse trabalho árduo e constante. A vontade e o desejo de progredir são alavancas que nos impulsionam para esse mister. Semear no canteiro da vida será sempre a nossa missão. Contudo esse trabalho precisa ser cuidadoso para não incorrermos naqueles equívocos e atentarmos, ainda, para não cairmos em outros.

As influências pertinazes sempre estarão espreitando-nos para novas investidas. Conseguirão, dependendo dos nossos pensamentos e atitudes. Como antídoto para isso, sigamos as palavras de Jesus, conforme Mateus 26:41: “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Então, presentemente somos Espíritos encarnados, cumprindo os ajustes necessários para o nosso progresso. Agimos segundo o nosso conhecimento e hábitos que temos registrados no pretérito.

Na Terra, que é um planeta de provas e expiações, estamos buscando o aprimoramento intelecto-moral, binômio imprescindível para galgarmos os degraus evolutivos. Vivemos constantemente interagindo no meio conflituoso (espiritual e material), recebendo inúmeras influências que poderão “modelar” o nosso perfil comportamental para o bem ou para o mal. Por isso, é imperiosa a necessidade do bom senso para seguirmos os caminhos que aprimorem o nosso crescimento. (Isso é o que somos.)

E o que seremos? Continuaremos sendo Espíritos Imortais, evoluindo de forma gradual, dependendo do esforço de cada um de nós. Procuremos nos empenhar nesse processo, já que somos os únicos responsáveis pelo nosso adiantamento. Suportemos as vicissitudes que, não raro, nós mesmos atraímos e tenhamos coragem e fé para seguirmos sempre adiante. Essa missão é inalienável!

No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII, item 7, consta: “(...) Temos de fazer aqui uma importante distinção. À medida que a alma, comprometida no mau caminho, avança na vida espiritual, vai-se esclarecendo, e pouco a pouco se liberta de suas imperfeições, segundo a maior ou menor boa vontade que emprega, em virtude do seu livre-arbítrio". (Um dia todos nós veremos o verdadeiro caminho. Enquanto isso, singramos os mares revoltos ou calmos que escolhemos.)


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita