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por Mário Frigéri

A fisiologia do perdão

Perdão é ato profundo de libertação e renovação, que envolve o abandono de ressentimentos, mágoas e sentimentos negativos em relação a alguém que nos causou algum mal. Mais do que simples reconciliação ou esquecimento do que foi feito, é escolha consciente de não deixar que a ofensa continue a exercer poder sobre nós. Ele supera as barreiras do orgulho e do ego, exigindo humildade e compaixão. No âmbito espiritual, é visto como processo de cura interior, que nos permite romper os grilhões do passado e abrir espaço para sentimentos mais elevados, como a paz e o amor.

Perdoar é essencial porque nos liberta da prisão emocional que o rancor e a raiva podem criar. Esses sentimentos negativos corroem a paz interior e afetam a saúde física e mental, muitas vezes resultando em doenças psicossomáticas e distúrbios emocionais. Ao perdoarmos, damos importante passo rumo ao autoconhecimento e à evolução espiritual, permitindo que o amor e a empatia floresçam em nossas vidas. Além disso, ele estabelece a harmonia nas relações humanas, fortalecendo os laços de fraternidade e cooperação entre as pessoas, que são fundamentais para promover a convivência de forma saudável e pacífica.

Embora ambos os lados possam se beneficiar do perdão, é geralmente quem perdoa que experimenta maior alívio e transformação. Ao perdoar, nos livramos do fardo pesado da mágoa e do ódio, sentimentos que podem obscurecer a visão da vida e impedir o progresso espiritual. Quem é perdoado, por sua vez, pode sentir alívio e gratidão, mas quem realmente cresce e se liberta é aquele que concede o perdão, pois esse ato requer trabalho interior profundo, representando grande avanço em direção a uma profunda compreensão e aceitação das imperfeições humanas. Assim, o perdão é a chave da paz interior, beneficiando principalmente quem perdoa ao liberar a alma para novas possibilidades de amor e crescimento.

 

Perdão é a fórmula da paz
 
Ódio é copo de veneno
Que você bebe dum trago,

Mas crendo – ó ser pequeno! –

Fazer no inimigo estrago.

 

Ódio é também brasa pura

Que requeima sua mão,

Enquanto você a segura

Para lançar sobre o irmão.

 

O fato de se ofender

Será assim tão potente

Para o levar a sofrer

Ininterruptamente?

 

Enquanto seu coração

Discute com os que o difamam,

Você não presta atenção

Nas pessoas que o amam.

 

No dia a dia o perigo

É resvalar no rancor;

Em vez de crime e castigo,

Que tal a bênção do amor?

 

Ao proferir com emoção

Velhos termos já infectos,

Abra o som e o coração:

– Desafetos... dez afetos.

 

Mesmo com as falhas que tem,

Cada ser é hors-concours;

Ao olhar de novo alguém,

Veja a luz, não o abajur.

 

O perdão sempre coroa

De paz o peito ferido

E gentilmente algodoa

O coração do ofendido.


Fonte de consulta: Conceitos respigados de vários autores na literatura universal.

 

Mário Frigéri é poeta, escritor, autor e youtuber com a mente e o coração voltados para o esplendor do Evangelho e da Doutrina Espírita. Campinas/SP. Contato: frigerimario@gmail.com
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita