Brasil
por Marcel Gonçalves

Ano 18 - N° 894 - 20 de Outubro de 2024

 
CECIPE: Um novo olhar na capital federal

 

Matheus Guedes, em publicação realizada pelo acervo O Globo em maio de 2015, trouxe à tona um importante fato, a comemoração de 50 anos da aliança brasileira junto aos Estados Unidos pela intervenção na República Dominicana:

“O mundo vivia a polarização da Guerra Fria. De um lado, os Estados Unidos e o capitalismo, do outro, a União Soviética e o comunismo. A iminência de mais uma revolução comunista no continente americano, seguindo o exemplo de Cuba, assustava os líderes capitalistas. E eles decidiram intervir na República Dominicana, em 1965, sob a bandeira de uma tropa de paz. O Brasil, já sob regime militar após a deposição do presidente João Goulart um ano antes, também participou dessa aliança continental. Foi então que, em 24 de maio daquele ano, em apoio aos EUA, o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco enviou tropas à capital do país caribenho, região que atraiu os olhares do planeta após a Revolução Cubana, em 1959, liderada por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara.”


Dr. Lydio Diniz

Assim como os soldados brasileiros cumpriam ordens do então presidente Humberto de Alencar, dirigindo-se à guerra, dois soldados de Jesus uniam forças na capital federal, o doutor Lydio Diniz Henriques, advogado, humanista, devotado à Caridade e o então Coronel Joffre Lellis, militar de Minas Gerais, fraterno companheiro de Cícero


Cícero Pereira

Pereira, de quem era sobrinho.

Movidos pelo propósito de organizar uma entidade espírita em Brasília, a serviço do Bem, mobilizaram inicialmente um seleto grupo de 10 pessoas, realizando com elas, em 25 de maio de 1965, a primeira reunião preparatória daquela iniciativa. O encontro teve lugar na SQN 413/414, bloco 9, apartamento 203, sob a presidência do Dr. Lydio e secretariada por Joffre Lellis.

Quase dois anos depois, em 24 de abril de 1967, na sala 414 do edifício Goiás, no centro da cidade, nova reunião foi promovida, desta vez para adotar a decisão de fundar o Grupo, sem demora, marcando a realização da Assembleia Geral de Fundação para o dia 25 de maio de 1967. A reunião foi dirigida por Líbio Diniz Henriques e secretariada por Adamastora América de Andreazzi, aprovando na ocasião, o Estatuto da Sociedade e elegeu e empossou o Conselho Coordenador e a Diretoria Executiva.

A Assembleia definiu a Instituição como uma “Entidade Espírita, Sociedade Civil, Religiosa e Filantrópica” e estabeleceu as seguintes finalidades para o Grupo:

· “Dar a mais ampla divulgação ao Movimento da Fraternidade, através do exercício da caridade em todos os seus aspectos, segundo os ensinamentos de Jesus Cristo, bem como a difusão e a prática da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec”;

· “Promover, em harmonia com as demais instituições espíritas, o esclarecimento das criaturas de boa vontade, visando o aprimoramento moral e evangélico pelo conhecimento da real objetividade do Espiritismo Codificado”;

· “Dar, por todos os meios ao seu alcance, apoio moral e material à Cidade da Fraternidade, que está sendo construída em Alto Paraíso, Goiás, sob o patrocínio da Organização Social Cristã André Luiz – OSCAL”.


Segundo diz Allan Kardec na Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos de 1866, com o Espiritismo a fraternidade, sinônimo da caridade pregada pelo Cristo, já não é uma palavra vã; ela tem a sua razão de ser. Do sentimento de fraternidade nasce o da reciprocidade e dos deveres sociais de homem a homem, de povo a povo, de raça a raça. Destes dois sentimentos bem compreendidos sairão, forçosamente, as mais proveitosas instituições para o bem-estar de todos.

A partir daí os trabalhos não pararam mais. Houve muitas lutas, muito sacrifício e as atividades religiosas continuavam. O primeiro prédio construído foi o da obra religiosa, que é hoje onde se realizam as atividades religiosas. Na sequência construiu-se o prédio da assistência social, antigo prédio da CAMEGE – Casa do Menor e da Gestante, onde acolhiam as mães solteiras. Atualmente sedia a elaboração da sopa Pai Sebastião, a Oficina Joanna de Ângelis e a Campanha da Fraternidade “Auta de Souza”.

Na década de 1980, o presidente Dr. Lydio desencarnou, assumindo em seu lugar Adamastora América de Andreazzi (foto), eleita presidente da instituição naquela
ocasião.  

Em 2002, com a reforma do código civil brasileiro, ocorreram várias alterações, e uma delas foi a reafirmação do Estado laico, de que as entidades certificadas como beneficentes e ou filantrópicas e que recebiam verba do Estado, não poderiam “professar” uma determinada religião no seu labor de assistência social. Por isso, neste mesmo ano, o braço religioso do Grupo Fraternidade Cícero Pereira se desligou, dando espaço para o nascimento da instituição CECIPE – Centro Espírita da Fraternidade Cícero Pereira no dia 14 de novembro de 2004.


A ESCOLHA DO PATRONO CÍCERO PEREIRA

Em sessão mediúnica do Grupo da Fraternidade, presidida por Manuel Villela Lopes, o fundador e diretor Joffre Lellis, portador da notícia recebida do Plano Espiritual, noticiou a grata notícia de que o grupo receberia o nome Cícero Pereira, em homenagem a este grande e iluminado espírito que fora pioneiro da Doutrina Espírita no Estado de Minas Gerais.

Cícero dos Santos Silva Pereira, natural de São José do Gorotuba, distrito de Grão Mogol, em Minas Gerais, veio ao mundo em 14 de novembro de 1881.

Desde cedo, manifestou interesse por assuntos espirituais, e, a partir dos treze anos, dedicou-se ao estudo da Doutrina Espírita, que definiria sua opção de vida. No exercício de sua missão espírita teve desempenho marcante confirmado por suas múltiplas iniciativas tais como:

- Fundador do grupo “Paz e Caridade”, em Montes Claros, e do Abrigo Jesus;

- Um dos primeiros colaboradores e sócio da União Espírita de Minas Gerais;

- Presidente da Casa Mãe do Espiritismo em Minas Gerais, de 1937 a 1940, e seu vice-presidente até 1948;

- Fundador de vários grupos de estudos e de trabalho, inclusive o Núcleo de trabalhadores Humildes;

- Fundador da primeira Casa Transitória, para assistência de doentes em trânsito em Belo Horizonte, entidade que hoje cuida da proteção à mãe-solteira e aos recém-nascidos pobres;

- Foi orientador espiritualista, inclusive de Francisco Candido Xavier;

- Fundador do Grupo das Samaritanas, de Assistência Social.

“O RESULTADO DO QUE FAZEMOS NOS ESPERA MAIS ADIANTE”

Com a missão de promover as atividades nas áreas doutrinária, assistencial, cultural, beneficente e filantrópica, o CECIPE busca auxiliar na formação dos valores, sentimentos e atitudes que promovam a teoria e prática do Espiritismo em sua forma mais pura, favorecendo o desenvolvimento total do espírito em todos os seus aspectos.

Para isso, a instituição atua em diversas frentes, tais como:

- Assistência Espiritual: Ações fraternas baseadas no Evangelho de Jesus e na Doutrina Espírita em conjunto com os benfeitores espirituais de maneira a acolher as pessoas que procuram e frequentam o CECIPE, realizadas em favorecer do equilíbrio espiritual

- Assistência Social: Conta com três atividades como a Sopa Pai Sebastião que é uma atividade de elaboração e distribuição de alimentos em hospitais e parceiros predefinidos; o Chocolate Fraterno, que é uma assistência espiritual conjugada com assistência material mediante a distribuição de chocolate quente e sanduíches, na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília, e por último, a Campanha de Fraternidade “Auta de Souza” que destina-se a levar a sublimidade dos ensinos de Jesus, por meio da Doutrina Espírita, aos lares visitados, sob a forma de uma palavra de conforto e de bom ânimo.

- Divulgação da Doutrina Espírita: Se dá através das Reuniões públicas; Harmonização com passagens evangélicas e musicalização; Culto do Evangelho no Lar; Livraria Renascer; Biblioteca Humberto de Campos; Estudos sistematizados; Evangelização Espírita Infanto-Juvenil e muitos eventos.

Os tempos são chegados, e por isso, a passagem do homem neste planeta Terra, mergulhados no véu do esquecimento de vidas passadas, as necessidades de estudo e de compreensão da Doutrina Espírita, bem como de aceitação das provas e expiações, são determinantes nessa fase de nossas vidas como ser eterno, em que nosso espírito se encontra em evolução e ocorrem os principais passos para o nosso caminhar rumo a Deus e à perfeição absoluta. Para os incrédulos, “não tem qualquer importância. Aos seus olhos não passam de expressão de uma crença pueril sem fundamento.”


Nota do autor: 
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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita