O esforço para não errar mais
“Vai e não peques mais.” –
Jesus (João, 8:11.)
Quando Jesus recebeu a mulher que havia sido flagrada em
erro, trazida pela multidão enfurecida, inicialmente
solicitou que se manifestassem aqueles que nunca
tivessem cometido qualquer falta. Não tendo percebido
qualquer movimento entre os acusadores, acolheu a
criatura agredida sentenciando: “se ninguém a condenou,
eu também não o faço, vai e não peques mais”.
Naquele exato momento, o Cristo transmitiu à humanidade
um dos mais belos e notáveis ensinamentos: que não
devemos julgar a ninguém e que é preciso não reincidir
nos erros cometidos.
Diante da atual situação evolutiva em que nos
encontramos, ainda distanciados da verdadeira
compreensão dos reais valores da vida, é natural que
cometamos erros, que atuemos pelos caminhos da
existência entre acertos e equívocos, mas uma vez
descobrindo que agimos de forma indevida, preciso será
que a partir desse instante não venhamos a cometer os
mesmos erros. A palavra evangélica apresenta essa
proposta, de maneira a nos incentivar a conhecer e fazer
o que é correto.
É claro que não podemos pretender que na Terra vivamos
totalmente dentro dos procedimentos desejados, pois que
todos estamos em programa de aprendizado e experiências,
no entanto, em circunstância alguma vamos receber o aval
para continuarmos cometendo os mesmos enganos por muito
tempo. Precisamos extrair de cada erro a lição que ele
nos proporciona e seguir evitando praticá-lo novamente,
para que não percamos tempo e oportunidades, retardando
nosso avanço moral.
O zelo em observar o nosso próprio comportamento é
medida urgente e sumamente necessária, pois que a nossa
evolução espiritual não é tarefa alheia, mas
estritamente de cada um.
A sabedoria antiga, há muito tempo, recomendou:
“Conhece-te a ti mesmo”. Sem dúvida, não será possível
coadunar o nosso comportamento e ações com os padrões
evangélicos se não nos conhecermos intimamente. Assim,
melhor será que façamos uma viagem pelo nosso interior,
buscando o conhecimento íntimo, detectando os pontos
vulneráveis.
Não deverá ser motivo de desesperação se mesmo
pretendendo não errar ainda venhamos a cometer alguns
enganos. Certamente eles serão menos que em outras
épocas, quando a nossa vida seguia sem preocupações.
Obviamente, não conseguiremos uma transformação
imediata, mas não podemos adiar infinitamente o desejo
de “matar o homem velho que mora dentro de nós para
fazer nascer o homem novo”, conforme nos recomendou
Paulo de Tarso.
E, domar as más tendências, frear impulsos inferiores,
conter sentimentos desequilibrados não é tarefa fácil,
mas muito necessária e importante para obtermos o padrão
ideal de vida na Terra e fora dela, pois que somos
imortais e temos “muitas moradas na casa do Pai”.
O erro existe, logicamente será difícil acabar com ele,
mas isso não deve ser motivo para acomodação e inércia,
antes, aprendamos com Jesus, vivendo sem condenações e
julgamentos, mas evitando, dentro do esforço máximo,
prosseguir entre enganos e equívocos, isso,
naturalmente, para o nosso próprio bem.
Sim, erramos porque somos humanos, mas prosseguir
errando não será atitude das mais acertadas. (*)
Pensemos nisso.
(*) A frase “erramos porque somos
humanos”, tão usada por todos nós, contém, segundo
observação feita pelo orador J. Raul Teixeira, um grave
equívoco. O correto, conforme disse a ele seu mentor
espiritual, seria: “somos humanos porque erramos”. Para
atingirmos a angelitude necessitamos, portanto, de um
esforço muito maior. (N.R.)