Tema: Exemplo e boa conduta
Um mundo bom
Gabriel estava andando na calçada. A rua era comprida e
movimentada. Ele andava devagar, pois nem sabia muito
bem aonde estava indo.
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Caminhando, ele passava em frente a casas e prédios que
tinham canteiros na frente. Gabriel
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observava as plantas e também as árvores da
calçada por onde andava. |
Sem pensar em nada, enquanto passava por um arbusto, ele
puxou um galhinho fino, arrancando-o da planta, com
folhas e tudo. Em seguida jogou o galho no chão e
continuou seguindo.
Por que ele fez isso? Nem ele mesmo saberia explicar. Só
para mexer em alguma coisa, talvez.
No entanto, algo interessante aconteceu. Logo em
seguida, Gabriel viu quase todas as pessoas próximas a
ele puxarem pedaços de vegetação e jogarem no chão. Como
havia muita gente, em poucos segundos, as plantas
ficaram bastante machucadas e o chão da calçada, todo
sujo.
Gabriel ficou triste ao ver as pessoas destruindo as
plantas. Ele apressou um pouco o passo, querendo
distanciar-se daquela situação. Chegou a um córrego, e
ao atravessar a pequena ponte, ainda sem pensar muito em
nada, tirou um papel amassado do seu bolso e jogou no
córrego. O papel boiou por pouco tempo, depois, molhado,
afundou.
O garoto já ia retomar sua caminhada quando notou,
novamente, muitas pessoas atirando lixo no córrego. E
não somente papéis, mas também latas, restos de lanches,
sacolas e garrafas plásticas.
Era tanto lixo que Gabriel se indignou. Teve vontade de
pedir que parassem. Mas ficou envergonhado. Afinal ele
mesmo tinha feito aquilo.
Gabriel começou a perceber que algo estava estranho. Mas
não sabia o que fazer. Foi, então, que uma senhora, com
ar bondoso, chegou perto dele e disse carinhosamente:
– Este
é o seu mundo. Você o constrói a todo momento.
Assustado, Gabriel começou a sentir seu corpo ficar mais
pesado. De repente, tudo ficou escuro. No instante
seguinte ele abriu os olhos. Estava deitado em sua cama.
– Que alívio! – pensou ele.
Ainda deitado, Gabriel ficou pensando no sonho que
acabara de ter. E na manhã seguinte contou para sua mãe,
durante o café da manhã.
– Nossa! Que sonho estranho! Ainda bem que na vida real
não é assim – disse ele.
– Será mesmo que não, filho? No seu sonho as coisas
aconteciam imediatamente, mas na vida real as pessoas se
influenciam bastante. Muitas vezes seguimos os exemplos
dos outros, sem perceber. Ou então, os outros seguem
nossos exemplos. Precisamos ter sempre vigilância.
Gabriel não disse nada, mas, ouvindo sua mãe, lembrou-se
também das palavras da senhora do seu sonho.
E, a partir desse dia, Gabriel nunca mais andou pelas
ruas quebrando as plantas, nem jogando lixo no meio
ambiente e nem fazendo outras coisas que ele não
gostaria de ver as outras pessoas fazendo.
Ele passou também a se preocupar mais em ter bons
comportamentos, a cumprimentar, a sorrir, a ter
paciência com outros, a emprestar seus brinquedos e seu
material, a jogar bola sem brigar... e uma série de
outras coisas.
De vez em quando, ele se lembrava da senhora do sonho e
pensava: “Se sou eu que construo o mundo em que vivo,
quero que ele seja um mundo bom!”