Teia de retenção
Fé inata.
Há pessoas que nascem com fé inata. Ainda que sigam
determinada doutrina religiosa, não dependem dela para
se manterem conectadas com a espiritualidade, tamanha é
a confiança que têm no Criador e em seus mensageiros.
Quando ocorre, por exemplo, a morte de um familiar
querido, aceitam-na resignadamente, emitem vibrações
luminosas a seu favor, proporcionando-lhe brando
conforto.
Infelizmente, nem todos se conformam com a morte de um
ente amado. Há criaturas que se desesperam, pensam mais
em si mesmas do que no familiar que faleceu e não
aceitam a separação. A inconformação, o desespero e o
apego criam barreiras energéticas que retêm o espírito
do moribundo e dificultam o desligamento do corpo
físico. Essa retenção não impede o desencarne e pode
retardá-lo.
A dor exagerada dos vivos constitui grave obstáculo para
o morto seguir seu caminho e compromete suas condições
espirituais. Vibrações deletérias dão sustentação
artificial ao paciente, não evitam a sua morte e
retardam sua agonia. Ao invés de desencarnar em algumas
horas, poderá demorar alguns dias, pois a família o está
segurando com suas vibrações.
Isso acontece com frequência com grandes figuras da
humanidade. No Brasil, podemos nos lembrar do Presidente
Tancredo Neves, que permaneceu em agonia por mais de
trinta dias, em função dos procedimentos radicais
executado para tentar salvar sua vida, mas também em
grande parte por causa das orações da maioria dos
brasileiros, que não admitiam a sua morte.
Por que isso não aconteceu com Chico Xavier?
Conhecendo bem esse problema, Chico queria morrer num
dia de grande alegria para o povo brasileiro, que
desviaria a atenção do seu desencarne. E foi exatamente
isso que aconteceu, exatamente no dia em que o Brasil
estava em festa, porque a seleção brasileira de futebol
havia conquistado o pentacampeonato da Copa do Mundo.
Quando os familiares não aceitam a perspectiva da
separação, formando indesejável teia de retenção, os
técnicos da espiritualidade promovem, com recursos
magnéticos, uma recuperação efêmera e transitória do
paciente, que surpreendentemente começa a melhorar,
recobrando a lucidez e ensaiando algumas palavras.
Aproveitando a trégua na vigília dos familiares, os
benfeitores espirituais aceleram o processo
desencarnatório e iniciam o desligamento. A morte vem
colher mais um passageiro para o além. Existe até um
ditado popular a respeito do assunto:
Foi a melhora da morte! Melhorou para morrer!
Quando o desencarnante e seus familiares controlam as
emoções, cultivando, em prece, sentimentos de confiança
e contrição, os técnicos da espiritualidade encontram
facilidade para promover o desligamento, sem traumas
maiores para o que parte, sem desequilíbrios para os que
ficam. (Richard
Simonetti)