Tema: Boa conduta
O que você quer ser quando
crescer?
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- Quero ser muito rico! - disse sorrindo Gabriel, e
acrescentou: Quero ser rico e não ter que trabalhar
nunca!
A resposta
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surpreendeu sua mãe, que quis saber mais. De um
modo geral, as crianças querem ser médico,
astronauta, veterinário, mas o garoto explicou
que para ser feliz era necessário ser muito
rico, muito poderoso e mandar em todo mundo. |
Como espírita, a mãe de Gabriel sabe que os filhos são
Espíritos reencarnados que trazem sua própria bagagem de
outras reencarnações, ou seja, possuem valores e
experiências adquiridos ao longo das existências. Mas
ela sabe, também, que a infância é o período ideal para
ensinar aos filhos valores como o amor, a caridade, o
respeito, o trabalho e o perdão.
Ela passou, então, a observar Gabriel mais de perto. E
reparou que os jogos que ele gostava de jogar no
videogame eram de guerra, de violência e que ele adorava
“matar os inimigos”! Acompanhando o que o menino via na
televisão, descobriu que nas novelas e nos filmes
Gabriel torcia pelo bandido, e achava normal roubar,
mentir e enganar as pessoas.
Dona Antônia trabalhava o dia todo, mas, conversando com
a senhora que cuidava de Gabriel, concluiu que o menino
passava muitas horas em frente da televisão, assistindo
a programas que não eram apropriados à sua idade. Ela
sentiu, então, que o filho estava precisando de ajuda
para diferenciar o mocinho e o bandido, o certo e o
errado.
Com muito amor, Dona Antônia determinou limites no tempo
e nos programas que o menino podia assistir na
televisão, e passou a conversar com Gabriel sobre os
personagens e as histórias de que ele gostava. Ela
também ensinou a ele o valor do trabalho, determinando
que ele realizasse pequenas tarefas domésticas e
observando, depois, se foram cumpridas adequadamente.
O tempo que estavam juntos passou a ser mais valorizado:
brincavam e se divertiam, liam histórias, e a mãe
ajudava o garoto nas tarefas da escola. Ela conheceu
melhor os amigos do filho, e, de longe, acompanhava as
brincadeiras dos meninos, conversando com Gabriel sobre
os acontecimentos, à noite, antes de dormirem.
Semanalmente passaram a realizar o Evangelho no Lar, com
histórias que tinham sempre uma bela lição, auxiliando
no crescimento espiritual dos dois, mãe e filho. O
menino passou a frequentar, também, as aulas de
evangelização espírita infantil, e a mãe acompanhava
atenta o que o menino aprendia, reforçando as lições
durante a semana.
Com o passar dos meses, Gabriel deixou de torcer pelos
bandidos e passou a refletir mais sobre o que era melhor
para ele. Ele também aprendeu que trabalhar é
importante, que trabalhando aprendemos muitas coisas e
que as atitudes positivas como o respeito ao próximo
trazem como retorno o bem para todos.
Uma noite, depois de ter ajudado o menino com a lição de
casa, a mãe perguntou:
- Você já sabe o que quer ser quando crescer?
- Não sei ainda.... Quero escolher uma profissão em que
eu possa ajudar os outros... - disse o menino,
pensativo.
Foi quando a mãe teve a certeza de que,
independentemente de qual profissão ele escolhesse, ela
estava fazendo a parte dela na construção de um Homem de
Bem.
(Texto de Claudia Schmidt)