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Pedi e obtereis
“O que quer que seja que pedirdes na prece, crede que
obtereis e vos será concedido.” –
Jesus (Marcos, cap. XI, V. 24)
Jesus afirmou que o Pai nos ama, pois somos sua criação,
seus filhos, e vela por nós com imensa compaixão.
Mergulhados num mundo onde as provações são ardentes e
as dores intensas, como não rogar ao Pai?
A oração é a ligação dos espíritos com Deus e nas horas
mais amargas de cada um é o sustentáculo para o
equilíbrio e a paz íntima.
Quando Jesus nos ensinou a orar, uma claridade imensa
fez-se no espírito daqueles que o ouviam e aprenderam.
Pai nosso.... Emmanuel, pelas benditas mãos de Chico
Xavier, disse-nos que a grandeza da prece dominical
nunca será devidamente compreendida por nós que lhe
recebemos as lições divinas. Cada palavra dentro dela,
diz ele, tem a fulguração de sublime luz, ensinando que
Deus é o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando
nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso
trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil. O
espírito universal do Pai há de presidir-nos o mais
humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e
fazer.
Depois de Deus, orienta-nos Jesus que a humanidade é o
tema fundamental de nossas vidas. Devemos compreender as
necessidades e aflições, os males e as lutas de todos os
que nos cercam, ou estaremos segregados no egoísmo
primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem
a Terra pertencem-nos de algum modo. Emmanuel sabiamente
orienta que os soluços de um hemisfério repercutem no
outro.
A dor do vizinho, fala ele, é uma advertência para a
nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamentos é,
igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos
de uma sociedade menos perfeita, gerando causas
perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros
afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade, o “império do
eu” passa a incorporar-se por célula bendita à vida
santificante. Sem amor a Deus e à humanidade, não
estaremos suficientemente seguros na oração.
Pai nosso, disse-nos Jesus para começar. Pai do
universo, nosso mundo.
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina
tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será
muitas vezes simples repetição do “eu quero”,
invariavelmente cheia de desejos, mas quase sempre vazia
de sensatez e de amor.
Excelente a lição de Emmanuel para todos nós. É preciso
nos despirmos do egoísmo milenar. A palavra chave que
precisamos desenvolver em nós, para que nossas orações
de uns para com os outros se façam mais eficazes, é
empatia, a capacidade de sentir o sofrimento do outro.
Numa conversa com uma avó que nos relatava como criou
sua neta querida desde o berço, disse-nos ela, e ouvimos
com tristeza, que a neta, com 15 anos, sofreu uma queda
na escola nestes últimos dias e os colegas, em vez de a
auxiliarem, riram e zombaram dela, por causa desse
momento. Onde a empatia? Deveriam tê-la auxiliado. A
dificuldade que se vê é a falta de sentimentos, de
crença no Pai. Por certo, adolescentes que são educados
com amor, e desde cedo aprendem a orar, não têm esse
comportamento.
O amor liberta e a oração é sempre bendita.
Há alguns meses, pudemos ouvir numa reunião mediúnica um
espírito, por intermédio da psicofonia, agradecer em
nome dele e de todos os outros que estavam com ele, pela
intercessão por eles em prece, eles que provocavam um
processo obsessivo grave num irmão espírita muito
querido.
Disse-nos ele que o ódio é uma venda que tolda a visão e
que eles estavam cegos pelo ódio. A venda estava sobre
seus olhos, mas foram tantas as preces que se levantaram
a favor daquele que odiavam que a venda foi sendo
erguida e eles viram que eles também eram culpados.
Agradeceu, em nome de todos, pelas preces e pela
libertação deles.
Precisamos orar muito pelos nossos irmãos desencarnados
que sofrem.
Oremos mais, meus irmãos.
Tenhamos a certeza de que se nossas preces são pedidos
justos, com bondade e amor, serão ouvidas.
Eduquemo-nos para educar.
Nossos jovens estão reencarnando com a capacidade de
inteligência bem desenvolvida. É preciso amor para
acompanhar essa inteligência e, nesses momentos de dor
que campeiam no mundo, mais preces uns pelos outros,
mais preces pelo planeta, mais amor cm todos.
Pedi e obtereis,
disse-nos o mestre. Buscai e achareis. Peçamos
amor e paz e vivenciemos isso.
Diz-nos O Evangelho Segundo o Espiritismo, no
capítulo XXVII, sobre a eficácia da prece, que Deus
concederá, àquele que se dirige a ele com confiança, a
coragem, a paciência e a resignação.
É o que precisamos. O restante nos será dado por
acréscimo, de acordo com os nossos esforços para o bem,
que se revela na assertiva: Ajuda-te e o Céu te
ajudará.
Ajudemo-nos mutuamente, conforme seja nosso anelo para
conosco, e por certo estaremos em equilíbrio, mesmo nas
horas mais difíceis, pois o Pai está conosco e nos
ampara sempre.
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