A tarefa da educação
“Descer para ajudar é a arte divina de quantos
alcançaram conscienciosamente a vida mais alta.” (Emmanuel,
no livro Fonte Viva, cap. 72.)
Dentro do contexto social em que vivemos, a tarefa da
educação requer muita paciência, determinação e
persistência, pois que não se obtêm os resultados
desejados de forma imediata.
Orientar o povo ensinando-o a pensar, escolher caminhos
e agir dentro dos padrões da decência, dignidade e
excelsitude, requer de quem já identificou os reais
valores da vida, um esforço enorme e perseverante, uma
vez que não é nada fácil promover mudanças,
principalmente em se tratando da formação de caráter.
Em assim sendo, é de notar a dificuldade em encontrar
criaturas prontas para tal mister. Primeiro, porque quem
educa precisa ser educado, segundo, nem todos os que
estão preparados se arriscam a descer de suas posições
para estender as mãos aos que seguem na retaguarda.
Ajudar os necessitados de toda ordem é, sem sombra de
dúvida, a arte da fraternidade, ensinada por Jesus:
“amai-vos uns aos outros”, mas, em realidade, poucos se
dispõem a executá-la.
No entanto, mesmo ainda carentes de uma estrutura maior
e mais consistente, podemos, de nossa parte, oferecer
algo em favor daqueles que caminham junto de nós, pois
sempre estaremos abaixo dos que sabem mais, mas acima de
quem sabe menos. E, obviamente, esses últimos terão algo
a aprender conosco.
Perante as crianças que a vida colocou ao nosso lado,
demonstremos a elas exemplos de trabalho, ânimo e
coragem diante dos acontecimentos cotidianos, para que
identifiquem a necessidade da perseverança e
determinação, em todos os momentos da existência.
Ao lado dos adultos, com atos e ações, informemos
otimismo e alegria, honradez e honestidade, e eles
entenderão a necessidade de seguir seus dias pautados em
atitudes semelhantes.
No lar, ministremos lições de respeito e consideração,
amor e compreensão, pois a tarefa de conviver com
pessoas, mesmo no contexto de uma família, não é das
mais tranqüilas, pois muitas vezes a renúncia e a
resignação precisam temperar os nossos gestos e
comportamentos, para que consigamos manter o equilíbrio
do grupo todo.
Na rua, no lazer ou no ambiente de trabalho
profissional, a compreensão e a tolerância não podem
estar distantes de nós, isso porque situações existem
que somente uma grande dose de calma e serenidade será
capaz de informar que somos criaturas ajustadas e
prontas para a vida social.
Dessa forma, nunca podemos olvidar que educar é a arte
de dar bons exemplos, que marcam mais do que eloqüentes
e inflamados discursos. As palavras informam, orientam,
ensinam, mas os exemplos apresentados convencem muito
rapidamente.
Portanto, se já conseguimos nos enquadrar no contexto
daqueles que podem algo ensinar, em favor do progresso
da humanidade, não percamos tempo e saiamos a ofertar o
que temos de bom. Descer para ajudar os que seguem à
retaguarda é, incontestavelmente, gesto de quem já
vislumbrou suas reais finalidades na vida; a de servir
incondicionalmente.
E, em momento algum nos façamos superiores diante dos
inferiores e nem fortes diante dos fracos, usemos a
humildade e o amor e os nossos atos se cobrirão de um
magnetismo irresistível, envolvendo de forma salutar a
quem desejamos servir.