Pais e filhos sem telas
Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.
Rubem Alves
Não é nenhum segredo que usar telas é prejudicial para
as crianças. Contudo, muitas vezes os adultos não
consideram o seguinte fato: quanto mais a mãe e o pai se
entregam às telas, mais seus filhos se tornam viciados.
Crianças são altamente sensíveis ao ambiente ao seu
redor, especialmente ao comportamento dos adultos
próximos. Nós, pais e cuidadores, somos modelos de
comportamento, de habilidades e de competências. Ao nos
observar, o cérebro das crianças decide o que é
importante e o que tem propósito; ou seja, nossos filhos
se desenvolvem para ser o que nós somos…
Nossos filhos precisam de contato direto, olho no olho,
o que chamamos de jogo da troca, uma ação de bebê e
reação dos pais para estimular o desenvolvimento
adequado ao seu cérebro.
Desse modo, ao aumentar o tempo nas telas, os pais
deixam de dar atenção correta para os bebês e isso leva
a prejuízos muitas vezes irreversíveis na arquitetura de
um cérebro em formação. Quando os pais não dão atenção
para os filhos, isso os estimula a passar ainda mais
tempo nas telas, o que é mais prejudicial nos primeiros
anos de vida. Ou seja, ter essa exposição excessiva a
telas na infância é especialmente preocupante porque o
cérebro está em uma fase de extrema plasticidade e
consolidação. Mudar esse hábito depois é muito mais
difícil e exige um esforço significativo…
O uso excessivo de telas durante a infância e
adolescência pode trazer vários impactos para os filhos.
O excesso de estímulos digitais pode sobrecarregar o
cérebro infantil, levando a dificuldades de
concentração, dificuldade de aprendizagem, aumento da
chance de irritabilidade, alterações de sono e de
postura, visão, sedentarismo etc.
É um aspecto importante e não deve ser negligenciado
durante a passagem da infância: as crianças aprendem
trabalhando com as mãos e explorando o mundo com os
cinco sentidos. Quando passam tempo demais em telas,
perdem essas oportunidades. A longo prazo, isso pode
impactar a integração sensorial e o desenvolvimento
motor, algo essencial para a aprendizagem e o equilíbrio
emocional, afetando também a interação social.
Construir vínculos fortes exige convivência genuína,
pais presentes, rotina analógica, sábado no quintal,
domingo no parque com cachorro, bola ou bicicleta.
Tempo de qualidade com os filhos pequenos é tempo sem
telas. Estar fisicamente no mesmo ambiente, mas cada um
olhando para uma tela, não é estar junto de verdade…
Você concorda?
Notinhas
Em casa, limite o tempo de uso, estabeleça locais sem
telas, como refeições e quarto, evite telas duas horas
antes do sono para toda a família.
Ao chegar a casa, tenha dedicação exclusiva para os seus
filhos. Sim, o trabalho online pode esperar algumas
poucas horas na sua tarefa mais importante que é o
cuidar do seu bem mais precioso.
Para os filhos pequenos, desenhar, pintar, montar
quebra-cabeças e fazer artesanato ajudam na coordenação
motora e na criatividade.