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Psicologia e autoajuda
A sociedade vive um
clima de tempestade
emocional, submetida a
uma avalanche de
informações reais e
criadas (fake news).
Pessoas dos mais
diferentes níveis
cultural e social
participam de uma mesma
informação tirando suas
conclusões e aplicando
em sua vida diária como
se fossem verdades
únicas. Isso promove
alteração de
comportamento conduzindo
as pessoas a buscarem
ajuda rápida, na mesma
velocidade com que a
informação circula.
Nesse afã, os livros e
sites de autoajuda
entram em destaque. São
inúmeras as publicações
no mercado literário e
virtual oferecendo
técnicas de apoio,
prometendo resultados
instantâneos. Alguns
cuidados, portanto, são
necessários serem
tomados, para que os
resultados possam surtir
os efeitos desejados.
Deve-se observar que no
campo da Ciência, ao
buscarmos um
profissional para
atender as nossas
necessidades, devemos
saber, ou nos informar,
qual a especialidade
mais adequada que
corresponda a nossa
procura. Na Medicina, é
o clínico geral quem, ao
detectar a necessidade
de exames mais
específicos para fechar
um diagnóstico,
encaminha a pessoa para
a especialidade
adequada. Na clínica
psicológica, não é
diferente. Ao tomar
conhecimento das queixas
da pessoa, o Psicólogo
por ética, avalia se o
caso está na competência
da sua abordagem
técnica, ou se deverá
encaminhar para um (a)
colega que melhor poderá
atender o caso clínico
apresentado, que
certamente, irá ajudar a
pessoa na resolução das
questões apresentadas.
O profissional da
Psicologia se qualifica
na área que melhor se
identifica. Importante
esclarecer, que a
Psicologia é uma Ciência
que compreende o estudo
do comportamento e da
experiencia humana e
animal, examinada de
diferentes ângulos e sob
uma variedade de
técnicas, muitas das
quais, enfatizam a
importância da evidência
empírica como suporte da
explicação teórica. A
psicologia aplicada é um
termo geral usado para
classificar as áreas da
psicologia, cujas
teorias são empregadas
para lidar com situações
práticas e não em
situações de
laboratório.
“Tradicionalmente a
psicologia aplicada
inclui a psicologia
clínica, da educação,
industrial, ocupacional,
e outros ramos onde as
teorias psicológicas
podem ser empregadas
como psicologia
ambiental ou o estudo
das habilidades. A
psicologia clínica,
portanto, se interessa
pelo emprego dos
insights e métodos
obtidos da psicologia
teórica e da experiencia
clínica a fim de dar
assistência as pessoas
com problemas na vida ou
com dificuldades
psicológicas”. (*) Os
psicólogos clínicos
podem ainda fazer uso de
técnicas como: terapia
cognitiva, do
comportamento,
psicoterapia, terapia de
família, terapia de vida
passada, alcançando um
público de adultos,
crianças e adolescentes,
idosos, casos
limítrofes, neurologia,
pacientes psiquiátricos
etc. Devo acrescentar
que enquanto a
literatura científica
passa por uma validação
dos pares, submetendo os
achados a apreciação dos
pesquisadores que
estudam o mesmo tema. A
autoajuda por sua vez,
está a cargo da
avaliação e
validação do seu autor,
da experiencia por ele
vivenciada ou aprendida
empiricamente, não
passando por exames de
outrem para sua
validação. É notório que
técnicas propostas e
ensinadas nos livros e
seminários, podem
satisfazer as
necessidades imediatas
da pessoa, no grau de
sua compreensão e
adequação da situação
proposta. As técnicas
apresentadas, muitas
delas extraídas da
ciência psicológica,
quando compreendidas e
bem aplicadas, podem
alcançar os efeitos
desejados. Porém, a
presença do psicólogo na
abordagem terapêutica
jamais será dispensada.
Compete ao psicólogo
através de uma anamnese
cuidadosa, fazer um raio
x dos relatos e
respostas clínicas da
pessoa, e, em
conformidade com a
abordagem que pratica,
auxiliar e identificar
as origens das
dificuldades em lidar
com as questões
perturbadoras que
dificultam o bem estar
“biopsicossocial-espiritual”
e juntos, evoluírem as
mais diversas e
surpreendentes cirurgias
psíquicas, promovendo a
liberação de conteúdos
emocionais até então
enclausurados no
inconsciente, que
motivaram padrões de
comportamento que
moldaram perfis de
caráter que precisam ser
modificados, adequando
assim novos hábitos,
costumes e por
conseguinte, valores, na
sociedade em que vive,
em concordância com a
cultura e o
comportamento do momento
atual da história, etc.
Portanto, a magia da
relação dual psicólogo +
a pessoa, é única e
intransferível, pela
profundidade das
técnicas, a relação
terapêutica construída e
a importância do sigilo
profissional. A
autoajuda seria um
paliativo, uma pausa na
jornada para respirar;
enquanto o tratamento
psicológico, uma
cirurgia regenerativa e
libertadora dos males da
alma humana.
(*)
Stratton, Peter e Nicky
Hayes, A Student’s
Dictionary of Psychology
- Pioneira, SP.
Arleir Bellieny,
psicólogo clínico e
expositor espírita
internacional, é membro
fundador da AME-Rio e da
AME Internacional.
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