Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Lei do Trabalho


Melina, a abelha trabalhadora


Melina era uma abelha bastante trabalhadora. Na colmeia ela era conhecida por todo mundo. Sempre séria e atenta às suas tarefas, era a primeira a sair para o trabalho do dia e quase sempre uma das últimas a retornar.

Todas as abelhas costumam ser trabalhadoras, na verdade. Algumas voam longe para buscar o pólen das flores e depois fabricar o mel. Outras participam da construção da colmeia ou da sua segurança. Mas Melina era tão esforçada que queria fazer todas as tarefas.

Ela tinha boa vontade. Sabia que o bem-estar da colmeia dependia do trabalho delas. Então se dedicava ao máximo, em tudo que podia.

Melina tinha muitas virtudes já conquistadas como, por exemplo, a disciplina, a responsabilidade, a inteligência e a boa-vontade para colaborar. Mas ainda faltavam algumas coisas para ela aprender.

Com o passar do tempo, adquirindo conhecimento e segurança na execução de suas tarefas, Melina passou a reclamar das companheiras. Queria que elas fizessem tudo do mesmo modo que ela.

Vivia chamando a atenção das outras, exigindo rapidez e perfeição.

As outras abelhas não gostavam de ficar na mesma equipe que Melina e comentavam:

- Ela é muito exigente!

- Vive pegando no meu pé!

- Ela é muito orgulhosa. Pensa que só ela trabalha direito.

A cada dia, Melina ia ficando mais isolada das outras, mas nem percebia. Para ela só o que importava era trabalhar, sem parar.

Certo dia, o tempo estava fechado. Muitas nuvens no céu e muita umidade nas plantas, pela chuvinha fina que já tinha caído à noite. A colmeia sabia que aquele, provavelmente, seria um dia de descanso, já que as abelhas não costumam voar e nem trabalhar nas flores, em dias de chuva.

Mesmo assim, a abelha trabalhadora acordou cedo, como sempre, se arrumou e começou a falar:

- Vamos lá, pessoal! Temos que trabalhar! Está com jeito de chuva, mas pode ser que nem chova. Vamos! Deixem de preguiça!

Ouvindo isso, uma das abelhas se aborreceu e respondeu brava:

- Não é preguiça, Melina, você sabe muito bem que não devemos voar na chuva. Além de improdutivo, porque as flores estarão sem pólen e néctar, também é perigoso. Podemos nos acidentar com as asas molhadas.

Melina no fundo sabia que a outra abelha estava certa, mas ficou contrariada e, sem falar mais nada, abriu suas asas e voou para fora da colmeia.

Não demorou muito, começou a chover. No começo uma chuvinha fina, mas depois chuva mais forte.

Na colmeia, os comentários se espalharam e todas ficaram sabendo que Melina estava fora. Logo a abelha rainha foi também informada e quis saber por que isso tinha acontecido.

Algumas abelhas que conviviam mais com Melina foram chamadas e explicaram para a rainha tudo o que vinha acontecendo.

A colmeia, preocupada, esperava pela Melina, mas ela não voltava. Só à tarde, quando a chuva já tinha parado e o sol voltado a brilhar, é que duas abelhas, por ordem da rainha, foram procurar Melina.

Elas não precisaram ir longe para acharem a companheira, embaixo de uma folha. Melina estava bem, mas ainda molhada. As duas amigas agitaram as asas, fazendo ventar para ajudar Melina a se secar.

Assim que ela sentiu confiança, voou e as três voltaram para a colmeia.

A volta delas foi comemorada. Aliviadas e vendo Melina bem, as abelhas receberam-na com abraços carinhosos.

Depois de tomar uma boa dose de mel, para se recompor, Melina foi chamada para uma conversa com a abelha rainha.

- Desculpe, Rainha, sei que minha atitude foi imprudente e causou preocupação – disse ela.

- Você é uma trabalhadora experiente, Melina. Por que fez isso? Por que fica querendo trabalhar mais que as outras e até nos dias de chuva? Por acaso se acha melhor que as outras abelhas?

- Não, não é isso, rainha! Eu sei que não sou melhor do que elas e que preciso também delas para que a colmeia fique bem. É por isso mesmo que eu trabalho bastante e quero que elas também trabalhem. Precisamos do mel para vivermos. Precisamos da nossa casa bem construída e arrumada. É muito importante para nossas vidas nos esforçarmos ao máximo.

- Você está certa, Melina! Mas só parcialmente. É da lei de Deus que trabalhemos, mas que descansemos também. O repouso é necessário para a reposição das energias e também para equilibrarmos nossas vidas, com outros tipos de atividade, inclusive a convivência fraterna com nossas irmãs. Se você conseguir ajustar um pouco suas atitudes, contribuirá não só com você mesma, mas com toda a colmeia.

Depois da conversa, Melina pensou bastante nas palavras da rainha. Aos poucos ela conseguiu ir mudando seu comportamento. Ela foi deixando de ser tão exigente com as outras e até com ela mesma.

Começou a seguiu os horários de trabalho normais, praticados na colmeia, e assim passou a ter mais tempo para conhecer melhor as outras, dar risadas com elas e se divertir com passeios e brincadeiras.

Quando havia muitos dias seguidos de chuva, Melina ainda se preocupava com a baixa nos estoques de mel. Mas ela teve que aprender a confiar em Deus também.

E dessa forma, equilibrando mais sua vida, Melina pôde ter, não apenas uma casa segura e alimento gostoso, mas uma vida bem mais feliz.
 


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