
Divaldo Franco, depois de uma existência profícua,
retorna à pátria espiritual
Faleceu na última terça-feira, dia 13, o médium e líder
espírita Divaldo Franco. Nascido em 5 de maio de 1927 na
cidade baiana de Feira de Santana, ele havia comemorado
dias antes 98 anos de idade, uma longa existência em que
proferiu mais de 20 mil conferências em cerca de 2.500
cidades de 71 países.
O homem e a obra
Havendo psicografado mais de 270 livros nos mais
diversos gêneros literários, vários deles traduzidos
para 17 idiomas, Divaldo serviu como médium a mais de
200 autores desencarnados, com
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destaque para sua mentora Joanna de Ângelis,
pseudônimo usado pelo espírito de madre Joana
Angélica de Jesus, abnegada e |
valorosa freira baiana que dedicou sua vida a
Deus e à glória maior do convento que dirigia, à
porta do qual desencarnou heroicamente em 1822,
vitimada pelas baionetas inimigas. |
Além da intensa divulgação espírita por meio da palavra
e dos livros que psicografou, ele fundou em 1947, ao
lado de Nilson de Souza Pereira, desencarnado em 2013, o
Centro Espírita Caminho da Redenção e em 1952 a Mansão
do Caminho, que formam um complexo educacional e
assistencial com 44 edificações, distribuídas em ruas,
bosques e lago, em que são atendidas diariamente mais de
5.000 pessoas que procuram ajuda material, educacional e
espiritual.

Outro trabalho de larga repercussão foi o movimento Você
e a paz, de caráter ecumênico, que, lançado por ele
em Salvador no ano de 1998, espalhou-se por inúmeras
cidades, atraindo sempre em todos os lugares um público
numeroso.
A história gravada de uma vida
A Rede Globo, por sua afiliada na Bahia, produziu uma
excelente matéria sobre a trajetória e as atividades que
marcaram a presença de Divaldo nesta sua recente
passagem pelo mundo. A reportagem, que vale a pena ser
vista, pode ser acessada clicando-se em Divaldo
e sua trajetória
Orador amplamente conhecido no Brasil e no exterior, a
história de vida do estimado amigo foi registrada no
filme Divaldo, o Mensageiro da Paz, lançado em
2019, que pode ser visto, bastando para isso clicar em A
vida de Divaldo
Uma campanha injusta e sem sentido
Quanto aos contatos frequentes que mantivemos com o
grande médium mesmo antes do surgimento desta revista,
que ele incentivou e apoiou desde o primeiro momento, só
temos a agradecer, lembrando a todos que em julho de
2007 escrevemos e publicamos no jornal O Imortal uma
matéria intitulada “Volta à cena uma infeliz campanha
contra Divaldo Franco” que muito o comoveu, porquanto
até aquela data poucas vozes se ergueram na imprensa
espírita para reparar a injustiça daquela que chamamos
de “infeliz campanha”, uma reedição de algo que
acontecera 45 anos antes, quando Chico Xavier contava 52
anos de idade e Divaldo Franco, 35.
A campanha então reeditada tinha dois objetivos e
conseguiu, sim, parte do seu intento, que era afastar os
dois grandes médiuns, até aquele momento amigos
próximos, o que acabou ocorrendo por um prazo
aproximadamente de dez anos.
Nada como um dia depois do outro
Em homenagem à verdade e ao estimado médium, e também
para conhecimento de quem não a leu, reproduzimos a
parte final da matéria que publicamos há quase 18 anos,
quando Divaldo já ultrapassara os 80 outonos de idade:
“O outro objetivo, que foi sepultar a tarefa mediúnica
de Divaldo, eles não conseguiram lograr, como o tempo
acabou demonstrando. De fato, os estudiosos do
Espiritismo sabem que bastam a obra de Joanna de Ângelis
e os extraordinários livros de Manoel Philomeno de
Miranda para justificar a decisão correta, tomada por
Divaldo, de dedicar-se também à psicografia.
Por que o assunto voltou agora à baila? Fazemos esta
pergunta porque são inúmeras as razões pelas quais ele
jamais poderia ter voltado à cena:
1ª. A tola acusação de plágio ficou superada pela obra
extraordinária que Divaldo P. Franco passou a realizar
no campo da psicografia menos de dois anos depois
quando,
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em 1º de fevereiro de 1964, Joanna de Ângelis
assinou o prefácio do livro Messe de amor,
cuja qualidade literária e doutrinária não se
discute. |
2ª. Com o passar dos anos e atenuada a influência
perniciosa que envolveu aquele episódio, Chico Xavier
superou as próprias dúvidas e voltou a relacionar-se com
Divaldo e até mesmo a psicografar ao lado dele, como
ocorreu quando Osmar Freitas Filho, o Osmarzinho, de
Londrina, enviou uma linda mensagem a seus pais por meio
de Divaldo, no Grupo Espírita da Prece, após tê-lo feito
inúmeras vezes por intermédio de Chico Xavier.
3ª. No dia 7/2/1976, em Uberaba, o jornalista e escritor
Fernando Worm perguntou a Chico Xavier o que ele achava
da opinião de alguns que diziam que Divaldo ficava
mediunizado quando pregava, mas não quando psicografava.
Chico Xavier lhe respondeu: ‘Por qual razão Divaldo
estaria mediunizado enquanto fala e não enquanto
psicografa? Por que a distinção?’.
4ª. Em 22/2/1976, em carta constante do livro Moldando
o Terceiro Milênio, de Fernando Worm, que
contém o diálogo acima transcrito, Chico Xavier
escreveu: ‘Divaldo é bem o semeador que tomou as
sementes sublimes da palavra e saiu a semear. Deus o
abençoe nas tarefas a que se dedicou.’
5ª. Divaldo tem psicografado em público mensagens
grafadas em idiomas desconhecidos, como prova o livro Hacia
las estrellas, todo ele escrito em espanhol, ditado
por Espíritos de diferentes países, primeira obra no
gênero em que alguém que não conhece o idioma escreve
mediunicamente um trabalho desse porte.
6ª. A recepção de mensagens especulares, que para serem
lidas é preciso o concurso de um espelho. A primeira
delas foi grafada por Joanna de Ângelis no programa da
TV Uberaba intitulado ‘A Bigorna’, depois de uma
entrevista de duas horas com várias personagens. O fato
voltou a se repetir por duas vezes nos Estados Unidos,
bem como na França por ocasião do Congresso Espírita
Mundial realizado em Paris e no último Congresso
Espírita Brasileiro realizado em Brasília, perante um
grande público e emissoras de televisão, salientando-se
que em alguns casos a mensagem foi psicografada em
inglês ou alemão.
7ª. O próprio Chico Xavier participaria mais tarde de
duas conhecidas obras de Manoel Philomeno de Miranda
psicografadas por Divaldo. A primeira vez em 15/5/1982,
quando André Luiz, por
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seu intermédio, prefaciou o livro Nas
Fronteiras da Loucura, e a segunda em
30/7/1983, quando Dr. Bezerra de Menezes, pelas
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mãos de Chico Xavier, prefaciou a obra Painéis
da Obsessão. |
Além disso, Chico Xavier recebeu mais cinco prefácios
dos amigos espirituais para livros psicografados por
Divaldo e dentre essas obras figura ... E o amor
continua, psicografada por Chico e Divaldo no Grupo
Espírita da Prece, em Uberaba.
Acresce ainda dizer que as pessoas que reeditam essa
campanha não deveriam ater-se à opinião de uma única
pessoa, mas ouvir também, sobre o tema, outros como, por
exemplo, os dirigentes da Federação Espírita Brasileira,
cujos esclarecimentos não poderiam ter sido sonegados ao
povo brasileiro na reportagem veiculada pela TV, e muito
menos agora, embora Divaldo Franco não necessite de quem
o defenda, visto que sua obra extraordinária, inclusive
na área do livro, fala por si mesma.”
Com o pensamento voltado a Deus, só nos cabe agora
expressar ao valoroso companheiro e amigo a nossa
gratidão por todo o bem que fez a todos nós,
enviando-lhe o nosso abraço carinhoso e as nossas
melhores vibrações.
Que Deus o abençoe sempre, este é o nosso singelo
pedido.