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Tributo
ao médium Divaldo
Pereira Franco
No panteão das almas que
serviram diligentemente
na disseminação da
doutrina dos Espíritos,
um lugar muito especial
ocupa o médium baiano
Divaldo Pereira Franco
(1927-2025), ao qual o
nosso inolvidável
Francisco Cândido Xavier
um dia observou ostentar
uma “estrela na boca”.
De modo geral, o nosso
legado na vida fala por
nós, e o do Divaldo
certamente nos deixa
espiritualmente muito
mais informados e
esclarecidos mercê do
seu incansável esforço.
Lembro-me que estávamos
lá pelo início da 2ª
metade dos anos 1980 –
não me recordo
exatamente a data. Num
ensolarado domingo fui,
atendendo a um convite
de uma amiga muito
querida, e que, nas
voltas que a vida dá,
seria minha futura
companheira, assistir a
uma palestra do famoso
médium, no Centro de
Convenções do Anhembi,
em São Paulo.
Confesso-lhes que fiquei
extremamente
impressionado com a sua
performance como orador.
Apesar de ter tido a
oportunidade de conhecer
outros respeitáveis ao
longo da minha vida, de
inúmeros setores e
áreas, nunca vi alguém
como ele.
Em decorrência disso,
passei a ler com
sofreguidão as
monumentais obras
ditadas pelos Espíritos
Joanna de Ângelis,
Amélia Rodrigues, Manoel
Philomeno de Miranda,
Vianna de Carvalho,
entre outros expoentes
da espiritualidade, por
ele (um maravilhoso vaso
mediúnico)
psicografadas. São
livros meus de
cabeceira, os quais
compulso quase que
diariamente estudando e
aprendendo, assim, um
pouco mais sobre a
sabedoria divina.
Infelizmente, não tive a
oportunidade de
conhecê-lo pessoalmente.
Portanto, as minhas
impressões são
exclusivamente oriundas
da sua obra como médium,
líder religioso e
filantropo. Nesse
sentido, vale ressaltar
a riquíssima biografia
de Divaldo Franco, a
saber:
· realizou
mais de 20 mil
conferências, em mais de
2.500 cidades e 71
países ao redor do
mundo;
· possui
270 obras publicadas que
geraram mais de 10
milhões de exemplares
vendidos;
· deixou
um legado literário
(espírita) que abrange
mais de 200 autores
espirituais nos mais
diversos temas e gêneros
textuais que utilizaram
da sua abençoada
mediunidade;
· suas
obras foram traduzidas
para 17 idiomas,
iluminando milhões de
pessoas com consolo,
esperança e
espiritualidade;
· foi
um dos maiores médiuns e
oradores espíritas de
todos os tempos;
· fundou
juntamente com Nilson de
Souza Pereira
(desencarnado em 2013),
o Centro Espírita
Caminho da Redenção
(1947) e a Mansão do
Caminho (1952),
admirável obra
educacional e
socioassistencial com 44
edificações, que atende
diariamente mais de 5
mil pessoas;
· adotou
mais de 650 filhos, que
cresceram nas antigas
casas-lares da Mansão do
Caminho; e
· em
razão desse trabalho
infatigável recebeu mais
de 800 homenagens de
instituições culturais,
sociais, religiosas,
políticas e
governamentais.
Prosseguindo a vida, em
dado momento a minha
finada companheira fez
uma assinatura ofertada
pela Livraria Espírita
Alvorada Editora, que
consistia na aquisição
de DVDs das suas
fenomenais palestras e
os exemplares da Revista
Presença Espírita (à
qual tive o privilégio
de cooperar como
articulista por vários
anos, particularmente
quando o Nilson a
dirigia). Desse modo, ao
longo do tempo continuei
lendo-o e ouvindo-o
avidamente. Como
expositor utilizei
trechos das obras de
Joanna de Ângelis e
Amélia Rodrigues em
inúmeras ocasiões. Na
minha última, aliás,
tive a alegria de
recorrer a um fantástico
texto de Joanna,
extraído do opúsculo Filho
de Deus,
psicografado pelo
médium.
Sempre me intrigou, no
orador Divaldo Franco,
como ele conseguia citar
com tamanha desenvoltura
e precisão tantas datas,
personagens, eventos,
histórias, sem falar nas
lições imortais.
Considerava sua
habilidade nesse
particular quase
sobre-humana.
Entretanto, um dia lendo
o prefácio/explicação do
livro Primícias do
Reino, ditado pelo
Espírito Amélia
Rodrigues, finalmente
descobri.
Na referida obra Divaldo
informa que:
“Todas as vezes que era
convidado a tecer
comentários sobre o
Evangelho, sempre tive a
impressão de ver os
cenários dos
acontecimentos, as
personagens, como numa
tela de cinescópio, em
embora o vocabulário
muito limitado, sob a
forte inspiração que
dominava nesses
momentos, era-me e é-me
possível descrevê-los e
reproduzir os diálogos
expressivos, em
narrativas emocionantes
e vivas [tais quais eu
pessoalmente sempre
senti, diga-se]. Vezes
outras, para minha
própria surpresa,
sentia-me como que
momentaneamente fora do
corpo físico, e enquanto
falava
automaticamente...
sentia-me um espectador,
não produzindo qualquer
esforço mental de
inteligência ou memória,
durante todo o tempo da
‘palestra’,
surpreendo-me com as
citações e o
conhecimento dos fatos
que, no estado normal,
me são inteiramente
ignorados”.
Seja como for, as suas
falas, histórias, verve,
inteligência oratória e
vibrantes narrativas
sempre serão ecoadas aos
corações ávidos de
avançar espiritualmente.
Por tudo isso, Divaldo
Franco foi um
valiosíssimo instrumento
mediúnico da
espiritualidade. Cumpre
também reconhecer que
ele foi um excepcional
embaixador do
Espiritismo, ao levar os
seus postulados e
princípios ao mundo como
ninguém havia feito.
Vejo-o, portanto, como
um missionário de Jesus
altamente graduado, que
nos trouxe o pão
espiritual.
Descanse um pouco agora,
Divaldo. Você merece
toda a nossa gratidão,
reconhecimento e
inspiração.
Até um dia, querido
irmão!
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