O discípulo do Cristo é o braço
do evangelho
Como sal da Terra, urge dar sabor à cultura da
humanidade.
“Quanto mais clara a nossa luz, mais alta a
nossa dívida com as sombras”. - Emmanuel
“Muito se pedirá àquele que muito recebeu”, já
alertava Jesus! Portanto, quanto mais sublimes e
expressivos são os talentos de que dispomos,
maiores e melhores ecônomos devemos ser no
socorro às vítimas do mal.
Enquanto muitos cristãos se imobilizam e
malversam talentos ante a imagem do Cristo
pregado – sanguinolento e paralítico – na cruz
da ignomínia, os Espíritas-Cristãos devemos nos
transformar em Seus braços despregados para as
muitíssimas e diversificadas tarefas da Sua
Vinha, Vinha essa muito grande e que conta com
poucos tarefeiros fiéis e abnegados...
O trabalho em favor do próximo, em especial dos
sofredores, aliado à humildade, é bem a
expressão - na prática - do amor que cobre a
multidão de pecados, pois ambos, unidos e bem
dinamizados, imunizam o homem contra o vírus do
personalismo soez, do egoísmo, da vaidade e do
orgulho, esses contumazes dilapidadores de
talentos e, por outro lado, favorecem a alforria
espiritual.
Os sofredores de hoje, de todos os matizes, são
aqueles que não souberam multiplicar os talentos
no passado: malversaram os valores e o tempo.
Agora buscam socorro e compreensão... Não seja,
portanto, dos que abrem os braços à dor, mas
exigem, avinagram e abandonam rápido, saturados,
os tentames do bem. Quando a falta de recursos
econômicos se faz presente, sempre temos algo
para doar: a prece, o passe, a água
fluidificada, a palavra de incentivo e
encorajamento... Não se lhes pode recusar o
amor.
Diz Joanna de
Ângelis: “(...)
se esperas encontrar à tua disposição a
Misericórdia Divina, amanhã, sê, agora, o
mensageiro dela em relação aos que te batem à
porta, te pedem e te buscam, executando o mais
meritório esforço na caridade sem jaça: dar e
dar-se sempre sem limite”.
No prefácio de
seu primeiro livro, na condição de Espírito,
Deolindo Amorim, através da mediunidade de Elzio
Ferreira de Souza, alerta: “nosso
papel não é o de requisitar luzes no palco da
vida física para qualquer espécie de estrelato,
mas de acendermos no próprio coração a luz da
compreensão, a fim de poder ajudar àqueles que
ainda permanecem nas sombras, estagiando na
aprendizagem com suas lutas naturais tão
necessárias ao aperfeiçoamento do indivíduo”.
Através da mediunidade abençoada de Divaldo
Franco, o Dr. Bezerra de Menezes, paternal como
sempre, enviou também uma mensagem de alerta
para todos nós, por ocasião do encerramento do
VII ENTRADESP – Encontro de Trabalhadores e
Dirigentes Espíritas, em Foz do Iguaçu - PR:
“(...) estamos no limiar de uma nova era. A nós
espíritas, falidos de outros tentames, está
reservada uma tarefa de dignificação. Nós não
somos outros. Somos espíritos que nos
comprometemos muito. Nosso contato com Jesus não
é de primeira vez. Muitas vezes Lhe prometemos
fidelidade, e logo depois traímos-Lhe a
confiança.
Nós ouvimos as vozes do além diante das
fogueiras acesas, nas grutas e nas montanhas do
Himalaia e do Tibet e, logo depois, descemos ao
rio Ganges e ao rio Indo para matar. Escutamos a
boca profética na intimidade dos santuários
egípcios, para logo depois descermos o rio Nilo,
disseminando a morte e a destruição. Nós ouvimos
as vozes da Imortalidade no Panteon da história
grega e nos grandes templos de Roma; e depois de
inebriados pelas vozes, atiramo-nos nas
cidades-estado, ou nas legiões devoradoras,
espalhando a morte e a destruição. Nós ouvimos
Jesus e os Seus discípulos, e em Seu nome
levantamos instrumentos de flagício, ateamos
fogueiras, fizemos peregrinações, construímos
tribunais, em nome do amor, para destruir...
Que a nossa atitude diante do Espiritismo seja
diferente!...
As vozes que vêm da Imortalidade conclamam-nos
ao renascimento espiritual, a uma mudança de
atitude para com a vida. Não é importante o que
façam conosco, mas é de alta valia o que nós
façamos com os outros. Que não seja levada em
consideração a agressão que chega até nós, mas
que tenhamos em mira não agredir a ninguém.
Fomos convidados, como sal da Terra, para dar
sabor à cultura da humanidade. Que sejamos
aqueles que não apenas carreguemos a luz, porque
uma luz erguida sobre a cabeça projeta sombra no
chão; que sejamos homens e mulheres-luz, para
que a claridade se esparja em todas as direções.
Hoje é o dia; não amanhã. Agora é a hora; não
mais tarde...
Entoemos hinos de beleza à vida, de amor à
humanidade e de gratidão a Deus, e levemos
conosco, onde quer que estejamos, o sopro
alentador da fraternidade.
Sejamos nós aqueles que amemos, aqueles que
entendamos, aqueles que construamos o novo
mundo. Nós precisamos muito de Jesus, mas Jesus
precisa muito de nós. Ele vai falar ao mundo
pela nossa voz, vai ver o mundo pelos nossos
olhos, vai ouvir as dores do mundo pelos nossos
ouvidos, mas vai atender o mundo através das
nossas mãos. Que sejam nossas as mãos que
edifiquem o Reino de Deus no coração da
humanidade!...”