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por Roni Ricardo Osorio Maia

 

Breves indagações


Apresentaremos nossas percepções em função da atualidade textual constante de A Gênese, Terceira Parte – As Predições Segundo o Espiritismo – Capítulo XVIII – Os Tempos são chegados. Desde quando o globo terrestre se acomodou, em sua formação geológica, e, se tornou habitável, a fim de acomodar e acolher os moradores nesse planeta, por aqui confirmaram-se previsões e acontecimentos profetizados por homens e médiuns daqueles recuados séculos, em termos de uma transformação. Contudo, como se darão essas predições? O Missionário da Luz enfatizou que erroneamente se acreditou em uma devastação climática, assim como as desordens das leis que regulam a natureza, no entanto não se deverão esperar ambas as alternativas catastróficas prenunciadas como os sinais dos tempos.

Existe uma previdência de um equilíbrio universal e o homem dá mais atenção ao misticismo e ao sobrenatural, coloca em dúvida a sabedoria divina que ultrapassa nosso entendimento primário, em função da marcha do progresso. A Terra progrediu e favoreceu aos habitantes da mesma forma o adiantamento, as civilizações progrediram e ainda melhorarão. Em pleno século XXI acompanhamos essa transformação científica, neste caso, as invenções e tecnologias capazes de resolver uma série de inconvenientes que, até então, atrapalhavam certas regiões. Um exemplo é a dessalinização da água marinha em locais desprovidos de água potável, como é realizado na Arábia Saudita, em regiões do Oriente Médio e na África. 

Porém, os progressos materiais e morais não ocorrem em conjunto. Os primeiros se percebem; os segundos demandarão algum tempo e dependerão da capacidade individual de escolha do homem, o conhecido livre-arbítrio. Vemos povos sacrificados presos às técnicas ultrapassadas nas culturas agrícolas, como nos países mais pobres da África, outros regidos por regimes autoritários, e nichos populacionais com qualidade de vida elogiável, como é o caso dos países nórdicos.

O progresso de nossa humanidade se atém com base nas leis naturais e imutáveis, daí Kardec ter registrado no referido livro que os tempos demarcados por Deus são chegados; bem como germinam os frutos em um pomar para a esperada ceifa pelo agricultor ou cultivador das espécies. A harmonização da natureza à nossa volta comprova o que poderemos entender por vontade divina, e, atender às nossas expectativas para se compreender esse regimento de leis e ordens superiores. Bastará observarmos o céu e constataremos o equilíbrio universal, como acontece diariamente o dia e a noite.

As inteligências que povoam o Universo, sob a égide soberana do Criador, se articulam a tudo e promovem a estabilidade. É uma ordem perfeita. O olho nu pela noite em locais desprovidos de poluição e clima nublado detectarmos as constelações infindáveis de estrelas, em lugares bucólicos, áreas campestres, onde impera a natureza; poderemos constatar todo esse potencial em perfeita sintonia com o Cosmo. Um céu estrelado à noite nos prova isso tudo, e mais, nos faz filosofar sobre a vida...

A astronomia avançou consideravelmente, o que Kardec apresentou no século XIX, com pesquisas realizadas nos mapas e estudos para a obra, em tela,  os apontamentos, por ele realizados, em meados do recuado tempo, avançaram na temporada em que estamos, onde as pesquisas siderais ganharam maior projeção, como as imagens enviadas pelo telescópio americano Hubble (atualmente substituído pelo James Webb), ou de sondas espaciais, com enorme variação de constelações no plano universal; e a nossa galáxia, a Via Láctea, é um dos pontos ínfimos em termos de descobertas de novos sistemas solares, distantes em bilhões de anos-luz da Terra.

Por outro lado, paralelamente a essas conquistas e descobertas, um novo patamar despontará outras fases no orbe terreno. Kardec indicou uma alteração nos valores, que irá reinar entre os homens, será a caridade plena, propícia ao bem-estar geral das criaturas, faltará muito ainda, sabemos disso; todavia, o caminhar é progressivo. A prosperidade trafega junto aos homens, será preciso reaver o que foi o mundo e como está no momento, não há que se duvidar que tudo seguirá consoante os desígnios superiores.

O egoísmo e o orgulho, indicados entre algumas paixões dominantes, cederão espaço aos sentimentos fraternais como alternativas aos séculos futuros na era da regeneração afiançada ao planeta. Aqueles espíritos incumbidos dessa modificação sucessiva estão a postos e muitos encarnarão na nova categoria planetária, em termos morais bem melhores com dádivas e vivências salutares nas relações interpessoais das futuras civilizações.

Nesses tempos, porém, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a uma região, a um povo, a uma raça; é um movimento universal que se opera no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tenderá a se estabelecer, e os homens que não lhe opõem obstáculos trabalharão para o seu sucesso. A geração futura desponta desimpedida dos velhos costumes, e mais depurada com novas ideias e anseios bastante diferentes das civilizações de outrora.

Tudo se move para se adequar ao controle e precisão naturais, duvidamos muitas vezes, ao assistirmos catástrofes climáticas, entretanto, está compatível com o Eterno, que abre suas portas aos nossos anseios e incertezas. Foi assim desde o início, tem sido no presente, será no porvir, como bem citou Emmanuel, no livro A caminho da luz, quando descreveu o nascimento do planeta Terra há todo um encadeamento natural sob controle do Sempiterno.

Segundo Kardec os movimentos e os cataclismos do orbe foram evidentes e necessários à sua formação; agora outros motivos agitam nosso mundo, são permeados por raças diferenciadas, em épocas distintas, realizam progressos setoriais, haja vista, o modelo japonês, um país devastado pelos EUA na Segunda Guerra Mundial, com a prepotência de uma bomba atômica que arrasou as cidades de Hiroshima e Nagasaki e foram reerguidas; recentemente, ano 2011, um terremoto, seguido por um tsunami devastou parte continental, e, ceifou vidas, os japoneses se recuperaram, em pouco tempo, os  nipônicos demonstraram a capacidade humana  de superação, além da união capaz de mobilizar toda uma coletividade.

Caberá à Doutrina do Espíritos uma nova ordem das coisas que impulsionará mais ações fraternais e mundiais. Em passos largos naquilo que, um dia, foi estanque noutros séculos, agora com dinamismo, em termos caritativos, de forma espalhar sentimentos altruísticos voltados ao bem comum. No Brasil, é deveras notório, principalmente, o Movimento Espírita, tolerado e respeitado, vale-nos, aqui destacar, a cidade onde residimos, Volta Redonda (RJ), na região Sul Fluminense, com mais de cinquenta instituições espíritas fundamentadas nos postulados organizados por Allan Kardec. Por isso, indagamos dos caros leitores:

Qual Ciência poderia trazer ao homem a certeza da sua perpetuação como ser?

Qual Doutrina Filosófica foi capaz de aprimorar a constatação de que a vida continuará noutra dimensão?

Qual Religião do mundo possibilitou revelar os ditos mistérios do Além-Túmulo?

Ao Espiritismo coube tais respostas de nossas inquirições anteriores ao descortinar ideias falsas, explicar libelos quanto a veracidade de seus ensinos e a dignidade do seu representante, o respeitado mestre francês Rivail que precisou de um pseudônimo, devido sua popularidade, quando a nova doutrina despontava em Paris, no século XIX; amparado pelas almas que viveram na Terra, inclusive, muitos reconhecidos publicamente, como as figuras canonizadas pela Igreja: Agostinho, Louis IX, Vicente de Paulo, João Evangelista, Francisco Xavier,  e Paulo  apóstolo; escritores destacados como Lacordaire e Fénelon, o médico alemão Hahnemann. Diante disso, frisamos em nossas breves indagações que, nada mais racional e mais grandioso perante o Criador e sua lei impoluta e uma regra insofismável que a tudo vê e a tudo provê. E a vida espiritual e a corporal são apenas dois modos de existências, que se alternam para as devidas realizações dos progressos individuais e coletivos.

 

Roni Ricardo Osorio Maia reside em Volta Redonda (RJ).


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita