Diferentes classes
Este é um detalhe imprescindível da Ciência Espírita.
Como acentuou Kardec no item VI da Introdução de O
Livro dos Espíritos: “Vamos resumir, em poucas
palavras, os pontos principais da doutrina que nos
transmitiram”, sendo esse destacado no título um deles.
Sim, porque esse detalhe influi diretamente na
compreensão exata da imortalidade e comunicabilidade dos
Espíritos. Aliás, vale dizer ainda que é no início do
referido item que o Codificador também destaca: “(...)
os próprios seres que se comunicam se designam a si
mesmos pelo nome de Espíritos (...)”.
Vamos ao trecho em destaque: “Os Espíritos pertencem a
diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem
em inteligência, nem em saber, nem em moralidade.
(...)”.
Essa diferença faz compreender a diversidade dos
fenômenos por eles produzidos e também previne de
decepções, enganos, deturpações. Sempre que
considerarmos, em qualquer comunicação, esse detalhe
fundamental de diversidade nas condições dos Espíritos,
estaremos vacinados contra fraudes e tentativas de
manipulações. Por isso a preocupação sempre constante de
Erasto, especialmente, e do próprio Kardec, em orientar
na direção do bom senso e do discernimento na análise
das comunicações.
Busque-se ainda, em O Livro dos Médiuns, na
segunda parte, os valiosos capítulos XXIV – Identidade
dos Espíritos, XXVI – Perguntas que se podem dirigir aos
Espíritos, para ampliar esse entendimento.
Mas, voltemos ao citado item da Introdução em O Livro
dos Espíritos, valiosíssima na compreensão geral:
“Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma
categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes
graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por
meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a
outros como missão. A vida material é uma prova que lhes
cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a
absoluta perfeição moral.” Genial! Que clareza!
Em poucos itens transcritos, apesar da grandeza
doutrinária daquele item, na íntegra, em referência da
citada Introdução, – que expressivamente recomendamos
aos amigos – temos neles uma compreensão grandiosa para
entendermos os embates da vida material e mesmo os
cuidados com as comunicações que podem ser de espíritos
ignorantes, maldosos, maliciosos, manipuladores ou
fraudulentos, mas também de espíritos moralizados,
operantes no bem, apoiadores da vida humana, benfeitores
e de generosas iniciativas de amparo a todos os demais,
estejam na vida material ou na vida espiritual.
A Ciência Espírita é magnífica, por isso é preciso
estudar, atentar-se aos detalhes significativos – como
este evidenciado –, para uma compreensão exata que evita
distorções, ilusões, fraudes e outras manipulações. A
crença cega nunca é recomendada. O bom senso recomenda,
isso sim, análise ponderada e imparcial de tudo que vem
dos espíritos, compreendendo que eles estão em
diferentes graus de sensibilidade, conhecimento e
moralidade. Quando agimos desapaixonadamente, nos
prevenimos dos enganos promovidos pela ilusão ou pela
distração.