Entrevista

por Orson Peter Carrara

Da timidez à falta de união no movimento espírita: visão do entrevistado bem reflete essa realidade


 
Natural de Mamanguape (PB), bacharel em Ciências Contábeis com MBA em Gestão de Pessoas, bancário na ativa e residindo em João Pessoa (PB), José Correia de Queiroz Filho (foto) é integrante do Centro Espírita Lar de Jesus e um dos diretores da Federação Espírita Paraibana, bem como adjunto da Regional Nordeste da Área de Comunicação Social Espírita. Nesta entrevista ele nos fala sobre sua vivência espírita.

 

Como conheceu o Espiritismo?

De família eminentemente católica, o Espiritismo apareceu para mim na juventude, quando buscava esclarecimento e socorro para alguém a quem me afeiçoei e que estava passando por um processo de obsessão. Assim, procurei na Doutrina o esclarecimento dos processos, com a leitura de obras com o escopo desta temática, afeiçoando-me ao estudo e ao viés Consolador do Espiritismo. Aquilo era, para mim, como se tivesse reencontrado algo muito precioso que estava esquecido, ou perdido. Tudo era muito fácil de entender e muito lógico ao olhar.

O que mais lhe chama atenção na Doutrina Espírita?

A clareza, a lógica dos fatos e a certeza da governança de Jesus em todo o Orbe.

Como vê o movimento espírita atual?

A meu ver, o movimento espírita anda movimentando-se pouco. Pois, diante de tanto esclarecimento e luz, ainda se intimida, ou, sei lá, acovarda-se diante de questões tão óbvias, às vezes, e ainda consegue ser pouco unido e pouco fraterno consigo mesmo. Poderíamos agir mais, a exemplo de Jesus e Kardec, fazendo da fé raciocinada um porto seguro para uma ação mais fiel nas escolhas, nas atitudes e nos pensamentos. Sair da teoria para a prática. Termos mais coragem de expor os ideais espíritas.

De suas vivências com o ideal espírita, o que lhe tem sido de grande importância? Por quê?

O esclarecimento da realidade que a Doutrina proporciona. Uma vez que dá para perceber que a cada dia você se encontra mais seguro diante dos desafios imensos dos tempos atuais. Sem o conhecimento que a Doutrina proporciona, sinceramente, não sei se teria hoje alguma fé em um amanhã melhor.

No movimento de unificação no estado, quais as maiores dificuldades e quais os maiores benefícios já colhidos?

O maior desafio está em sermos mais empáticos e fraternos; isso está em nós mesmos. É chegar até o outro, não como alguém que está trazendo uma "varinha de condão", ou levando "a verdade". Quando se dispõe de tempo e boa vontade para somar, os resultados são visíveis, pois vamos unindo forças e conquistando confiança.

Sobre sua experiência de palestrar, o que tem a dizer?

Gosto de fazê-lo. Sinto que a espiritualidade ajuda demais e que, a cada tema exposto, nós mesmos crescemos e aprendemos mais. Beneficiamos, mas somos os mais beneficiados.

Qual sua preferência na escolha dos temas?

Falar do Evangelho e Jesus

E como tem sentido a interação do público ouvinte?

Sinto que conseguimos o intuito de fazer a mensagem ser entendida e que o público leva sempre algo para refletir em casa.

Alguma recordação marcante nestes anos todos?

Temos um amigo, que conheci no Centro Espírita Lar de Jesus, que já desencarnou. Porém, quando do término de uma palestra que fiz lá, faz algum tempo, uma das médiuns da casa relatou-me que todas as vezes que eu vou fazer palestra esse amigo vem assistir, pelo simples fato de apreciar a forma com que exponho as falas.

Suas palavras finais.

A Doutrina é algo arrebatador e que, de fato, consola, ensinando-nos que a vida é bela em todos os sentidos e que Deus, nosso Pai, não quer nos ver sofrer, pois o caminho é de amor para o amor. E só o amor é que cobre uma multidão de pecados. Porém, jamais podemos esquecer que a obra é do Senhor, mas a tarefa é nossa... 


 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita