Joias da poesia
contemporânea

Autoria: Antero de Quental

 

Eterna lei

 

A Terra disse ao Tempo: — “Aonde me levas,

Cavaleiro invisível, mudo e errante,

Que a luta me renovas, cada instante,

Desde as primeiras formações longevas?

 

Monstro que me apavoras e me enlevas,

Porque, seguindo a passo de gigante,

Trazes a luz do dia fulgurante

E amortalhas o dia, sob as trevas?!…”

 

Mas o Tempo clamou: — “Escuta e lida!

Eu sou teu companheiro para a vida,

Impelindo-te aos sóis da eternidade!

 

Tudo altero em teu seio, polo a polo,

Desde as nações aos vermes de teu solo,

Menos a Eterna Lei da Caridade.”

 

Do livro Poetas redivivos, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita