|
O
intercâmbio entre os
mundos é um fato natural
Se é verdade que existem
no Universo muitos
planetas habitados, há
algum intercâmbio entre
eles? E neste caso como
isso se realiza?
A questão acima foi-nos
proposta por uma
companheira que naquele
momento dava seus
primeiros passos no
estudo da doutrina
espírita e, portanto,
não sabia que a
pluralidade dos mundos
habitados é, como já se
disse tantas vezes, um
dos princípios
fundamentais do
Espiritismo.
Na obra da criação
divina, entre os mundos
destinados à encarnação
de Espíritos em estágio
probatório ou
expiatório, encontra-se
a Terra, uma das
inumeráveis habitações
do ser humano. Mas não
apenas ela, porque são
incontáveis os mundos
que abrigam humanidades
semelhantes à nossa, não
sendo o homem terreno o
único ser corpóreo
dotado de inteligência,
racionalidade e senso
moral no Universo.
Criado simples e
ignorante, dotado de
livre-arbítrio e
inclinado tanto para o
bem quanto para o mal,
falível portanto, o
Espírito sujeita-se a
encarnar e reencarnar,
experimentando múltiplas
existências corporais na
Terra ou em outros
planetas, tantas vezes
quantas forem
necessárias para ultimar
sua depuração e colimar
seu progresso.
Esse processo realiza-se
por meio da alternância
sucessiva das
existências humanas nos
dois planos da vida, o
corpóreo e o espiritual.
O Espírito reencarnado,
enquanto seu corpo vive,
fica vinculado ao mundo
em que reencarnou.
Desencarnado, passa ele
à condição de Espírito
errante, termo que
designa o indivíduo que
necessita reencarnar
para depurar-se e
progredir.
Na condição de errante –
ou seja, no estado de
erraticidade – o
Espírito continua a
pertencer ao mundo onde
vá reencarnar, mas, não
estando a ele fixado
pelo corpo, é mais livre
e pode até mesmo visitar
outros mundos, com a
finalidade de se
instruir.
As migrações de
Espíritos de um para
outro planeta constituem
um fato natural.
Uns emigram por força do
progresso realizado, que
os habilita a ingressar
em um planeta mais
adiantado, o que é um
prêmio para eles;
outros, ao contrário,
são excluídos do mundo a
que pertencem por não
haverem acompanhado o
progresso moral atingido
pela humanidade desse
mundo. Emigram, então,
para mundos inferiores
àquele em que viviam.
O exílio que lhes é
imposto constitui
verdadeiro castigo, que
a lei de justiça impõe
aos recalcitrantes no
mal, escravizados ao
orgulho e ao egoísmo.
Mas, é bom lembrar,
passando a reencarnar em
planetas condizentes com
seu nível evolutivo,
eles terão também, como
é natural,
possibilidades de
atingir um dia a meta
para a qual todos somos
destinados, que é a
perfeição.
Acresce, ainda, dizer
que os habitantes de
mundos mais adiantados,
a exemplo do planeta
Júpiter, procuram
auxiliar os planetas
mais atrasados, o que
implica um intercâmbio
intenso entre eles.
No caso do planeta
Terra, o intercâmbio com
Júpiter é mencionado por
Allan Kardec na Revista
Espírita de 1858,
pág. 115, conforme
tradução feita por Júlio
Abreu Filho publicada
pela EDICEL.
As principais ocupações
dos habitantes de
Júpiter – diz a mesma
fonte – são o
encorajamento dos
Espíritos que habitam os
mundos inferiores, a fim
de que perseverem no bom
caminho. Não havendo
entre eles infortúnios a
serem aliviados, vão
procurá-los onde esses
existem. A Terra é,
obviamente, um desses
lugares.
|