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por Fernando Rosemberg Patrocínio

 

Ateísmo: praga da humanidade


Parece-nos complicado, difícil e até mesmo um tanto ininteligível falarmos de coisas que ignoramos, que parecem, ainda, não estar de fato em nós: os mais rebeldes, ou mesmo os mais intelectuais que morais, e creio ser este justamente o ponto!

Ora, é claro ser um tanto embaraçoso falar de algo que parece não habitar nosso íntimo e estar, sempre, nos escapando do cogitar, e, pois, de nossa mais orgulhosa razão! E tais coisas de nós mesmos são: do existir de Deus e do existir do Amor em nossos duros corações!

No tocante a Deus é até mais razoável saber de sua existência, pois que “não há efeito sem causa”, e, pois, nós próprios, a Natureza e o Universo em toda a sua complexidade de Leis astronômicas e sábias, hão de ser obra não de um acidente casual, mas, sim, de um Supremo Autor de Tudo, um Divino-Criador; agora, quanto a se penetrar sua essência, bem como sua infinita criação e presença em Tudo e em Todos nós, é algo um tanto mais ininteligível, escapando de nossa razão e compreensão.

Já no tocante ao Amor em nós mesmos, digo, em nossos corações, creio estar mui correto o Mestre dos mestres, Jesus, ao nos chamar, em muitas situações do seu Evangelho, de raça de víboras e de pecadores, de satanás, de filhos do demônio e coisas que tais, por nossos insensíveis corações!

O que ainda, portanto, se verifica em grande parte da Humanidade terrena, sendo raros os bons exemplos, pois que se valoriza muito mais a Inteligência, a Razão, em detrimento do Nobre-Sentir, do Amor em nossos atos e da caridade em nossos Corações.

Parecendo-nos, pois, que somos, de fato, filhos pródigos, conquanto tantos e tantos exemplos do Cristo, e, em tempos mais atuais, de Madre Tereza de Calcutá, de Chico Xavier, de Ghandi, dentre outros mui bem inspirados pelo seu Grande-Coração, ou, dir-se-ia, pelos seus Anjos da Guarda, Espíritos protetores da Humanidade terrena, mesmo dos mais rebeldes, que, não lhes ouvindo estão a arcar com as mais dolorosas e tristes consequências de seus atos mal sãos.

Parecendo-nos, pois, e, apesar dos contras, que aí mesmo está a nobre e real grandeza do Homem, no AMOR, no sentimento do Cristo em nossas Almas, nos enobrecendo mais e muito mais durante o longo curso de nossas vidas errantes, desperdiçadas com tantos vícios de nossas cabeças duras, afastadas do nobre parâmetro do Bom-Sentir, base de nossa retidão!

E, confesso, com sinceridade, que também eu, muito apreciador das Ciências, das Filosofias e das mais diversas Culturas mundanas, pensava que, de fato, o saber era tudo, que a inteligência e a razão se sobrepunham ao Bom-Sentir, ao Sublimado-Coração, parecendo-nos, estes tais, coisas mui pouco relevantes e, portanto, relegadas a um segundo plano, o do sentimentalismo, da pieguice e coisas que tais.

E, assim, um tanto mais ligado ao campo da Física e da Matemática, eu me achava o máximo com o máximo saber da Humanidade terrena, quando, numa espécie  de contrapartida, lia e relia os compêndios de Kardec, de Denis, Flammarion, Herculano Pires, e mesmo de Ubaldi, do Chico, de Emmanuel e André Luiz, e, confesso, não percebia eu, os valores reais do mais nobre Sentir, do Amor, que, para o Cristo, e, pois, para o Espiritismo, desde seu renomado Codificador, detinha como sendo o seu primeiro ensinamento: “Espíritas: Amai-vos”!

Vindo depois, mas, só depois, o que todos já sabemos e divulgamos: o Instruí-vos!

Logo, para o ensino magistral e evangélico do Cristo e, pois, para o Espiritismo como um Todo doutrinário, mais importante que o saber, trata-se, justamente, do Sentir, do Amor e, portanto, do Amar-Mais, do Sentir-Mais, nobilíssimos que são, e, portanto, do mais puro e grandioso do nosso Ser, que, dantes que Tudo, é filho de um Ente-do-Amor, de um Deus que É Pai, e que, desde tempos apostólicos, preconizava: “Quem não Ama o próximo não Ama a Deus, pois que Deus-É-Amor”. (Jesus).

Donde o presente texto sugerir que o Amor ao próximo seria tal como algo aferidor do nosso íntimo, nossa natureza celeste, visto que, se você não ama o próximo, então você não ama a Deus, você não conhece a Deus que nos ama, o que torna o ateísmo uma das maiores pragas da humanidade terrena, pois que se ausenta de Deus, e, portanto, de seus irmãos mais carentes das mais distintas nações do nosso orbe.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita