Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Brincar sozinho é saudável

 

A brincadeira é o trabalho da infância. Jean Piaget

 

Brincar é parte da infância. Desde muito cedo, as crianças começam a explorar o mundo ao seu redor por meio do brincar. É uma atividade que permite que elas desenvolvam habilidades cognitivas, motoras e sociais. No entanto, há crianças que gostam do brincar solitário. E tudo bem.

Ao optar por brincadeiras solitárias, a criança tem a oportunidade de se conhecer melhor. Ela pode experimentar diferentes papéis, emoções e reações, aprendendo sobre suas próprias preferências e descobrindo como lidar com desafios e conflitos internos. Essa exploração interna é essencial para o desenvolvimento emocional e pode fornecer à criança uma base sólida para futuras interações sociais.

Tive irmãos na infância, mas, por preferência, gostava de brincar sozinha. E isso me ajudou bastante mais tarde, na adolescência, e também na relação com a solidão.  Gosto de estar só, da minha companhia.

No geral, há vários motivos que estimulam o brincar solitário: personalidade introvertida, níveis de energia, temperamento e até mesmo a ordem de nascimento na família.

Pais, sem receio, podem tanto respeitar como estimular simplesmente a preferência da criança por brincar sozinha. Ou seja, permitir que o filho pequeno tenha tempo e espaço para se engajar em atividades individuais, pois isso também faz parte do desenvolvimento saudável.

Em casa, por exemplo, para incentivar o brincar solitário saudável, é importante proporcionar à criança um ambiente adequado para a exploração individual. Isso pode incluir a disponibilização de materiais e brinquedos apropriados à idade, espaço seguro e tranquilo para brincar, e tempo livre de atividades estruturadas. Além disso, os pais podem demonstrar interesse pelas atividades da criança, elogiando sua criatividade e encorajando a exploração autônoma.

No dia a dia, os pais precisam, muitas vezes, regular a própria ansiedade e dar espaço e tempo para que as crianças possam se conhecer e desfrutar da própria companhia. No futuro, isso as ajudará a lidar com a própria vida. Donald Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, dizia: “a capacidade para ficar sozinho constitui um dos indicadores mais importantes de maturidade dentro do desenvolvimento emocional”. E isso continua a fazer sentido… Você não acha?

 

Notinha

Quando a criança brinca sozinha, ela aprende, por exemplo, a manter o foco em uma atividade por mais tempo, melhorando a atenção e o autocontrole. Esse treinamento é importante para o bom desenvolvimento da atenção executiva.
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita