O pai é essencial para a criança
O Pai se escreve sempre com P grande
em letras de respeito e de tremor
se é Pai da gente. E Mãe, com M grande.
O Pai é imenso. A Mãe, pouco menor.
Com ela, sim, me entendo bem melhor:
Mãe é muito mais fácil de enganar.
(Razão, eu sei, de mais aberto amor.)
Carlos Drummond de Andrade
Toda criança precisa de um pai.
O papel do pai não se restringe à função de provedor ou
à figura de autoridade.
Na realidade, a presença ativa, afetuosa e constante do
pai nos primeiros anos de vida de uma criança pode
influenciar positiva e profundamente a forma como ela
própria se perceberá, relacionar-se-á com as pessoas, o
mundo, e se desenvolverá ao longo da vida.
A criança que cresce com um pai presente, que demonstra
amor, carinho e apoio, está mais sujeita a um
desenvolvimento mais saudável e pleno.
O simples fato de o pai brincar com o filho, ouvir o que
ele tem a dizer, colocá-lo no colo ou cantar para ele,
reforça um sentimento de validação e de autoconfiança.
Pessoas que na infância contaram com a presença ativa de
um pai, amoroso e emocionalmente acessível, tornam-se
mais confiantes, autônomas, empáticas e resilientes.
O pai tem um jeito único de interagir, que é distinto da
mãe. Enquanto a mãe tende a ser mais protetora, segundo
uma perspectiva mais receptiva, acolhedora, o pai, por
exemplo, costuma encorajar no filho o risco controlado,
o desafio e a descoberta. Isso ativa áreas do cérebro da
criança relacionadas ao raciocínio lógico, à resolução
de problemas e à tomada de decisão – aspectos
fundamentais à autorrealização.
Na infância, ainda, o pai assume a função de mediador
social. Ao levar o filho à escola, ao parquinho, ao
supermercado ou a uma caminhada no bairro, o pai
contribui para que ele aprenda a se comportar em
diferentes ambientes e a interagir com outras pessoas.
A presença paterna também é essencial para o
estabelecimento de limites e regras de forma saudável,
ensinando ao filho, desde cedo, diálogo, escuta ativa e
coerência nas atitudes.
Firme e respeitoso, o bom pai mostra à criança que é
possível ser exemplo de autoridade sem o uso do medo ou
da violência. Por sua vez, isso contribui para a
vivência de um vínculo baseado em admiração e confiança.
Óbvio: não existe pai perfeito. Mas há, sim, pai que
tenta, que erra e acerta, que está bastante presente e
muito disposto a fazer parte da história do filho.
A boa notícia é que a paternidade é uma construção
cotidiana e possível para qualquer homem disposto a
aprender e se conectar.
E você? É um pai presente na vida do seu filho?
Notinha
Nem sempre é possível contar com a presença do pai
biológico. Isso pode acontecer por vários motivos:
separação, falecimento, abandono, entre outros. Nesse
caso, é importante que outra figura masculina, um avô,
um tio, um padrasto ou até um amigo da família, exerça
esse papel de referência saudável para a criança.