Educar é trabalhar em prol da autonomia
do ser humano
As coisas que não têm nome são mais pronunciadas por
crianças. Manoel
de Barros
O anseio dos pais de proteger os seus filhos pequenos e
dependentes é algo normal. Sem dúvida, pais amorosos
devem zelar pela educação e segurança das suas crianças.
No entanto a superproteção dos pais, um claro obstáculo
à autonomia futura, retira das crianças
responsabilidades importantes para o desenvolvimento
delas.
É fato: filhos superprotegidos não provam experiências
significativas para o seu crescimento. São poupados de
situações e circunstâncias essenciais para a vivência de
habilidades, valores, desafios, problemas, soluções. Em
consequência, terão uma autoestima frágil e sofrerão
insegurança e por falta de confiança nas próprias
capacidades.
Educar não é proteger em excesso. Na realidade, a
superproteção dos pais não permite que as crianças
explorem o seu ambiente, suas interações com o mundo
(casa, escola, sociedade) e faz que se sintam ansiosas,
poucos criativas e no geral entediadas. Muitas então se
perceberão inúteis para realizar atividades que
beneficiariam o seu crescimento, desacreditando em si
mesmas e tornando-se mais inclinadas à dependência.
Sempre insisto com os pais: confie na criança. Deixe-a
fazer as coisas, amarrar o sapato, fazer as tarefas da
escola, colocar a mesa, vestir a roupa se já tem idade
para isso… No dia a dia, delegue tarefas: guardar os
brinquedos, regar plantar, jogar o lixo ao lixo…
Ajude a criança a lidar com frustrações, compreender
que muitas vezes as coisas saem errado e que ninguém
aqui na Terra é perfeito.
Entre aspectos diversos, o papel da mãe e do pai está
implicado com as inúmeras tentativas diárias de
incentivar os filhos a darem o melhor de si enquanto
crescem.
As crianças precisam assimilar pouco a pouco a
independência, valorizá-la, pois estamos aqui, sem
exceção, para fazer escolhas cotidianas – e torcendo
para que sejam boas para nós mesmos e para o demais que
convivem conosco.