Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Verdadeira riqueza


Somos ricos ou pobres?


A menina estava na segunda série. Tinha tudo de que precisava: nove irmãos e irmãs para brincar, livros para ler, uma boneca feita de retalhos e roupas limpas, às vezes remendadas pelas mãos de sua mãe.

Ela era feliz na escola, com seus cabelos em trança e os sapatos sempre limpos e engraxados.

Adorava o cheiro de lápis novos e do papel grosso que a professora distribuía para os trabalhos.

Um dia, subindo os degraus da escola, ouviu uma garota segredar para a outra, entre risos: Olha, essa é a menina pobre.

Mary ficou triste.  Olhou para seu vestido e pela primeira vez notou como era desbotado, um vinco na bainha denunciando que tinha sido aproveitado. Olhou para os pesados sapatos de
menino que estava usando e se sentiu envergonhada por serem tão feios.

Quando chegou em casa, também pela primeira vez descobriu que o tapete da cozinha era velho, que havia manchas de dedos na pintura meio descascada das portas.

Tudo lhe pareceu feio e acanhado. E perguntou para sua mãe: Nós somos pobres?

Pobres? – repetiu a mulher, pousando a faca com que descascava batatas.

Não, não somos pobres. Olhe para tudo que temos.

E apontou para os filhos que brincavam na outra sala.

Através dos olhos de sua mãe, a menina pôde ver o fogo da lareira que enchia a casa com seu calor, as cortinas coloridas e os tapetes de retalhos que enfeitavam a casa.

Viu o prato cheio de biscoitos de aveia sobre a cômoda. Do lado de fora, o quintal que oferecia alegria e ventura para dez crianças.

Talvez algumas pessoas pensem que somos pobres em matéria de dinheiro, mas temos tanto…

E Mary descobriu que a verdadeira riqueza são a família, o amor, o lar, a escola.

Ela tinha tudo.

 

Texto publicado no jornal Mundo Espírita, n⁰1470, em janeiro de 2007.

 


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