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por Wellington Balbo

 

Como “quebrar” as más palavras que nos atiram?


Desde que a menina se reconheceu gente ouvia da mãe:

- Você para nada serve. É alguém inútil. Sua vida será sempre de tristeza.

Os anos se passaram e a menina cresceu, cresceu, cresceu... E a mãe continuou a lançar palavras duras. A filha, claro, se entristecia e incompreendia as razões pelas quais sua própria mãe agia desta forma.

A garota, então, encontra um rapaz, namoram, casam-se, chegam os filhos e aos 65 anos de vida traz seu depoimento:

"Sou feliz, construí uma família linda, bons filhos, excelente marido, ótimos netos. Nada a reclamar, apenas a agradecer. Todas as vezes em que recebia palavras ásperas de minha mãe imaginava-me numa redoma, envolta em muita luz. Quando ela me agredia com frases impiedosas eu mentalizava o contrário para minha vida. Hoje, inclusive, minha mãe tornou-se minha amiga, vive comigo, ama meus filhos e admira meu marido.”

O caso dessa senhora mostra como podemos nos portar diante do mal que nos desejam durante a vida, mesmo vindo de quem deveria nos amar.

É comum termos receio de que “palavras nos peguem” e maldições atiradas pelos outros possam prejudicar nossa vida. Natural que fiquemos desconfiados, afinal, sempre ouvimos que existe mal olhado, inveja, trabalhos realizados para nos prejudicar, aliás, há vasta literatura a respeito do tema. Alguns, entretanto, consideram mera superstição, já o Espiritismo estimula o estudo dos fluidos para melhor compreensão do tema, até porque não é possível simplificar um assunto por demais complexo e que, diga-se, faz morada nos tempos mais longínquos e nas mais diferentes culturas.

Kardec não deixou passar essa questão despercebida. Será que há, realmente, a possibilidade de um pacto feito com os maus Espíritos para nos atingir?

Em O Livro dos Espíritos, por exemplo, a questão 549 – Dos pactos – identifica a maneira de quebrarmos um mal direcionado a nós, que pode ser por meio da vontade e da oposição fluídica. Não podemos controlar quem nos deseja o mal e, por afinidade, faz consórcio com os maus Espíritos. Mas podemos controlar nossos pensamentos, ações, palavras. E se temos conhecimento nosso dever é colocá-lo em prática.

Qual a receita, então, para estarmos imunes ao mal que nos atiram?

O que quebra o mal é o amor. O que faz minguar um pensamento ruim é um bom pensamento. O que detona uma má palavra é uma palavra serena, calma, pacífica.

Mergulhados nesse “mar” de fluidos, é fundamental que entendamos os mecanismos dessas operações, senão ficaremos sem proteção psíquica, envoltos pelas emanações desequilibradas de alguém que não quer nosso bem.

Sempre haverá, contudo, maneira de nos defendermos.

E assim defendeu-se, talvez portadora de conhecimentos de outras existências, aquela senhora agredida pela mãe e quebrou, se assim podemos dizer, a relação de antipatia, transformando, inclusive, em fiel amiga aquela que lhe desejava o mal.

É um tema para nos aprofundarmos, sem dúvida.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita