Como “quebrar” as más palavras que nos
atiram?
Desde que a menina se reconheceu gente ouvia da mãe:
- Você para nada serve. É alguém inútil. Sua vida será
sempre de tristeza.
Os anos se passaram e a menina cresceu, cresceu,
cresceu... E a mãe continuou a lançar palavras duras. A
filha, claro, se entristecia e incompreendia as razões
pelas quais sua própria mãe agia desta forma.
A garota, então, encontra um rapaz, namoram, casam-se,
chegam os filhos e aos 65 anos de vida traz seu
depoimento:
"Sou feliz, construí uma família linda, bons filhos,
excelente marido, ótimos netos. Nada a reclamar, apenas
a agradecer. Todas as vezes em que recebia palavras
ásperas de minha mãe imaginava-me numa redoma, envolta
em muita luz. Quando ela me agredia com frases
impiedosas eu mentalizava o contrário para minha vida.
Hoje, inclusive, minha mãe tornou-se minha amiga, vive
comigo, ama meus filhos e admira meu marido.”
O caso dessa senhora mostra como podemos nos portar
diante do mal que nos desejam durante a vida, mesmo
vindo de quem deveria nos amar.
É comum termos receio de que “palavras nos peguem” e
maldições atiradas pelos outros possam prejudicar nossa
vida. Natural que fiquemos desconfiados, afinal, sempre
ouvimos que existe mal olhado, inveja, trabalhos
realizados para nos prejudicar, aliás, há vasta
literatura a respeito do tema. Alguns, entretanto,
consideram mera superstição, já o Espiritismo estimula o
estudo dos fluidos para melhor compreensão do tema, até
porque não é possível simplificar um assunto por demais
complexo e que, diga-se, faz morada nos tempos mais
longínquos e nas mais diferentes culturas.
Kardec não deixou passar essa questão despercebida. Será
que há, realmente, a possibilidade de um pacto feito com
os maus Espíritos para nos atingir?
Em O Livro dos Espíritos, por exemplo, a questão
549 – Dos pactos – identifica a maneira de quebrarmos um
mal direcionado a nós, que pode ser por meio da vontade
e da oposição fluídica. Não podemos controlar quem nos
deseja o mal e, por afinidade, faz consórcio com os maus
Espíritos. Mas podemos controlar nossos pensamentos,
ações, palavras. E se temos conhecimento nosso dever é
colocá-lo em prática.
Qual a receita, então, para estarmos imunes ao mal que
nos atiram?
O que quebra o mal é o amor. O que faz minguar um
pensamento ruim é um bom pensamento. O que detona uma má
palavra é uma palavra serena, calma, pacífica.
Mergulhados nesse “mar” de fluidos, é fundamental que
entendamos os mecanismos dessas operações, senão
ficaremos sem proteção psíquica, envoltos pelas
emanações desequilibradas de alguém que não quer nosso
bem.
Sempre haverá, contudo, maneira de nos defendermos.
E assim defendeu-se, talvez portadora de conhecimentos
de outras existências, aquela senhora agredida pela mãe
e quebrou, se assim podemos dizer, a relação de
antipatia, transformando, inclusive, em fiel amiga
aquela que lhe desejava o mal.
É um tema para nos aprofundarmos, sem dúvida.