Discípulos de um Mestre só
Meus irmãos,
Que Jesus vos esclareça!
Com a cooperação humilde do nosso esforço em vossas
reuniões, sou também um estudante humilde. A nossa
diferença é a de cursos, mas na essência somos
discípulos de um Mestre só. Os alunos são a mesma
caravana de todos os tempos. O mestre é Jesus.
Estudamos há muitos séculos. Todavia, em nosso coração
houve sempre volumosa pretensão e pouco mérito real.
Enquanto adquirimos novos valores no Infinito, alguns
companheiros buscam novas expressões de progresso
espiritual que a carne lhes pode oferecer. Não sou
extenso em erudição, mas me consolo com a boa vontade.
Não saberei, pois, dar-vos muitas palavras. Dar-vos-ei,
porém, o sentimento. E como a essência é a base de toda
a conquista, eu estou confortado.
Felicito-vos pelo estudo desta noite. O perdão e a
piedade são duas teses de expressão profunda para o
campo de cogitações dos tempos modernos, em que o homem
se viciou com a palavra.
Perdoar constitui a execução da verdadeira lei de Deus.
Outorgando ao Espírito as novas reencarnações, vemos
nessa dispensa de misericórdia o perdão da Lei, que é o
Pai. A bênção da Lei veio com o grande esquecimento. Daí
se infere que para perdoar é preciso esquecer
completamente o mal, a fim de que o bem não pereça.
Quanto à piedade, a Lei manifesta as suas luzes
concedendo-nos a dor, o trabalho e a experiência. Ter
piedade é saber levantar o irmão infeliz, sem afastá-lo
do dever, por mais rude que a sua obrigação nos pareça.
Exemplificar o perdão é olvidar o mal. Exemplificar a
piedade é cultivar o esforço próprio como meio de
redenção.
Eis nossa pobre contribuição. Desejais que as nossas
considerações sejam mais extensas? Certamente que não.
Com a característica singela de minha palavra, eu vos
trago o coração. E bem sabeis que no coração está
sintetizado o próprio Infinito. [1]
[1] Lésio Munácio é um dos personagens do
livro 50 anos depois, ditado por Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier (FEB. 1940).
Envergou a personalidade do rei Dom Dinis, esposo da
Rainha Santa Isabel de Aragão, soberano de Portugal e
Algarves nos séculos XIII-XIV Foi também o pioneiro
português João Ramalho, fundador de São Bernardo de
Borba do Campo, em São Paulo. João Ramalho foi
contemporâneo do padre Manoel da Nóbrega, no século XVI.
No século XIX, reencarnou em Portugal, na personalidade
de Antônio Gonçalves da Silva, vindo a emigrar novamente
para o Brasil, convertendo-se no pioneiro do Espiritismo
em São Paulo. Nessa nova encarnação, ficou conhecido
como o benfeitor espiritual Batuíra. (Nota da
organizadora da obra.)
Do livro Depois da travessia,
comunicação recebida pelo médium Chico Xavier.
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