A infância no mundo real
Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio
dementado e enxada às costas cavar no meu quintal
vestígios dos meninos que fomos. Manoel
de Barros
A infância é marcada por brincadeiras.
Brincar é, sem dúvida, o verbo que dá significado à
essência da criança.
Brincando, as crianças aprendem regras, valores, revelam
suas vontades e necessidades, investigam, exploram,
superam desafios, fortalecem curiosidade e criatividade.
Conhecem o mundo, as coisas, misturando imaginação e
realidade.
Os pais ao priorizarem uma vida focada no brincar,
portanto uma infância fora das telas, incentivam não
apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também a saúde
emocional e psicológica dos seus filhos.
A brincadeira é uma necessidade fundamental para o
desenvolvimento infantil. Os pais, em casa, necessitam
criar, então, e nesse propósito, ambientes seguros e que
estimulem a brincadeira livre e estruturada.
Em um mundo onde as agendas infantis estão cada vez mais
tomadas por atividades (estruturadas e acadêmicas), é
essencial assegurar que as crianças tenham tempo
suficiente para brincar livremente e, portanto,
desembaraçadas das telas.
A infância dura 12 anos. Para um crescimento saudável,
nesse período, nossos filhos não precisam do celular –
que é o instrumento mais tóxico para quem é criança.
Nossos filhos pequenos podem, e com supervisão, ver TV,
jogar. Mas, se precisarem de telefone para se comunicar,
o indicado é um sem internet.
Na contramão das telas, nossas crianças, para crescerem
com saúde, vitalidade, resiliência, dependem da luz do
dia, do movimento, das brincadeiras, ou seja, de uma
infância no mundo real…
Notinhas
Você não deixaria seu filho de 8 anos três horas sozinho
no shopping, não é? Pois bem, autorizar uma criança a
passar tempo sozinha na tela é como deixá-la abandonada,
suscetível a qualquer coisa indevida que possa aparecer.
Infância é uma fase da vida onde as pessoas e o brincar
devem ser priorizados, mas sempre longe das telas.