Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Estimule a alimentação saudável


O mundo meu é pequeno, Senhor.

Tem um rio e um pouco de árvores.

Nossa casa foi feita de costas para o rio.

Formigas recortam roseiras da avó.

Nos fundos do quintal há um menino e suas latas maravilhosas. Manoel de Barros


Sempre me interessei por uma alimentação saudável.

Meninazinha, tive a sorte de fazer parte de uma família que valorizava a comida feita em casa, segundo uma vivência cotidiana das refeições e do gosto, o acesso seguro a um cardápio rico e variado.

Arroz, feijão, couve-flor, ervilha, carne, pão, queijo, manteiga, sopas e  sobremesas domingueiras, o dia a dia da lancheira, a atenção no mercado com todo tipo de comida que nada acrescenta a quem precisa de energia para crescer e se desenvolver – eis uma forma singela de educar a criança para o alimento, na medida em que comer não é só encher a barriga.

O cuidado nutricional, que urge ser educativo, precisa orientar as decisões dos pais em relação ao alimento que vai à mesa e não só para nutrir os membros da família, mas também para servir de memória afetiva para quem ainda estagia na infância.

Insisto com os pais: na hora de comer, é essencial estabelecer um ambiente positivo, calmo e seguro. Além do bom alimento, nada de cobranças, muito menos distrações como a TV, o tablet ou o celular (que não podem ser tolerados à mesa ou na sala nunca enquanto estamos comendo, por gentileza!).

Nestes nossos tempos tomados pela pressa, a hora da comida é momento de conexão, de laço, de gratidão ao que está sendo oferecido para nos nutrir e nos assegurar alegria, paz e saúde.

Dilema comum nas casas das pessoas: há muitos alimentos que serão diversas vezes recusados pelos nossos filhos pequenos antes de serem apreciados. Não para o melão? Ofereça em outras oportunidades e, no futuro, tudo bem se preferirmos a manga à maçã ou o pepino à cebola. Até hoje não gosto de jiló, mas me considero uma pessoa que aceita, e com paladar, uma grande variedade de alimentos…

Na casa da minha infância, as refeições costumavam ter horários fixos. Isso ajudava muito a razoabilidade do apetite. No almoço, quando dizia que nada queria comer, tinha minha fala respeitada, ciente de que só poderia saciar minha fome no próximo horário, o do lanche… Às vezes só me perdendo nas histórias dos livros para não ficar fixa no relógio, o tempo que não passava… Lições importantes que muito me ensinaram sobre escolhas precipitadas e (im)paciência…

Na verdade, incentivar uma alimentação saudável na infância é investir no futuro, pois só assim a pessoa se torna capaz de crescer consciente do que lhe faz bem, cultivando os bons hábitos em razão de saúde e bem-estar. Na realidade, o que ajuda uma criança a comer bem é a consistência, guiada por doses cotidianas de paciência e leveza…

E você? Preocupa-se com a educação alimentar do seu filho?

 

Notinha

Educação alimentar envolve hábitos e rotina. Nesse propósito: estabeleça  horários fixos para as refeições e lanches; estimule a prática de atividades físicas ao ar livre; evite líquidos (como sucos ou leite) muito perto das refeições principais; ofereça alimentos naturais e variados, evitando industrializados; fomente o hábito da ingestão diária de água; mantenha  uma rotina tranquila antes das refeições; facilite boas noites de sono.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita