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Não vamos tratar aqui da arte de falar e escrever bem,
obedecendo às leis gramaticais.
Recorda Ramiro Gama uma palestra que tivera com Chico Xavier a
respeito do que sai de nossa boca, que nos revela o caráter, a
personalidade.
Sem que policiemos a língua, dificilmente conseguiremos ganhar o
nosso dia. Quando damos acordo de nós já tomamos parte nos
torneios da maledicência, conversamos sobre futilidades ou demos
respostas infelizes, que nos trarão sofrimentos e
arrependimentos tardios. E veio à tona o revide que recebemos,
pelo ar, do sem fio do pensamento, de pessoas de quem, em
momentos invigilantes, fizemos mau juízo...
Contou-lhe Chico Xavier que até punhaladas e tiros já havia
recebido, particularizando-nos: de uma feita, porque advertira
um companheiro, sem vestir-se da defesa da humildade, recebeu
depois, da mesma pessoa, quando menos esperava, um tiro,
projetado sobre ele com a força de um pensamento carregado de
ódio...
Os amigos da Espiritualidade, por mercê de Deus, abrandaram o
efeito do choque, mas mesmo assim passou vários dias com dor no
ombro, que foi o ponto visado...
Nossa companheira, Zezé Gama, contou que recebera de uma
empregada, tempos atrás, uma forte punhalada espiritual nas
costas, tudo porque, levemente, lhe chamara a atenção por uma
falta cometida. Ficara vários dias com dor em todo o tórax.
No belo livro Rosário de Coral há um caso idêntico,
lembramos. E o inspirado médium deu-nos uma verdadeira aula
sobre os malefícios que uma língua descontrolada pode realizar,
para que, mais uma vez, ficasse comprovada esta assertiva
evangélica: que não é o que entra, mas o que sai de nossa boca,
que traz felicidade ou infelicidade, triunfo ou derrota para
nosso pobre espírito.
Do livro Lindos casos de Chico Xavier,
de Ramiro Gama.
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