Breves apontamentos sobre o
“mundo” fluídico que pode ser criado pela alma
A Terra é cercada de fluidos espirituais
heterogêneos, e as variações de qualidades entre
esses fluidos são as mais diversas. Quanto mais
depurado está o Espírito, mais condições ele tem
de assimilar os fluidos de melhor qualidade de
determinado mundo. O corpo físico de quem habita
a Terra, por exemplo, é composto quimicamente
por oxigênio, carbono, hidrogênio e nitrogênio;
há outros elementos, mas esses compõem mais de
95% do corpo físico, e assim é para homens,
mulheres, brancos, negros, europeus ou
africanos. O mesmo, contudo, não ocorre com o
perispírito, pois a confecção desse corpo
espiritual é diferente de uns para outros. O
fato que ocasiona essa diferença de um
perispírito para outro é o estado moral mais ou
menos avançado do Espírito, que consegue extrair
do mundo em que viverá os elementos mais ou
menos sutis para a composição desse envoltório
fluídico. Desse fato pode-se estabelecer que é
inacessível a Espíritos menos elevados viver em
determinados mundos, como os mais avançados,
pois, pela incompatibilidade fluídica, serão
naturalmente repelidos e, por conseguinte, não
conseguirão as condições necessárias para estar
nesses mundos. Não se trata de punição, mas,
sobretudo, de inadequação fluídica para estar
naquele ambiente.
Vivendo nesse universo fluídico, compreendemos
que os fluidos espirituais são os carros que
levam os pensamentos para determinados locais.
Como posso pensar em alguém e, quase que
automaticamente, a pessoa me telefonar, ou mesmo
fazermos isso simultaneamente? É que,
mergulhados nesse oceano fluídico, nossos
pensamentos navegam, impulsionados pela vontade,
a chegar nos mais diversos pontos do universo e
“tocar” nos mais diferentes Espíritos. Estamos,
portanto, quer queiramos ou não, ligados de
forma simbiótica ao universo e aos Espíritos.
Esses fluidos, direcionados pelo pensamento,
podem ser ajuntados, dispersados e assumir essas
ou aquelas propriedades curativas ou até
adoecedoras, mas sem burlar qualquer lei
natural.
Ainda antes de Freud desvendar o mundo
inconsciente, os Espíritos já davam mostras de
que esse mundo existe em cada sujeito ou
Espírito, pois os fluidos sofrem os efeitos não
apenas da intencionalidade, mas também se
subordinam ao pensamento inconsciente. O
pensamento, portanto, molda o cenário em que o
Espírito vive. Pensou, combinou os fluidos, e
formas surgem, sendo alimentadas, ganhando
cores, odores e determinadas propriedades mais
ou menos puras. Um Espírito quer mostrar-se com
seus livros, e a ele basta pensar para que a
cena seja toda desenhada.
Vivendo nesse cenário fluídico, contudo
totalmente real, cujo pensamento esculpe no
corpo espiritual as mais diferentes formas, é
que conseguimos captar o que se convencionou,
pelo senso comum, chamar de “energia”.
Diz a criança, sem saber ao certo o que sente:
“Quero ir embora, mamãe, aqui está muito chato.”
Comenta o colega de trabalho:
“Hoje o clima não está nada bom.”
Ninguém viu brigas, não houve, de fato, o
elemento material, a discussão, mas o ambiente
está impregnado com esses fluidos de animosidade
entre os seres. Há pessoas mais sensíveis que,
inclusive, adoecem, sentindo a repercussão no
corpo físico da hostilidade dos pensamentos ali
presentes. O inverso também é real: recebemos as
impressões dos pensamentos daqueles que nos
querem bem. Eis por que, e com exata razão,
alguns dizem que têm amigos terapêuticos, que
restituem sua saúde, que reabastecem de
“energia” sua existência. De fato, isso ocorre
não por milagre, mas por um processo da lei
natural do mundo dos pensamentos.
Por não se prender de forma incorrigível ao
corpo, é que o perispírito irradia e consegue
absorver um pouco dessa atmosfera dos fluidos
espirituais. Como entre corpo físico e
perispírito há uma estreita ligação, o corpo
físico, então, recebe as impressões boas ou más
absorvidas pelo perispírito nesses, digamos
assim, “passeios” que ele realiza, seja no
momento do sono, seja mesmo em vigília.
Muitas enfermidades têm origem nesses fluidos
deletérios que são captados nessas
correspondências entre os Espíritos. Qual o
remédio mais eficaz para ver-se às voltas com
bons e retificadores fluidos? A busca pelo
progresso moral, sem dúvidas, pois mobilizará
nossos pensamentos direcionados a campos
fluídicos mais saudáveis e, por consequência, na
companhia de seres mais evoluídos.
É na interação constante que a alma estabelece
durante o seu dia que ocorrem as perdas
fluídicas e, numa espécie de busca instintiva
por reposição fluídica, solicita a companhia dos
amigos e Espíritos simpáticos, que fazem esse
contrapeso fluídico e recarregam suas “baterias”
existenciais.
“Pensar negativamente cansa” — comumente
encontra-se, aqui e acolá, essa frase. Diz-se aí
uma grande verdade, pois esse pensar produz
perdas fluídicas, eis por que é necessário à
alma repor essas perdas, e isso se faz com
pensamentos positivos, saudáveis, que, lançados
nesse mundo fluídico contagiam o ambiente
produzindo sensações de bem-estar. Maus
pensamentos, portanto, podem, realmente,
adoecer, assim como bons pensamentos podem
modificar nosso dia e o mundo íntimo.