Tema: Lar
Geraldinho, o filhote de dona
Coruja
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Filho de dona Coruja, Geraldinho era muito
observador! Olhos grandes bem vivos que a tudo,
tudo, tudo podia observar. Este é o talento que
Deus
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deu a todas as corujas e que elas sabem
aproveitar, pois viram a cabeça de um lado outro
sem se enroscar! |
Geraldinho era uma corujinha buraqueira esperta e
reclamona. Filho de do seu Arnaldo, que era o guarda da
noite da floresta e estava sempre a avisar: urruuuu,
urrum, quando alguém ouvia seu grito, sabia que algum
perigo estava a rondar..
Sua mãe era bondosa pedagoga, que toda bicharada sabia
respeitar, tinha muita sabedoria e todo mundo podia
notar.
Ele tinha também um irmãozinho, de nome Humberto, mas
era de “Tinho” que dizia se chamar!
Geraldinho, tão logo aprendeu a voar, começou a observar
indignado que sua casa era no chão:
– Não somos minhocas, tampouco tatus, somos aves iguais
aos urubus, por que nossa casa não é nas arvores ou nas
pedras altaneiras? Por que nos misturar com as marmotas,
nos sujando com esta terra vermelha? – dizia
ele sem parar.
Sua mãe, sempre jeitosa, tentava ensinar o menino:
– Coruja
buraqueira, seu nome tudo diz, cada um tem sua vida
organizada onde Deus quis! Não fique assim tão
revoltado, entenda que o evangelho diz que na casa do
Pai há muitas moradas e procure ser feliz!
O bichinho calava-se respeitoso, mas não compreendia a
lição, passava dois dias e de novo a mesma reclamação.
Para completar sua tristeza, num dia de voo matutino viu
dona águia trazendo alimentos em seu biquinho.
Acompanhou o voo tão garboso à distância para não
incomodar, via o bicho pousando destemida do alto de um
jatobá.
– Aquilo
sim era casa! – pensou desdenhoso. – Moram
no alto, deve ser tudo lindo, maravilhoso!
A águia por sua vez, preparando-se para pousar em seu
leito, verificou com pesar que a comida que vinha
trazendo não dava nem pra começar, pois eram muitos
biquinhos abertos esperando um pedacinho de almoço,
todos piando juntos, um tremendo alvoroço!
Como se não bastasse a algazarra para se alimentar, um
dos filhotes da águia subiu na borda do ninho para
melhor se posicionar, mas desequilibrou-se e caiu no
abismo rumo ao chão. Geraldinho levou um susto que fez
bater forte seu coração, vendo o bichinho cair direto
para a mata, certamente sem salvação! Mas o papai águia
também estava por perto e num voo rasante e esplêndido,
depois de ouvir o grito desesperado da mãe águia, agiu
rápido e salvou o filho com as garras, colocando-o de
volta no ninho.
Geraldinho pensava com bastante emoção que vida custosa
as águias tinham, com tantos filhotes levados e que
perigo a linda casa oferecia. Como se não bastasse, logo
após o resgate, começou a chover forte, mãe águia cobriu
os bichinhos recebendo, porém, toda a chuva e molhando
seu corpo todinho.
Geraldinho começou a considerar:
– Minha
casa fica no chão, mas não tem perigo de cair. Às vezes,
reclamo durante a chuva que nosso buraco fica
encharcado, mas logo a água é absorvida e a chuva ajuda
a refrescar e fazer nascer a pastagem, ajudando nossa
casa camuflar!
Voou para casa resignado. Lá chegando encontrou seus
pais e seu irmãozinho Tinho e foi logo dizendo:
– É,
mãezinha, a senhora tinha mesmo razão. Deus sabe o que
faz, a gente mora no chão, mas tem seus benefícios e eu
posso voar onde quero e depois, em paz ficar, pois o
chão é seguro, daqui não se tem como passar... hahahaha
– Sim
– respondeu a mãe bondosa. – Tudo está certo onde Deus
colocou! Nascemos no lugar e com as pessoas corretas e
precisamos aceitar que cada casa e mesmo a família têm
seus defeitos, temos que enxergar, mas o lar é o
ambiente de luz em que Deus nos permite morar.
Papai coruja caladão também resolveu interferir:
– Devemos
dar graças pela casa que temos! Não importa onde for, e
construir um lar com Jesus é nossa grande missão de
amor!
Texto de Aline de Paula e Silva,
extraído do site Aulas para Evangelização Infantil: para
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