Ser diferente
Zezé,
o elefante, estava
triste. Ele se achava
gordo e desajeitado. Na
verdade, queria ser como
Filó, a girafa. Porém,
ao contar para a amiga
girafa seu sonho de ser
alto e elegante como
ela, descobriu que Filó
se achava alta demais, e
não gostava de seu
pescoço. Ela contou,
então, que desejava ser
como Lico, o veado,
ágil, veloz e com a
altura certa.
Conversando com Lico,
descobriram que ele se
considerava frágil
demais e, em seus
sonhos, via-se forte
como Ian, o leão.
Superando o medo que
sentiam de Ian, foram
procurá-lo, para
perguntar como era ser
forte, ser o rei da
floresta. Mas
encontraram Ian triste e
solitário. O leão
possuía poucos amigos,
pois tinha fama de ser
furioso, e todos tinham
medo de se tornar seu
jantar.
Como não conseguiram
concluir quem era o
melhor bicho, resolveram
fazer um concurso para
eleger o mais belo da
floresta, o animal
ideal. E foram procurar
Zilá, a coruja, para
juntos estabelecerem as
regras do campeonato.
Zilá era uma estudiosa
do comportamento animal,
que surpreendeu a todos
quando disse:
– Que importa ser o mais
belo, o animal ideal?
Deus criou cada animal
de um jeito especial,
com características
próprias. E aí está a
beleza da criação. Já
pensaram se só
existissem leões ou
borboletas?
Zilá também explicou que
cada animal tem virtudes
próprias, e que o
importante é cada um
aceitar-se como é,
valorizando o que tem de
bom e se esforçando para
se tornar alguém cada
vez melhor,
desenvolvendo qualidades
como amor, perdão,
respeito, amizade.
Zezé, Filó, Lico e Ian
pensaram muito no que
disse Zilá. E não
realizaram o concurso.
A partir dessa conversa,
Zezé parou de reclamar
de seu peso e iniciou um
programa de exercícios;
Filó aceitou-se como era
– alta e magra e deixou
de ser fofoqueira; Lico
tornou-se mais alegre e
satisfeito com a vida e
Ian tem se esforçado
para ser mais calmo e
simpático e fazer novos
amigos. Assim, todos
colaboram para que a
floresta se torne um
lugar melhor para se
viver.