A comunicação reflete o grau de adiantamento do Espírito
1. Em “O Livro dos Médiuns”, Kardec faz uma classificação pertinente à natureza das comunicações mediúnicas, que o Codificador divide em quatro grupos:
· grosseiras
· frívolas
· sérias e
· instrutivas.
2. As comunicações mediúnicas, ensina Kardec, dependem, quanto ao seu conteúdo, do grau de adiantamento do Espírito comunicante, ou seja, de sua posição na escala espírita, assunto que é tratado nas questões nos 100 e seguintes d´O Livro dos Espíritos.
3. Da mesma forma que os encarnados, os Espíritos desencarnados apresentam uma grande variedade quanto à inteligência e à moralidade e, por causa disso, o ditado mediúnico refletirá o grau de adiantamento moral ou cultural do comunicante.
4. Diz-se que uma comunicação é grosseira quando concebida em termos que chocam o decoro. Comunicações dessa natureza só podem provir, obviamente, de Espíritos de baixa condição espiritual, cobertos das impurezas da matéria e em nada diferem das que provenham de homens viciosos e grosseiros.
As comunicações frívolas emanam de Espíritos brincalhões
5. De acordo com o caráter do comunicante, as comunicações grosseiras dividem-se em triviais, ignóbeis, obscenas, insolentes, arrogantes, malévolas e mesmo ímpias. Examinando-as, o experimentador deduzirá com facilidade o grau evolutivo daquele que as transmitiu por esse ou aquele medianeiro.
6. As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros ou brincalhões, mais maliciosos do que maus e que nenhuma importância dão ao que dizem. Como não encerram nada de indecoroso, tais comunicações agradam a certos indivíduos que com elas se divertem, porque encontram prazer nas confabulações fúteis em que muito se fala e nada se diz.
7. Tais Espíritos saem-se, muitas vezes, com tiradas espirituosas e mordazes e, não raro, dizem duras verdades que quase sempre ferem com justeza. Como a verdade é o que menos os preocupa, têm eles o maligno prazer de mistificar.
8. As comunicações sérias são ponderadas quanto ao assunto e elevadas quanto à forma. Quando uma comunicação é isenta de frivolidade e de grosseria e objetiva um fim útil, ainda que de caráter particular, podemos considerá-la uma comunicação séria. Como nem todos os Espíritos são igualmente esclarecidos, existem coisas que o comunicante pode ignorar e sobre o que pode enganar-se de boa fé.
Uma comunicação pode ser séria e não ser verdadeira
9. Por causa disso, nem sempre uma comunicação séria é verdadeira. Existem as falsas. Eis por que os Espíritos verdadeiramente superiores recomendam de contínuo que submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica.
10. Como sabemos, certos Espíritos presunçosos ou pseudo-sábios procuram, valendo-se de uma linguagem elevada, incutir nos encarnados as mais falsas ideias, os sistemas mais absurdos. Não têm eles nenhum escrúpulo em se adornarem com nomes respeitáveis, e tal mistificação somente um exame rigoroso e atento poderá desvendar.
11. As comunicações instrutivas são as comunicações sérias cujo principal objeto consiste num ensinamento qualquer, ministrado pelos Espíritos, sobre as ciências, a moral ou a filosofia. São mais ou menos profundas, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito comunicante.
12. As comunicações instrutivas são, por definição, verdadeiras, visto que o que não for verdadeiro não pode ser instrutivo. Para se julgar o valor moral e intelectual dos Espíritos que as ditam, é preciso frequência e regularidade nas suas comunicações, o que é fácil de compreender, porque se para julgar os homens é necessário ter experiência, muito mais é esta necessária quando se trata de julgar os Espíritos.
Respostas às questões propostas