WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São
Paulo (Brasil)
Recordando
nossos “mortos”
“– A visita
ao túmulo dá
mais satisfação
ao Espírito que
uma prece feita
em sua intenção?
– A visita ao
túmulo é um modo
de manifestar
que se pensa no
Espírito
ausente: é a
imagem. Já vos
disse: é a prece
que santifica o
ato de lembrar;
pouco importa o
lugar, se ela é
ditada pelo
coração”
(Questão 323, de
O Livro dos
Espíritos –
Allan Kardec).
Incontestavelmente,
a maior dor que
alguém pode
sentir, vivendo
na Terra, é a
separação dos
entes queridos,
pela
desencarnação,
pois, em
realidade, ante
o estágio
evolutivo em que
mourejamos,
ainda não
estamos
devidamente
preparados para
ficar distantes,
mesmo que por um
tempo, daqueles
que amamos.
Normalmente, no
seio social,
onde
vislumbramos
grande carência
de religiosidade
e intensos
apelos ao apego
e à vida
imediatista, os
indivíduos são
preparados para
possuir, para
ter, para reter,
isso tanto no
aspecto material
como moral.
Assim, cresce o
homem
“possuindo”
bens, “tendo
filhos” e
“retendo a
família”, o que
vem dificultando
o seu
desprendimento,
fator que causa
dores e intensos
sofrimentos
quando se vê às
voltas com o
retorno de um
ser amado à
Pátria
Espiritual.
E, embora não
queiramos,
entenderam as
Leis de Deus,
dentro de um
sábio Código de
Amor, que o
melhor seria a
vida no planeta
por um certo
período, para
que o Espírito
reencarnado
pudesse auferir
as experiências
devidas e colher
as lições que
lhes são
imprescindíveis,
no caminho do
progresso
espiritual, meta
de todos nós.
Então, deixar o
corpo, no
processo da
desencarnação, é
um fato
corriqueiro,
pois em
realidade
ninguém morre,
apenas o corpo
tem a sua
vitalidade
extinta, mas
nós, Espíritos,
continuamos a
viver,
obviamente, em
outra dimensão,
mas vivendo em
toda a plenitude
e lucidez.
Uma vez estando
vivos, fora da
matéria física,
muito natural
que mantenhamos
o vínculo, um
estreito laço
entre os dois
mundos: o físico
e o espiritual.
Temos saudades
daqueles que nos
precederam na
grande viagem de
volta ao Mundo
dos Espíritos e
eles, por sua
vez, também se
lembram de nós,
pois nos
informam os
amigos de “mais
além” que a
saudade tem mão
dupla, tanto dói
daqui para lá,
como de lá para
cá, isso porque
a morte não mata
ninguém, apenas
nos transfere de
plano, enquanto
a vida segue
firme, na Terra
ou fora dela.
Assim, cabe
então refletir
sobre a forma de
lembrar-se dos
nossos “mortos”,
pois o que chega
até eles é o
pensamento, ou
seja, a prece
sincera, nascida
do coração e
revestida do
mais puro
sentimento, não
dependendo de
onde estejamos e
do que façamos.
O exterior pouco
significa,
importa o
interior, o que
realmente
sentimos e
desejamos.
Portanto, mesmo
com saudades e
um vazio no
peito, melhor
será
lembrarmo-nos
deles com
equilíbrio,
resignação e
total confiança
em Deus, nosso
Pai de eterna
bondade, que
jamais faria um
filho Seu sofrer
por capricho ou
por indiferença.
Dessa forma,
dispensáveis se
tornam os
aparatos
exteriores:
velas, flores,
símbolos,
mausoléus etc.,
valendo sim,
convictamente, o
sentimento
sincero, a prece
objetiva e a
lembrança
serena,
procurando, em
homenagem ao
desencarnado,
realizar o bem
que ele
desejaria
fazer.
Dessa forma, se
realmente amamos
nossos entes
queridos que
vivem na
espiritualidade,
aprendamos a
conviver com a
ausência deles,
trabalhando em
favor dos que
sofrem, pois,
atuando em
benefício dos
necessitados,
estaremos
enviando,
àqueles que
desencarnaram,
uma mensagem de
esperança, fé,
coragem e plena
confiança na
justiça e
bondade das Leis
de Deus.
Onde estivermos,
com quem
estivermos e
fazendo o que
estejamos
fazendo,
lembremos dos
nossos
“mortos/vivos”,
ofertando-lhes o
nosso coração em
forma de serviço
na direção dos
“pequeninos”,
pois, segundo
Jesus, quem
fizer a um
desses é a Ele
que estará
fazendo.
Morrer, em
verdade, ninguém
morre. A vida
continua aqui e
muito além, isso
é incontestável.