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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 101 – 5 de Abril de 2009

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Carta a Stella (*)
 

Aristóteles afirma: “ninguém escolheria viver sem amigos”.

Quão espantosa é esta frase, pois ela conduz a uma ideia sobre um dos mecanismos que sustentam a arte do bem viver.

Em Luto e melancolia, Freud defende que o melancólico (no sentido psicótico do termo) é aquele que perdeu a “capacidade de amar”, isto é, de regozijar-se, sim porque “amar é regozijar-se”, sugeria Aristóteles.

Assim, como alguém que não cativa ninguém poderia ser feliz? Não daria para suportar a vida... Sim, porque a vida é constituída de prazer, sofrimento, tristeza, alegria. A vida, então, solicita a presença dos amigos, que explicam, por si mesmos, a dignidade amorosa que reside no ser e não no ter.

Se nos momentos infelizes mantemos a qualidade de amar e, portanto alguém amamos, sem saber nos conciliamos a uma atitude que entende não ser a vida vazia. Deixamos de ser enfermos, pois sentimos, em razão desse sentimento-philia, o gosto pela vida, pois quase sempre o amor é mais forte – mais forte que as angústias, mais forte que as certezas, que tantas vezes nos fazem rígidos ou indiferentes.

Penso no que dizia o Dalai Lama: “amar os outros é uma maneira especial de amar a si mesmo”. E Crema conclui: “o amor pelo outro e o amor por si mesmo não estão separados. É como uma flor. Ela pode ser um botão e também pode se abrir”.

Guio-me, aqui, sobre amizade e amor... Afinal, eles se entrelaçam...

Segue-se que o amigo é passagem para o aprendizado tanto da alteridade como do si-mesmo, mas em benefício mútuo da expansão do interior e do exterior para ampliar a casa da individualidade e da vida comum, o interno e o externo baseados nos valores e nos ideais mais positivos.

Cogitamos muitas vezes por que haverá ansiedades ou angústias se a amizade é ponto de partida para o desapego e a liberdade? Sim, pois a liberdade implica abertura, disponibilidade para evoluir e, no caminho, prestar atenção aos encontros...

A lição de Orestes: “Apaixonei-me voltado para fora”. Livrar-se do incesto. Sim, porque o incesto é, no nível psicológico, “o sintoma sexual de dependência mórbida dos pais e ocorrem predominantemente em pessoas que não evoluíram, não cortaram o cordão umbilical que as ligava ao pai ou à mãe”, explica Rollo May.

Certamente, a evolução humana está afastada do incesto e voltada para a disposição de amar seu semelhante, vizinho ou estranho.

Abrir-se à amizade, ao cultivo dos amigos, para que o processo de diferenciação se instale e a saúde floresça. Neste rastro, devemos caminhar para longe do “incesto e em direção à capacidade de amar voltado para fora”, no alerta de May.

Não sei, mas estremeço...

O que se perpetua na memória deve ser a ternura de par com a coragem: pode-se ser doce e corajoso ao mesmo tempo e esta doçura e coragem são aprendidas longe das máscaras da dependência, pois só ganham cadência nos espaços da amizade e do amor.

Passar pelo sentimento fraterno para que, simplesmente, o aprendizado do amor seja seguro e, desse modo, não possuídos pelas couraças, estejamos convencidos, pelo amor (e não pela retórica), que é fácil amar, pois imunes às normoses de uma época na qual tanto se fala no afeto e se ama (e vive) tão pouco.


(*)
Stella, aqui, tanto é amiga, como é termo latino que significa “estrela”. (Nota da Autora)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita