Gloria Collaroy:
“Creio que o
nosso planeta
está carente de
Deus”
Radicada em
Sydney há 35
anos, a
fundadora e
dirigente
da fundação
Joana de Cusa e
Casa Espírita
Franciscanos
fala
sobre o
movimento
espírita na
Austrália e
outros assuntos
“O Espiritismo
tem sido, para
mim, o roteiro
guiando-me no
rumo certo para
me transformar
no verdadeiro
homem de bem.
Sinto-me a
pessoa mais
feliz na face da
Terra por ter
conhecido o
Espiritismo.”
É assim, com
estas palavras
simples e
sinceras que a
nossa
companheira
Gloria Collaroy
define a nossa
Doutrina de
Amor. Vivendo em
Sydney a mais de
12 mil
quilômetros de
distância de sua
terra natal,
Gloria é mais
uma prova de que
os ensinamentos
espíritas estão
espalhados por
todos os cantos
do mundo,
levados por
muitos
companheiros
que, assim como
ela, são
trabalhadores
incansáveis na
divulgação do
Espiritismo.
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Foi, portanto,
com
espontaneidade e
boa vontade que
ela conversou
com a equipe de
O Consolador,
respondendo
prontamente às
perguntas –
algumas
polêmicas – que
fazem parte da
presente
entrevista.
O Consolador:
Onde você
nasceu?
Em Soure, Ilha
de Marajó, no
Pará.
O Consolador:
Onde mora
atualmente?
Em Sydney,
Austrália.
O Consolador:
Quando e por que
você se mudou
para a
Austrália?
Vim para Sydney
em 1973 para
contrair
matrimônio com
um jovem carioca
que já residia
aqui.
O Consolador:
Qual é sua
formação
escolar?
Tenho 65 anos de
universidade da
vida. Vindo de
uma família
muito pobre, não
pude esquentar
nenhuma cadeira
escolar, mas a
vida tem sido
generosa comigo
e todos os dias
me ensina alguma
coisa.
O Consolador:
Que cargos você
exerce no
Movimento
Espírita?
Sou fundadora,
presidente e
dirigente da
fundação Joana
de Cusa e Casa
Espírita
Franciscanos.
O Consolador:
Quando teve seu
primeiro contato
com o
Espiritismo?
Fui levada à
União Espírita
Paraense quando
tinha onze anos
de idade, em
1954.
O Consolador:
Ocorreu nessa
época
algum fato ou
circunstância
especial que
tenha motivado
esse contato?
Fui levada por
uma tia que já
era espírita,
mas nesse mesmo
dia fiquei
apreciando os
pingos de luzes
que se mostraram
para mim, e eu,
sem saber do que
se tratava, me
diverti por
vê-los de olhos
abertos e de
olhos fechados.
Anos depois, já
com 16 anos,
fiquei muito
enferma e com
isso procurei
uma casa
espírita.
O Consolador:
Seus familiares
apoiaram essa
decisão?
Sim. Meu avô já
era espírita, e
isso contribuiu
para aceitarem.
O Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo -
ciência,
filosofia,
religião - qual
o que mais a
atrai?
O lado
científico e o
filosófico.
O Consolador:
Que autores
espíritas mais
lhe agradam?
Além de Allan
Kardec, Hermínio
C. de Miranda,
Divaldo Franco,
Chico Xavier,
Herculano Pires,
Carlos Baccelli,
Yvonne do Amaral
Pereira, Robson
Pinheiro. Na
realidade, leio
todos e tiro o
melhor da
doutrina.
O Consolador:
Que livros
espíritas você
considera
indispensáveis
ao confrade
iniciante?
Romances com
teor
doutrinário,
porque sua
leitura é mais
estimulante.
O Consolador:
Se fosse passar
alguns anos num
lugar remoto,
com acesso
restrito à
atividade
espírita, que
livros
pertinentes à
Doutrina você
levaria?
Os livros de
Kardec, de
Joanna de
Ângelis,
“Perdôo-te”, de
Amalia Domingo
Soler...
Procuraria levar
comigo o máximo
de livros
doutrinários que
pudesse, sem me
esquecer de
Minutos de
Sabedoria,
de Carlos Torres
Pastorino, e de
todos que falem
de Francisco de
Assis.
O Consolador:
As divergências
doutrinárias no
meio espírita
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para você
o Espiritismo é
uma religião?
Ele tem o seu
lado religioso,
mas não o
considero
religião.
O Consolador:
Outro assunto
que suscita
debates
acalorados diz
respeito à obra
de J. B.
Roustaing. Qual
a sua apreciação
dessa obra?
Prefiro não
opinar.
O Consolador:
O terceiro
assunto em que a
prática espírita
às vezes diverge
está relacionado
com os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond. Qual a
sua opinião e
qual é a forma
de passe
aplicado no país
em que reside?
Aqui é muito
usado o reike,
inclusive sou
reikista, mas
como passista,
que sou, na casa
espírita não uso
o reike, prefiro
o nosso passe. O
nosso passe, ou
bioenergia, que
nós brasileiros
aplicamos, para
mim é um ato de
amor, de
caridade, de
doação, e não
existe
pagamento. É
grátis, como
disse, um ato de
amor. Sabemos
que somente com
a imposição das
mãos, a vontade,
o pensamento e a
presença dos
Espíritos o
passe ou
bioenergia se
fará, mas sou de
acordo que
devemos estudar
e saber com mais
profundidade as
técnicas.
O Consolador:
Como vê a
discussão em
torno do aborto
e as campanhas
em defesa da
vida?
Vejo como um
ponto positivo.
Defender a vida
é um ato de amor
ao Espírito
nosso irmão que
deverá vir para
uma nova chance.
O Consolador:
A eutanásia é
uma prática que
não tem o apoio
da Doutrina
Espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Ultimamente,
porém, surgiu a
idéia da
ortotanásia,
defendida até
por médicos
espíritas. Qual
a sua opinião?
Nossa!!!!! Creio
que ando meio
por fora, porque
essa palavra me
é
desconhecida...
Desculpe, mas a
nossa vida só a
Deus pertence.
Tudo se passa
pela vontade
Dele. Devemos
viver até o
último segundo
de vida.
O Consolador:
Você
tem tido contato
com o Movimento
Espírita
Brasileiro? Acha
que falta nele
algo que
favoreça uma
melhor
divulgação da
Doutrina?
Tenho pouco
contato, mas
recebemos
bastante jornais
e revistas.
Infelizmente,
não tenho tempo
para ler tudo e
ficar por dentro
de todo o
Movimento. Pelo
número de
jornais e
revistas que
circulam, creio
que nossa
Doutrina é
divulgada, mas
não o
suficiente.
O Consolador:
Como é feita a
divulgação da
Doutrina na
Austrália?
Existem no país
muitos grupos?
Aqui em Sydney,
que eu saiba,
somente existem
nossa casa
espírita e o
Centro Espírita
Semente de Luz,
de cuja fundação
também
participei.
Praticamente não
fazemos
divulgação. Tem
sido na base de
um passa para o
outro, mas o
nosso querido
Divaldo Pereira
Franco já esteve
conosco 4 vezes
e sua última
visita em
setembro passado
trouxe grande
divulgação para
a nossa casa e
para o
Espiritismo em
Sydney.
Estivemos com
Divaldo em
Melbourne já por
3 vezes, e na
Nova Zelândia
pela segunda
vez. Divaldo tem
sido de grande
apoio e ajuda
para nós.
Divaldo e Nilson
fazem parte de
nossa casa como
fundadores. Nós
nunca pagamos
uma só passagem
para eles virem
até nós. Divaldo
nos revelou ser
a venerável
Joanna de
Ângelis a
mentora de nossa
casa.
O Consolador:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
em todo o mundo
e como nós,
espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
Creio que o
nosso planeta
está carente de
Deus. Se toda
criança fosse
evangelizada,
ela cresceria
robusta no bem.
Os jovens, como
sabemos, serão
os homens do
futuro.
O Consolador:
A preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
expiação e de
provas, no qual
a palavra amor
estará escrita
em todas as
frontes e uma
equidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
Esta resposta,
creio que só
Deus pode dá-la,
como criador e
conhecedor de
nosso futuro.
Que são
1.000.000.000.000
anos diante da
eternidade?
O Consolador:
Em face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
mundo?
A divulgação do
Espiritismo.
Nossa casa
espírita é
aberta todos os
dias, e todos os
dias se estuda o
Evangelho, o
Livro dos
Espíritos, as
Obras de André
Luiz, e temos
curso sobre
mediunidade,
atendimento
fraterno,
educação
mediúnica, grupo
de preces,
bioenergia,
curso de passes,
curso para
reforma íntima,
evangelização
infanto-juvenil...
Quanto mais
aprendermos,
mais
responsabilidade
e desejo teremos
de nos melhorar.
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