THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Obstáculos à reprodução
Apresentamos nesta edição o
tema no 55 do
Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita, que
está sendo aqui apresentado
semanalmente, de acordo com
programa elaborado pela
Federação Espírita
Brasileira, estruturado em
seis módulos e 147 temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente antes
da leitura do texto que a
elas se segue.
Se
destinado somente a uso por
parte do leitor, pedimos que
o interessado tente
inicialmente responder às
questões e só depois leia o
texto referido. As respostas
correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no
final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Em quantos tipos se
dividem os obstáculos
opostos à reprodução humana?
2. O casal tem o direito,
após estar encarnado, de
limitar o número de filhos?
3. Que acontece à mãe que
deveria receber três filhos
e não o fez, devido ao uso
de anticoncepcionais?
4. Como interpretar a
atitude dos casais que
sistematicamente se valem de
anticoncepcionais?
5. A
que devemos atribuir os
obstáculos naturais à
reprodução humana impostos a
certas pessoas?
Texto para leitura
Os filhos não são
realizações fortuitas
1. Existem basicamente dois tipos
de obstáculos à reprodução humana:
os que podem ser chamados naturais
ou cármicos, decorrentes de faltas
cometidas no passado, e os
artificiais, fruto da ação do
homem com o fim de impedir a
reprodução humana. Estes últimos
expressam-se em medidas ou métodos
anticoncepcionais.
2. Kardec formulou a
seguinte pergunta aos
Espíritos (O Livro dos
Espíritos, item
693): “São contrários à lei
da Natureza as leis e os
costumes humanos que têm por
fim ou por efeito criar
obstáculos à reprodução?”.
Responderam os imortais:
“Tudo o que embaraça a
Natureza em sua marcha é
contrário à lei geral”.
3. A posição de Joanna de
Ângelis (Após a
Tempestade, cap. 10,
obra psicografada por
Divaldo P. Franco) é bem
clara quanto ao assunto. O
homem – assevera Joanna –
pode e deve programar a
família que deseja e lhe
convém ter: número de filhos
e período propício para a
maternidade, mas nunca se
eximirá aos imperiosos
resgates a que faz jus,
tendo em vista o seu próprio
passado. Os filhos não são
realizações fortuitas.
Procedem de compromissos
aceitos antes da
reencarnação pelos futuros
genitores, de modo a
edificarem a família de que
necessitam para a própria
evolução. É lícito aos
casais adiar a recepção de
Espíritos que lhes são
vinculados, impossibilitando
mesmo que se reencarnem por
seu intermédio. Mas as
Soberanas Leis da Vida
dispõem de meios para fazer
que aqueles rejeitados
venham por outros processos
à porta dos seus devedores
ou credores, em
circunstâncias talvez mui
dolorosas, complicadas pela
irresponsabilidade desses
cônjuges que ajam com
leviandade, em flagrante
desconsideração aos códigos
divinos.
Planejamento familiar é
questão de foro íntimo
4. Dr. Jorge Andréa entende
(Encontro com a
Cultura Espírita,
págs. 77, 105 e 106) que o
planejamento familiar é
questão de foro íntimo do
casal. As pílulas
anticoncepcionais têm suas
indicações e muitos motivos,
escusos ou não, estarão
ligados ao seu uso. Se uma
mãe deveria receber três
filhos e não o fez, pelo uso
das pílulas
anticoncepcionais, ficará
com a carga de
responsabilidade transferida
para uma outra época ou,
fazendo a substituição, por
trabalho construtivo
equivalente em outro setor.
No caso das ligaduras de
trompas, a indicação poderá
estar na faixa ajustada
diante de precisas
indicações médicas, como
também nas faixas
desajustadas e sem razão de
ser. Todos esses atos
desencadearão reações.
Ninguém granjeará os degraus
superiores da vida sem a
autêntica vivência das
menores faixas de evolução.
5. Será preferível um
Espírito reencarnar num lar
pobre com as habituais
dificuldades de
subsistência, ou ficar
aturdido e acoplado à mãe
que lhe fechou os canais,
criando, nessa simbiose,
neuroses e psicoses de
variados matizes?
Respondendo a essa questão,
diz Dr. Jorge Andréa (Forças
Sexuais da Alma,
cap. V, págs. 124 a 126)
que, na maioria das vezes,
os Espíritos, quando vêm
para a reencarnação, de há
muito já estão em sintonia
com o cadinho materno. Se os
canais destinados à
maternidade são
neutralizados e fechados, é
claro que haverá distúrbios,
principalmente no psiquismo
de profundidade, isto é, na
zona inconsciente ou
espiritual, onde as energias
emitidas por essas fontes
não encontram
correspondência em seu
ciclo.
6. Seria melhor, portanto,
não opor obstáculos à volta
dos Espíritos a um corpo de
carne, pois o espírita não
ignora a seriedade da
planificação reencarnatória.
É razoável pensar, portanto,
que antes de retornarmos às
experiências físicas, nos
tenhamos comprometido a
receber, como filhos, um
número determinado de
Espíritos. A prole estaria,
assim, com sua quota
previamente estabelecida
quando ainda nos achávamos
nos planos espirituais.
Há obstáculos à reprodução
que constituem situações de
prova
7. No livro
Entrevistas,
pergunta 102, assevera
Emmanuel: “Não acreditamos
que a coletividade humana
esteja, por enquanto,
habilitada espiritualmente a
controlar o renascimento na
Terra sem prejudicar
seriamente o desenvolvimento
da lei de provas
purificadoras”.
8. Como interpretar, desse
modo, a atitude dos casais
que evitam filhos e, embora
dignos e respeitáveis,
sistematizam o uso de
anticoncepcionais? O
instrutor Silas, ao
responder a semelhante
pergunta, ponderou (Ação
e Reação, pág.
210): “Se não descambam
para a delinqüência do
aborto, na maioria das vezes
são trabalhadores
desprevenidos que preferem
poupar o suor, na fome de
reconforto imediatista.
Infelizmente para eles,
porém, apenas adiam
realizações sublimes, às
quais deverão fatalmente
voltar, porque há tarefas e
lutas em famílias que
representam o preço
inevitável de nossa
regeneração. Desfrutam a
existência, procurando
inutilmente enganar a si
mesmos; no entanto, o tempo
espera-os, inexorável,
dando-lhes a conhecer que a
redenção nos pede esforço
máximo. Recusando
acolhimento a novos
filhinhos, quase sempre
programados para eles antes
da reencarnação,
emaranham-se nas futilidades
e preconceitos das
experiências de subnível,
para acordarem, depois do
túmulo, sentindo frio no
coração”.
9. Quanto aos obstáculos
naturais ou cármicos à
reprodução humana, explica
Emmanuel em O
Consolador (pergunta
40) que, no quadro de
interpretações da Terra,
podem indicar situações de
prova para as almas que se
encontram em experiências
edificadoras; todavia, se
considerarmos a questão no
seu aspecto espiritual,
somos obrigados a reconhecer
que a esterilidade não
existe para o Espírito que,
na Terra ou fora dela, pode
ser fecundo em obras de
beleza, de aperfeiçoamento e
de redenção.
Respostas às questões
propostas
1. Em
quantos tipos se dividem os
obstáculos opostos à
reprodução humana?
R.:
Existem basicamente dois
tipos de obstáculos à
reprodução humana: os que
podem ser chamados naturais
ou cármicos, decorrentes de
faltas cometidas no passado,
e os artificiais, fruto da
ação do homem com o fim de
impedir a reprodução humana.
Estes últimos expressam-se
em medidas ou métodos
anticoncepcionais.
2. O casal tem o direito,
após estar encarnado, de
limitar o número de filhos?
R.: Kardec perguntou aos
Espíritos se são contrários
à lei da Natureza as leis e
os costumes humanos que têm
por fim ou por efeito criar
obstáculos à reprodução.
Responderam os imortais:
“Tudo o que embaraça a
Natureza em sua marcha é
contrário à lei geral”
(L.E., 693) Em uma de suas
obras, Joanna de Ângelis diz
que o homem pode e deve
programar a família que
deseja e lhe convém ter:
número de filhos e período
propício para a maternidade,
mas nunca se eximirá aos
imperiosos resgates a que
faz jus, tendo em vista o
seu próprio passado, visto
que os filhos não são
realizações fortuitas.
3. Que acontece à mãe que
deveria receber três filhos
e não o fez, devido ao uso
de anticoncepcionais?
R.: Tratando dessa questão,
Dr. Jorge Andréa explica que
na maioria das vezes os
Espíritos, quando vêm para a
reencarnação, de há muito já
estão em sintonia com o
cadinho materno. Se os
canais destinados à
maternidade são
neutralizados e fechados, é
claro que haverá distúrbios,
principalmente no psiquismo
de profundidade, isto é, na
zona inconsciente ou
espiritual, onde as energias
emitidas por essas fontes
não encontram
correspondência em seu
ciclo. É isso que pode
perfeitamente ocorrer em
tais casos.
4. Como interpretar a
atitude dos casais que
sistematicamente se valem de
anticoncepcionais?
R.: No livro “Ação e
Reação”, de André Luiz, o
instrutor Silas deu a essa
pergunta a seguinte
resposta: “Se não descambam
para a delinqüência do
aborto, na maioria das vezes
são trabalhadores
desprevenidos que preferem
poupar o suor, na fome de
reconforto imediatista.
Infelizmente para eles,
porém, apenas adiam
realizações sublimes, às
quais deverão fatalmente
voltar, porque há tarefas e
lutas em famílias que
representam o preço
inevitável de nossa
regeneração. Desfrutam a
existência, procurando
inutilmente enganar a si
mesmos; no entanto, o tempo
espera-os, inexorável,
dando-lhes a conhecer que a
redenção nos pede esforço
máximo. Recusando
acolhimento a novos
filhinhos, quase sempre
programados para eles antes
da reencarnação,
emaranham-se nas futilidades
e preconceitos das
experiências de subnível,
para acordarem, depois do
túmulo, sentindo frio no
coração”.
5. A
que devemos atribuir os
obstáculos naturais à
reprodução humana impostos a
certas pessoas?
R.: Segundo informa Emmanuel
em seu livro “O Consolador”,
esses obstáculos podem
indicar situações de prova
para as almas que se
encontram em experiências
edificadoras.
Bibliografia:
O Livro dos
Espíritos,
de Allan
Kardec, itens 693 e 694.
O Consolador,
de Emmanuel,
psicografado por Francisco
Cândido Xavier, 8a
edição, pergunta 40.
Entrevistas,
de Francisco
Cândido Xavier, IDE, 3a.
edição, pergunta 102.
Após a
tempestade,
de Joanna de
Ângelis, psicografado por
Divaldo P.Franco, pp. 58 e
59.
Ação e
Reação,
de André
Luiz, psicografado por
Francisco Cândido Xavier, 8a.
edição, p. 210.
Forças
Sexuais da Alma,
de Jorge Andréa, cap. V,
págs. 124 a 126.
Encontro com
a Cultura Espírita,
de Jorge Andréa, págs. 77,
105 e 106.