A Revue Spirite
de 1860
(4a
Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite de 1860.
O texto condensado do
volume citado será aqui
apresentado em 11
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Que dizer aos que
atribuem ao demônio as
manifestações espíritas?
Segundo o Espírito de
Verdade, a melhor
resposta aos que
atribuem ao demônio as
manifestações espíritas
é dizer o que Jesus
respondia a seus
perseguidores, quando
formularam contra ele as
mesmas acusações. (Revue
Spirite de 1860, p.
126.)
B. Os Espíritos mais
adiantados sabem tudo?
Não. Por mais elevados
que sejam, eles não
sabem tudo; só Deus o
sabe. Além disso, de
tudo quanto sabem, nem
tudo podem revelar.
(Obra citada, p. 130.)
C. Remorso e
arrependimento são
sinônimos?
Não. O remorso nada tem
em comum com o
arrependimento. O
remorso é o prelúdio do
castigo; já o
arrependimento, tanto
quanto a caridade e a
fé, nos conduz às
felicidades reservadas
aos bons Espíritos.
(Obra citada, pp. 166 e
167.)
D. Qual é um dos
principais escolhos na
atividade mediúnica?
As faculdades de que os
médiuns desfrutam atraem
para eles elogios,
felicitações, adulação
dos homens. Eis o
escolho. Se eles se
deixam envolver pela
vaidade, atribuindo a si
o mérito de suas
produções mediúnicas, os
bons Espíritos os
abandonam e eles
tornam-se joguetes dos
enganadores. Os anjos da
guarda, porém, os
ajudarão com seus
conselhos e os
preservarão contra a
influência dos maus
Espíritos, se souberem
escutar sua voz e fechar
o coração ao orgulho, à
vaidade e à inveja.
(Obra citada, p. 167.)
Texto para leitura
79. A Revue relata que
em 14-1-1860 o Sr.
Lecomte, da comuna de
Brix, viu o Espírito de
um antigo camarada morto
há dois anos e meio. A
aparição lhe pedia fosse
rezada uma missa. O fato
repetiu-se vários dias.
Na quinta vez, no dia
19, Lecomte prometeu
fazê-la. No dia 27 a
missa foi dita na
capela escolhida pelo
Espírito, que ali
apareceu, próximo ao
padre. (P. 124)
80. Kardec transcreve
mensagem de Micael, um
dos Espíritos dedicados
à proteção das
criancinhas, o qual
agradece a Deus essa
suave missão. (P. 124)
81. O Espírito de
Verdade diz que a melhor
resposta aos que
atribuem ao demônio as
manifestações espíritas
é dizer o que Jesus
respondia a seus
perseguidores, quando
formularam contra ele as
mesmas acusações. (P.
126)
82. Em mensagem sobre a
ostentação, um Espírito
diz que a esmola feita
com ostentação não
agrada a Deus, mas sim
aquela que é feita com
toda a humildade do
coração. (P. 127)
83. Francisco de Sales
diz que o Espiritismo
está chamado a
esclarecer o mundo, mas
necessita de um certo
tempo para progredir,
embora tenha existido
desde a Criação, quando
era reconhecido apenas
por algumas pessoas. (P.
129)
84. Em mensagem recebida
pelo Sr. Colin, está
dito que os Espíritos,
por mais elevados que
sejam, não sabem tudo;
só Deus o sabe. Além
disso, de tudo quanto
sabem, nem tudo podem
revelar. (P. 130)
85. Um Espírito que não
se identificou diz aos
homens sem fé que ainda
há tempo para o
arrependimento penetrar
os seus corações.
"Procurai o infeliz que
não ousa lastimar-se e
que a miséria mata
lentamente, e o pobre
que tiverdes aliviado
incluirá o vosso nome em
suas preces." (P. 131)
86. O Espírito de uma
senhora dirige-se a seus
netos lembrando que
nunca é demasiado cedo
para nos ocuparmos do
bem e do que é bom.
"Começai, pois, cedo, a
vos ocupardes das coisas
sérias. O tempo das
futilidades é sempre
longo: é inútil para o
vosso progresso, o qual
nem por um instante deve
ser perdido de vista."
(PP. 135 e 136)
87. Kardec comenta o
caso da senhorita Godu,
médium curadora, e
afirma: "A gente
interessar-se-ia por um
médium de efeitos
físicos, que produzisse
fenômenos
extraordinários; não se
poderia ver com mais
indiferença aquele
cujas faculdades são
proveitosas à
humanidade, e que, além
disso, nos revela uma
nova força da Natureza".
(P. 137)
88. Kardec diz que o
Espírito é tanto mais
lúcido e explícito
quanto mais se comunica
e, de certo modo, se
identifica com o médium
que lhe serve de
instrumento. (P. 138)
89. A partir de
20-4-1860, as sessões da
Sociedade Espírita de
Paris passaram a ocorrer
na Rua Sainte-Anne, no
59, passagem de
Sainte-Anne. (P. 138)
90. A Revue transcreve
notícia extraída das
crônicas de Froissard,
datadas do século XIV,
que mostram a
antigüidade dos fatos
espíritas. (P. 142)
91. Kardec transcreve
outra carta do dr.
Morhéry, que dá conta
das curas obtidas pela
médium Désirée Godu.
Desde a sua chegada até
25-4-1860 já haviam
visitado mais de 200
doentes e puderam curar
quase todos os que
seguiram as suas
prescrições. (P. 148)
92. O médico diz que é
sobretudo nas afecções
reumáticas, nas
paralisias, nas
ciáticas, nas úlceras,
nos desvios ósseos, nas
chagas de toda espécie,
que o sistema de
tratamento da srta. Godu
parecia dar melhores
resultados. (P. 148)
93. Dr. Morhéry informa
ter aprendido com a
médium muitas coisas
úteis, tanto para o
tratamento quanto para o
diagnóstico, e envia na
carta fichas-resumo
contendo a evolução do
tratamento de 12
enfermos, em que se vê
que o tratamento
espiritual era feito, de
ordinário, com ungüentos
e infusões de plantas
diversas. (PP. 149 a
151)
94. A Revue noticia o
curioso caso do Sr.
Jardin, que previu a
própria morte. Evocado
por Kardec, ele explicou
que seu pressentimento
fora na verdade um
aviso da sua esposa,
falecida antes dele. (P.
153)
95. Kardec evoca o
Espírito de uma que foi
das principais
convulsionárias de
Saint-Médard, "uma pobre
fanática", segundo ela
mesma se definiu. (P.
155)
96. A Revue transcreve
notícia publicada pela
Gazetta dei Teatri,
de Milão, a respeito do
jovem que via
diariamente, à hora do
jantar, sua noiva
suicida, que lhe
aparecia na forma de um
esqueleto ameaçador (ele
a havia abandonado e
contribuído
indiretamente para o
suicídio). (P. 160)
97. Comentando uma
mensagem obtida em
inglês pela srta. Huet,
que não conhecia esse
idioma, Kardec diz que
as provas mais patentes
surgem, por vezes,
quando menos se espera,
visto que os Espíritos
têm livre-arbítrio e
querem provar-nos que
não estão submetidos aos
nossos caprichos. (P.
164)
98. Um Espírito diz que
o arrependimento sincero
obtém o perdão de todas
as faltas; o remorso,
porém, nada tem em comum
com o arrependimento. O
remorso é o prelúdio do
castigo; o
arrependimento, a
caridade e a fé nos
conduzem às felicidades
reservadas aos bons
Espíritos. (PP. 166 e
167)
99. As faculdades de que
os médiuns desfrutam
atraem para eles
elogios, felicitações,
adulação dos homens. Eis
o escolho. Se eles se
deixam envolver pela
vaidade, atribuindo a si
o mérito de suas
produções mediúnicas, os
bons Espíritos os
abandonam e eles
tornam-se joguetes dos
enganadores. (P. 167)
100. Os anjos da guarda,
porém, os ajudarão com
seus conselhos e os
preservarão contra a
influência dos maus
Espíritos, se souberem
escutar sua voz e fechar
o coração ao orgulho, à
vaidade e à inveja. (P.
167)
(Continua no próximo
número.)