ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Desidentificação
"O homem,
como que de
intento, cria
para si
tormentos que
está nas suas
mãos evitar."
(Fénelon)
Com as
potencialidades
cósmico-espirituais
amodorradas pela
estamenha
somática, o
homem
desestabiliza-se
ao enovelar-se
com os
interesses
supérfluos e
transitórios da
horizontalidade
que o amesquinha
e o desvia do
fanal a que está
destinado: a
perfeição e a
conquista dos
"tesouros dos
Céus".
Procurando a
felicidade nas
coisas
perecíveis e
sujeitas às
mesmas
vicissitudes que
fazem parte do
cortejo de
ocorrências de
sua atual fase
evolutiva,
acaba,
"voluntariamente,
criando para si
tormentos que
está nas suas
mãos evitar."
O homem
identificado com
os ideais
superiores das
imperecíveis
conquistas
espirituais,
desidentifica-se
com os
ancestrais
atavismos do
homem-carnal e
se forra a
inúmeros
tormentos,
gerando, em sua
intimidade, a
paz e a calma
tão necessárias
ao equilíbrio
físico e
espiritual.
Profunda
estudiosa das
questões
psicológicas,
Joanna de
Ângelis
assinala:
"(...) Para
conseguir a
elevação, o
homem deve
liberar-se dos
desvalores e
quimeras,
ilusões e anelos
utópicos,
desidentificando-se
de hábitos
milenários,
fixados, alguns
atavicamente,
aos painéis do
ser, gerando
falsas
necessidades,
que se tornam
fundamentais,
portanto,
responsáveis
pelo sofrimento
nas suas várias
facetas.
“A psicologia
oriental
estabelece na
ilusão, na
impermanência da
Vida física, com
as quais a
pessoa se
identifica,
algumas
preponderantes
razões para o
sofrimento.
A
desidentificação
induz à
conquista de
patamares
elevados,
metafísicos, nos
quais o ser se
auto-encontra e
se realiza".
Depreendemos das
anotações da
Mentora Amiga a
necessidade de
se proceder a um
acurado estudo e
observação de
nós mesmos, vez
que somente o
autoconhecimento
nos colocará na
rota segura do
desenvolvimento
pessoal.
Concomitantemente,
devemos procurar
identificar os
fatores de
desequilíbrios
para
erradicá-los; e,
incessantemente,
buscar os
condicionantes
de equilíbrio
que se expressam
no
comportamento,
ensejando
estereótipos
desidentificados
com as
manifestações
deletérias do
meio social, das
constrições de
vária ordem e de
tudo que possa –
de uma ou de
outra forma –
nos agrilhoar
aos vales da
estagnação, em
regime de pura
exacerbação dos
sentidos.
A profilaxia
ideal para a
manutenção do
bem-estar e da
saúde nas suas
várias
expressões é a
auto-análise,
trabalhada pela
insistência de
preservação dos
ideais
superiores,
junto à
meditação e à
oração.
No elenco de
providências
urgentes,
alteiam-se,
pois, a leitura
edificante, a
oração, a
meditação e a
ação nobre no
bem a
expressar-se em
todas as
modalidades da
Caridade
apregoada e
exemplificada
por Jesus.
Bibliografia:
Joanna de
Ângelis/Franco,
D.P.,
in “Ser
Consciente”.