132. O
perispírito,
conforme o
ensino espírita,
é o molde
fluídico no qual
se incorpora a
matéria durante
a vida. É ele
que, sob o
impulso da força
vital, mantém o
tipo específico
e individual,
porque é
invariável no
meio do fluxo
incessante da
matéria
orgânica. (PP.
174 e 175)
133. Eis algumas
características
que, a respeito
do perispírito,
refere Delanne:
I) o perispírito
não se destrói
na morte; II) é
nele que se
acham gravadas
as conquistas da
alma, permitindo
a ela
recordar-se do
passado; III)
acumulando nele
a força vital
suficiente, o
Espírito pode
dar-lhe uma vida
momentânea; IV)
concretando-se,
o perispírito
pode deixar
impressões em
moldes de
parafina, na
argila ou em
folhas de papel
enegrecido. (P.
175)
134. Zöllner
verificou, mesmo
antes de
obter-se formas
materializadas
dos Espíritos,
que estes podiam
deixar
impressões
provando a sua
tangibilidade.
As experiências
feitas por
Zöllner com o
médium Slade são
descritas por
Delanne, que
relata ainda as
realizadas pelo
professor
Chiaia, de
Nápoles, com a
célebre médium
Eusápia
Paladino. (PP.
175 a 177)
135. O professor
Chiaia, não
satisfeito de
fotografar
Espíritos, quis
conservar uma
lembrança mais
comprobativa: a
própria forma da
aparição.
Inicialmente ele
valeu-se de um
prato de
farinha; depois
teve a idéia de
utilizar a
argila dos
escultores,
perguntando se o
Espírito poderia
moldar ali uma
cabeça. Essas
experiências
reproduziram-se
muitas vezes e a
moldagem deu
sempre resultado
análogo ao
pedido feito.
(PP. 176 e 177)
136. As
experiências
comprovaram,
desse modo, que
o perispírito é
bem o molde
fluídico do
corpo e que, no
espaço, ele não
perde nenhuma
das suas
propriedades
plásticas: basta
fornecer-lhe a
força vital e a
matéria para que
o corpo material
se reproduza
total ou
parcialmente.
(N.R.: No livro
“O Espiritismo
perante a
Ciência”,
Delanne estuda
longamente o
perispírito e
expõe
minuciosamente
as provas da sua
existência
durante a vida e
depois da
morte.) (P.
177)
137. Os moldes
de parafina, que
Delanne descreve
neste livro,
foram concebidos
inicialmente
pelo Sr. Denton,
professor de
Geologia assaz
conhecido na
América. Foi em
1875 que ele
obteve, pela
primeira vez, o
molde de um
dedo. Os moldes
obtêm-se assim:
duas vasilhas,
uma com água
fria e outra com
água quente, são
colocadas na
sala. Na
superfície da
última flutua
uma camada de
parafina
fundida. Pede-se
ao Espírito que
mergulhe sua mão
materializada na
parafina e, em
seguida, na água
fria, repetindo
por várias vezes
essa operação.
Forma-se desse
modo na
superfície da
mão uma luva de
certa espessura.
Quando a mão do
Espírito se
desmaterializa,
deixa um molde
perfeito que se
enche de gesso.
Basta mergulhar
tudo em água
fervente para
que, fundindo-se
a parafina,
fique a
reprodução exata
da mão
materializada.
(P. 178)
138. Operando
dessa forma os
pesquisadores
obtiveram moldes
de mãos inteiras
e de pés dos
mais diversos
tamanhos e
conformações.
(P. 180)
139. Como a
crítica
acreditava que
nessas
experiências
poderia haver
fraude, o
professor Denton
recorreu a uma
prova
interessante:
pesou a massa de
parafina antes e
depois da
sessão, achando
o mesmo peso nos
dois casos. Sua
experiência foi
repetida por
três vezes,
publicamente,
diante de grande
número de
pessoas, em
Boston, em
Charlestown,
Portland,
Baltimore etc.,
sempre com êxito
completo. (P.
180)
140. Para
afastar de vez a
possibilidade de
artifícios por
parte do
sensitivo, a
médium foi,
certa vez,
encerrada num
saco, fortemente
amarrado ao seu
pescoço. Como
isso ainda assim
suscitasse
suspeitas,
decidiu-se que o
molde deveria
ser produzido
dentro de uma
caixa fechada,
devidamente
preparada
segundo as
indicações do
Dr. Gardner.
Delanne relata a
experiência,
feita em maio de
1876, atuando
como médium a
Sra. Hardy. (PP.
181 e 182)
141. Depois de
quarenta minutos
de espera, uma
série de
pancadas
anunciou que
alguma coisa
fora obtida.
Erguido o véu,
viu-se,
flutuando no
balde d’água, o
molde perfeito
de uma grande
mão. (P. 182)
142. Na
Inglaterra, o
Dr. Nichols,
servindo
Eglinton como
médium, fez uma
experiência em
condições
idênticas. Em
artigo no
“Spiritual
Record”, de
dezembro de
1883, Dr.
Nichols descreve
a sessão, na
qual as
moldagens
obtidas
representavam
mãos que
foram
reconhecidas
por ele como
sendo de sua
falecida filha
Willie. (PP.
183 e 184)
143. Comentando
essas
experiências,
Delanne lembra
que a fabricação
desses moldes é
inteiramente
impossível,
porque a mão
enluvada com a
parafina não
pode sair do
molde sem
quebrá-lo, visto
o punho ser mais
estreito que a
mão.
Admitindo-se,
porém, a
materialização e
a posterior
desmaterialização
do Espírito, o
fato é
facilmente
assimilável. (P.
183)
144. Cumpre
lembrar – diz
Delanne – que o
Espiritismo não
inventou nenhuma
teoria para
explicar os
fatos: foram os
próprios
Espíritos que
descreveram o
seu estado no
espaço e, assim,
pelas
experiências a
que prestavam
seu concurso,
estabeleceram as
condições em que
vivem depois de
terem abandonado
a Terra. (P.
185)
145. Verificamos
como Katie King,
o Espírito
materializado
ante os olhos de
Crookes, era
verdadeiramente
uma mulher e
soubemos que ela
respirava, que
seu coração
batia, que
tinha, em suma,
todos os
caracteres
fisiológicos de
um ser vivo. (P.
185)
146. Que podemos
concluir desses
fatos? A
resposta é
clara: o
perispírito,
invólucro
fluídico da
alma, é o molde
em que se
incorpora a
matéria terrena
durante a
encarnação. Com
a morte, os
elementos que
formam o corpo
físico voltam à
natureza, mas o
invólucro
espiritual
subsiste e
conserva todas
as aptidões e
propriedades que
tinha na Terra.
Forneça-se-lhe
matéria e força
vital, e logo
esse organismo
entra em função
e reproduz o
indivíduo. Essa
vida é, porém,
momentânea e
temporária, e
raramente atinge
a intensidade
observada por
William Crookes.
(P. 185)
147. Examinando
alguns fatos
espíritas
produzidos com a
médium Eusápia
Paladino, o
professor
Lombroso admitiu
os fatos como
verdadeiros, mas
deu-lhes
interpretação
diversa da
ensinada pelo
Espiritismo.
Delanne relata
os pormenores
das experiências
feitas pelo
célebre
estudioso
italiano, que
entendia então
que os fatos
podiam ser
explicados à luz
da
neuropatologia.
Eusápia
Paladino,
segundo ele,
era neuropata,
e também eram
neuropatas
médiuns
admiráveis como
Home, Slade etc.
(N.R.: Só
mais tarde, em
1909, Lombroso
aderiu à tese
espírita, como
aliás foi
previsto por
Delanne.)
(PP. 186 a 194)
148. Delanne
rebate com toda
a ênfase a
teoria aventada
por Lombroso e
lembra que, em
geral, os
cientistas são
bastante
cuidadosos
quando formulam
hipóteses em sua
área de atuação,
mas, quando se
trata de
Espiritismo,
toda essa
prudência
desaparece e
arrojam-se a
construir
sistemas, cada
qual mais
inverossímil do
que o outro. (P.
194)
149. Por
exemplo, quando
se refere às
fotografias de
Espíritos,
Lombroso diz ter
visto muitas,
mas acrescentou
que não tinha
confiança em
nenhuma delas.
“Enquanto eu
mesmo não tiver
obtido uma –
asseverou o
professor
italiano –, não
poderei emitir
juízo sobre o
assunto.” (P.
192)
(Continua na
próxima edição.)