MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Obreiros da Vida Eterna
(Parte 16)
André Luiz
Damos continuidade ao
estudo da obra
Obreiros da Vida Eterna,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1946 pela
editora da Federação
Espírita Brasileira, a
qual integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Por que motivo a
desencarnação de Albina
foi adiada?
R.: A decisão atendera a
certa rogativa partida
da própria Crosta.
Assim, ao invés de
auxílio para a
liberação, a educadora
receberia forças para
demorar-se na Crosta.
Mas a desencarnação de
Albina não seria adiada
por muito tempo, porque
seu organismo físico
estava gasto, e a medida
destinava-se apenas a
remediar difícil
situação, de modo a
trazer benefícios para
muita gente.
(Obreiros da Vida
Eterna, cap. 17, pp. 259
a 264.)
B. Quem foi o autor do
pedido de moratória para
Albina?
R.: Foi um menino miúdo
de oito anos,
aproximadamente, de nome
Joãozinho. Tratava-se de
um menino órfão que fora
abandonado à porta de
Albina, logo que nasceu,
e que Loide (filha da
educadora) mantinha em
seu lar, desde que a mãe
se recolheu à cama.
Apesar da prova por que
passara, Joãozinho era
grande e abnegado servo
de Jesus, reencarnado em
missão do Evangelho e
tinha largos créditos na
retaguarda. (Obra
citada, cap. 17, pp. 264
a 266.)
C. Qual foi, em verdade,
a causa da moratória de
Albina?
R.: Loide estava
grávida, em vésperas do
parto. O bebê prestes a
nascer era abençoada
companheira do menino e
também tinha, como ele,
admirável passado de
serviço à Crosta.
Associados de Albina em
várias missões no
passado, muito cedo
ser-lhe-iam
continuadores na obra de
educação evangélica.
Como o falecimento de
Albina poderia
repercutir
angustiosamente no
organismo de Loide,
prejudicando a gestação
e talvez até
precipitando o advento
de um aborto, aí estava
a verdadeira causa da
moratória. (Obra
citada, cap. 17, pp. 266
e 267.)
Texto
para leitura
104. Um caso de
moratória motivado por
uma prece -
Chamado à colônia,
Jerônimo foi
cientificado de que a
irmã Albina fora
autorizada a permanecer
na Crosta Planetária por
mais tempo, razão por
que a desencarnação fora
adiada "sine die".
A decisão atendera a
certa rogativa partida
da própria Crosta.
Assim, ao invés de
auxílio para a
liberação, a educadora
receberia forças para
demorar-se na Crosta.
André‚ ardia de
curiosidade. Quem
possuía tanto poder na
oração, para influenciar
nas diretivas da colônia
espiritual? Jerônimo
esclareceu: "A medida
não deve provocar
admiração. Ninguém,
senão Deus, detém
poderes absolutos. Todos
nós, no desenvolvimento
das tarefas conferidas
às nossas
responsabilidades,
experimentaremos
limitações nos atributos
ou no acréscimo de
deveres, segundo os
desígnios superiores. O
futuro pode ser
calculado em linhas
gerais, mas não podemos
prejulgar quanto ao
setor da interferência
divina". E
acrescentou: "O Pai
efetua a organização
universal com
independência ilimitada
no campo da Sabedoria
Infalível. Nós
cooperamos com relativa
liberdade na obra do
mundo, sujeitos a
necessária e
esclarecedora
interdependência, em
virtude da imperfeição
da nossa
individualidade".
Explicou em seguida que
a desencarnação de
Albina não seria adiada
por muito tempo, porque
seu organismo físico
estava gasto, e a medida
destinava-se apenas a
remediar difícil
situação, de modo a
trazer benefícios para
muita gente. "A
prece, em qualquer
ocasião, melhora,
corrige, eleva e
santifica. Mas somente
quando estabelece
modificação de roteiro,
igual à de hoje, é que
paira, acima das
circunstâncias comuns, o
interesse coletivo",
aditou o Assistente,
referindo-se à moratória
concedida a Albina, que
vigoraria por reduzido
tempo, até que
perdurasse a causa que a
motivou. (Cap. 17, pp.
259 a 261)
105. Albina tem
uma melhora súbita e
inesperada - O
ambiente no apartamento
de Albina era de
equilíbrio, e muito
concorreu para isso o
culto doméstico do
Evangelho que um
gracioso grupo de jovens
fazia em derredor da
enferma. O organismo de
Albina preocupava e a
zona perigosa do corpo
abatido era justamente a
que situava o aneurisma,
provável portador da
libertação. O tumor
provocara a
degenerescência do
músculo cardíaco e
ameaçava ruptura
imediata. Jerônimo não
perdeu tempo. Começou
aplicando passes de
restauração ao sistema
de condução do estímulo,
demorando-se, atencioso,
sobre os nervos do
tônus. Em seguida,
forneceu certa
quantidade de forças ao
pericárdio, bem como às
estrias tendinosas,
assegurando a
resistência do órgão.
Logo após, magnetizou,
longamente, a zona em
que se localizava o
tumor bastante
desenvolvido, isolando
certos complexos
celulares, e esclareceu:
"Poderemos confiar em
grande melhora, que
persistirá por alguns
meses". De fato;
finda a complexa
operação magnética, o
coração doente
funcionava com diferente
equilíbrio. As válvulas
cardíacas passaram a
denotar regularidade.
Cessou a aflição, o que
foi atribuído ao efeito
da prece. Quem assim
pensava, tinha realmente
razões ponderosas...
Albina sentiu-se
reconfortada, mais
calma. Fitando,
comovida, as discípulas
que se achavam presentes
em afetuosa homenagem a
ela, falou, satisfeita:
"Como me sinto
melhor! motivos fortes
possuía o apóstolo
Tiago, recomendando a
prece aos enfermos!"
As alunas e filhas
riram-se de
contentamento e
ergueram, em seguida,
formosa oração de
agradecimento ao Senhor,
emocionando a André‚ e
Jerônimo. Daí a pouco,
contrariando a
expectativa geral,
Albina aceitou o
oferecimento de um caldo
confortante, o que
prenunciava uma melhora
sensível da enferma.
Todos estavam alegres.
Algum tempo mais tarde,
as discípulas da
educadora se retiraram e
ficaram no quarto apenas
mãe e filhas, junto de
outros amigos
espirituais que se
dedicavam à tarefa de
auxílio. (Cap. 17, pp.
262 a 264)
106. O caso
Joãozinho -
Processavam-se com
extremado carinho os
serviços de assistência,
quando cavalheiro
bem-posto deu entrada no
recinto, conduzindo um
menino miúdo de oito
anos, aproximadamente. O
pequeno cumprimentou as
senhoras e voltou-se
para Albina,
beijando-lhe a destra
com indescritível
ternura. Era ele o autor
da rogativa que
modificara os planos da
colônia espiritual, com
relação a desencarnação
de Albina. Joãozinho não
era neto consangüíneo da
doente, embora assim se
considerasse. Era um
menino órfão que fora
abandonado à porta de
Albina, logo que nasceu,
e que Loide (filha da
educadora) mantinha em
seu lar, desde que a mãe
se recolheu à cama.
Apesar da prova,
Joãozinho era grande e
abnegado servo de Jesus,
reencarnado em missão do
Evangelho. Tinha largos
créditos na retaguarda.
Ligado à família de
Albina há alguns
séculos, tornara ao seio
de criaturas muito
amadas, a caminho do
serviço apostólico do
porvir. André‚ passou a
observar o diálogo entre
a enferma e o menino.
"Tenho passado mal, meu
filho", desabafou a
respeitável senhora.
"Oh! vovó! –
disse-lhe o menino –
tenho rezado sempre para
que a senhora fique boa,
depressa". O diálogo
era de encantadora
suavidade. Albina disse
a Joãozinho ter saudade
de seus hinos na escola
e pediu-lhe que cantasse
para ela, indicando, a
pedido dele, o hino
"Jesus, sendo meu",
antiga e delicada canção
das igrejas evangélicas.
O menino expressava-se
em voz tão dorida que o
hino parecia amarguroso
lamento. Finda a
primeira quadra,
esforçou-se para
continuar, mas não
conseguiu. Profunda
emoção sufocou-lhe a
garganta, as lágrimas
afloraram espontâneas, e
ele, atirando-se nos
braços da doente,
gritou, com força:
"Não, vovó, não! a
senhora não pode ir
agora para o Céu! não
pode! Deus não
deixará!..." A
enferma recolheu-o,
carinhosa, feliz.
"Que é isto, João?"
– perguntou, buscando
sorrir. André‚ Luiz,
observando a si mesmo,
reconheceu que ele
também chorava, enquanto
Jerônimo, rindo-se,
bondoso, reafirmou:
"O menino tem razão.
Albina não irá mesmo
desta vez..." (Cap.
17, pp. 264 a 266)
107. Decifrado o
mistério da moratória
- Jerônimo perguntou a
André se ele havia
notado alguma coisa de
particular em Loide
(filha de Albina). André
respondeu-lhe sem
hesitar: "Reparo que
aguarda alguém; uma
filhinha que já
entrevimos... Desde o
primeiro encontro,
verifiquei que está em
período ativo de
maternidade, em vésperas
da delivrança". O
Assistente explicou
então o mistério que
tanta curiosidade
despertara em André,
mostrando a ligação que
havia entre a prece de
João e o bebê prestes a
nascer. "A menina, em
processo
reencarnacionista, é-lhe
abençoada companheira de
muitos séculos. Ambos
possuem – afirmou
Jerônimo – admirável
passado de serviço à
Crosta Planetária e
escolheram nova tarefa
com plena consciência do
dever a cumprir. Foram
associados de Albina em
várias missões e, muito
cedo, ser-lhe-ão
continuadores na obra de
educação evangélica".
O Assistente esclareceu
que não se tratava de
Espíritos purificados,
redimidos, mas
trabalhadores valiosos,
com suficiente crédito
moral para a obtenção de
oportunidades mais
altas. "Apesar da
condição infantil, o
servo reencarnado, pelas
ricas percepções que o
caracterizam fora da
esfera física, recebeu
conhecimento da morte
próxima de nossa
venerável irmã.
Compreendeu, de antemão,
que o fato repercutiria
angustiosamente no
organismo de Loide,
compelindo-a talvez a
claudicar no trabalho
gestatório, em
andamento", informou
Jerônimo. "A carga de
dor moral conduzi-la-ia
efetivamente ao aborto,
imprimindo profundas
transformações no rumo
do serviço de que João é
feliz portador.
Socorreu-se, então, de
todos os valores
intercessórios, nos
instantes em que sua
alma lúcida pode operar
na ausência da
instrumentalidade
grosseira, que triunfou
com as súplicas
insistentes, obtendo
reduzida dilatação de
prazo para a
desencarnação de Albina"
– concluiu o
abnegado benfeitor
espiritual. (Cap. 17,
pp. 266 e 267)
(Continua no próximo
número.)