EUGÊNIA PICKINA
eugeniamva@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Escolha o perdão
e a liberdade!
Nietzsche
denunciou o
problema do
ressentimento
nos tempos
modernos. E
mesmo os que
consideram o seu
pensar
equivocado
admitirão que
ninguém pode
alcançar a
liberdade antes
de ter encarado
honestamente o
próprio
ressentimento.
No geral, a
pessoa não se
conscientiza do
rancor e,
distraída,
canaliza a
emoção negativa
contra os outros
ou contra si
mesma. Além do
mais, a
autocomiseração
é a forma “em
conserva” do
ódio ou do
ressentimento.
Pode-se, num
primeiro
momento, nutrir
a mágoa e sentir
pena de si
mesmo,
consolando-se
com a idéia de
que se está
sofrendo muito,
deixando de agir
positivamente.
Contudo, cedo ou
tarde,
sentir-se-á o
peso da
opressão, pois
aquilo que não é
assumido e
transformado se
manifestará na
forma de
fracasso no
trabalho e nos
relacionamentos,
enfermidades
físicas,
angústias e
fobias.
Em casos graves,
torna-se claro
que a pessoa,
acossada pela
mágoa não
expurgada, fez
do seu
ressentimento
uma espécie de
troféu a ser
apreciado e
cuidado. O que,
infelizmente,
não compreende é
que, no final,
esta emoção
nociva a
destruirá e
seria sinal de
maturidade
transformá-la em
emoção
construtiva para
avançar o passo
e, com isso,
expandir sua
consciência.
Em verdade, o
ressentimento
deveria ser
usado como
estímulo para a
reconquista da
liberdade: não
se transformarão
as emoções
tóxicas em
sadias enquanto
isto não for
encarado. E o
primeiro passo é
saber a quem
se destina o
ressentimento
para tratar de
liberar o
sujeito. De que
maneira? Pelo
perdão, pois não
há receita
melhor...
Muitas pessoas
podem demorar a
perceber a
presença do ódio
em si mesmas,
internalizadas
nas memórias
amargas, mas não
há dúvida de
que, com
esforço, içarão
formas diversas
de
ressentimentos.
Contudo,
associado ao
processo do
autoconhecimento,
quando um
indivíduo
entende que sua
sombra consiste
em mágoas,
antigas e
recentes, deve
aprender a
perdoar. E não
há como escapar
dessa exigência
existencial. Os
que a evitam
ficam
suscetíveis a
doenças e
vícios.
Não há dúvida:
com coragem e
paciência, a
atitude do
perdão faz com
as coisas mudem,
dissolvendo os
resíduos da
amargura e do
rancor e,
depois,
favorecendo o
surgimento do
alívio e da paz
interior. E a
ação do perdão
pode ser lenta,
mas é poderosa.
Ela age
suavemente,
dissolvendo e
transformando.
Embora seja
difícil, o
perdão cura.
Para isso, é
preciso
voltar-se para a
dor-ressentimento
para dissolvê-la
neste fármaco
abençoado.